O jornal "DISCO MÚSICA & MODA" tinha uma página dedicada ao Jazz, expressão musical que na época era praticamente inexistente em Portugal, na rádio lembro-me dos "Cinco Minutos de Jazz" e não mais.
Neste nº, o jornal trazia um pequena notícia sobre uma "Jam Session" realizada no Club Universitário de Jazz de Lisboa, outra era sobre a "Billie Holiday A Maior Cantora de Sempre".
Ser cantor de Jazz não é fácil, quase que me atrevia a dizer que é a forma de canto mais difícil que existe na música popular. Será no cantar o Jazz que melhor se aplica a ideia de que uma grande voz não faz necessariamente um grande cantor, enquanto que o voz menor pode-o ser.
Esta ideia aplica-se a Billie Holiday (1915-1959) que tendo uma voz modesta, foi uma das maiores cantoras do género senão a maior. Deve-se-lhe a capacidade de transformar e de modelar as canções que interpretava dando-lhes uma emoção e um dramatismo invulgares.
No artigo afirma-se que "... foi a maior cantora de jazz de todos os tempos" e que "Ninguém cantava como ela as palavras fome e amor...", era ainda uma "Maravilhosa intérprete de poemas, transformava, se necessário, a própria linha melódica para arrancar dos textos o seu sentido mais profundo."
Do álbum "Lady Sings the Blues" escolho "Strange Fruit", uma canção originalmente cantada por ela em 1939, agora na versão de 1956.
Billie Holiday - Strange Fruit
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