A par com José Afonso, Adriano Correia de Oliveira foi uma figura determinante na criação das novas sonoridades que a música popular portuguesa tomou na década de 60.
Tal como José Afonso, é em Coimbra que se inicia nas lides musicais.
"Adriano sofre as influências musicais decisivas de Coimbra de então: por um lado, de Fernando Bettencourt e Artur Paredes; e por outro, de José Afonso, que desde 1958 vinha a empreender um percurso, direccionado para a «balada» ao tentar libertar-se da guitarra de acompanhamento.", pode-se ler em "Canto de Intervenção 1960-1974" de Eduardo M. Raposo.
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Em 1960 gravou o seu primeiro EP com as composições "Fado da Mentira", "Balada dos Sinos", Canta Coração" e "Chula", nas guitarras portuguesas é acompanhado por António Portugal e Eduardo de Melo e nas violas por Durval Moreirinhas e Jorge Coutinho.
Na contra-capa do EP lê-se:
"O que nos diz o fado de Coimbra não está apenas no romantismo da maioria dos seus temas, daquilo que em grande parte é a evasão de uma realidade. Ele traz também uma esperança na idade do amor e da amizade; no tempo em que os jovens poderão ser jovens e o homem se humanizará.
Penso que o fado de Coimbra prossegue uma evolução, não só formal, mas substancial, mas ele continuará a canção lírica dos estudantes que nas suas vozes e nas suas guitarras trazem a certeza do futuro que constroem; onde a beleza do seu cantar não será apenas uma procura romântica de um mundo belo, mas será também na voz da juventude a beleza do mundo que existe. De tudo o que vive e os fará cantar e tocar alegremente. Do que há-de fazer da tradição a história e não a vida.", assina A. J. Marinha de Campos.
Deste primeiro trabalho de Adriano Correia de Oliveira ouçamos "Fado da Mentira".
Adriano Correia de Oliveira – Fado da Mentira
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