quarta-feira, 4 de março de 2015

Bert Jansch - Needle of Death

Neil Young tem sido nos últimos anos paladino da qualidade sonora na gravação/reprodução. São disso testemunho a preocupação na reedição da sua discografia em “Blue Ray” e a cuidada recuperação e edição de concertos por ele efectuados dos anos 60 e 70. Mais recentemente tornaram-se polémicas as suas afirmações sobre os leitores de mp3 (máximo 320 kbps) afirmando que só dão 5% da qualidade original das músicas e mesmo os CD (1411,2 kbps) que não vão além de 15%. Está à frente do projecto “Pono” leitor digital (a ser lançado ainda este ano com o lema “ WE’RE LETTING MUSIC CHANGE YOU. WE’RE NOT CHANGING MUSIC.“) que permitirá a leitura de ficheiros digitais não comprimidos e portanto sem perda de qualidade. A polémica está instalada!

Em 2014 Neil Young editou o álbum “A Letter Home”, onde recupera temas de Phil Ochs, Tim Hardin, Bert Jansch e outros. Eis que… surpresa! O disco foi gravado em Lo-Fi (baixa qualidade) numa cabine Voice-O-Graphs de 1947 (cabines instaladas na rua que permitiam a gravação da voz em vinil). O próprio site de Neil Young adianta ser “A Letter Home” um conjunto de canções gravadas numa antiga tecnologia electro-mecânica recuperando a essência de algo que se poderia ter perdido para sempre.



Na altura fiquei baralhado com esta aparente incoerência e ainda não me rendi a “A Letter Home”, pese a crónica de João Lisboa no Expresso de 13 de Junho de 2014 vir tranquilizar este desassossego ao afirmar:
“Contradição? Nada disso. Em ambos os casos, o que o motiva é a demanda de uma certa pureza e autenticidade primordiais…” esperemos que esteja certo.

Bem, na busca “de uma certa pureza e autenticidade primordiais” fui recuperar o original de “Needle of Death” de Bert Jansch (1943-2011) outra das minhas preferências de sempre.

Bert Jansch (1943-2011) guitarrista e compositor escocês tido, já hoje, como lendário na síntese, diria perfeita, do Folk e do Blues, grava em 1965 o primeiro álbum onde consta “Needle of Death”. Um álbum que faz parte de “1001 Albums You Must Hear Before You Die”, sem dúvida!



Bert Jansch - Needle of Death

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