sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Cara de Espelho - Político Antropófago

Algumas memórias de 2024


E agora, a minha escolha de 29024 para a Música Popular Portuguesa. Continua a verificar-se um número razoável de gravações a merecer a melhor atenção. As propostas foram várias e bastante variadas, desde o Pop da Lena d'Água, o indie-Rock dos portuenses Best Youth, a fusão de Ana Lua Caiano, o regresso do Vitorino e da Amélia Muge, muita atenção para "Um Gato é Um Gato", àaos novos caminhos da nossa melhor música de expressão popular com os Cara de Espelho.

Eis uma lista variada do que ouvi em 2024:

Best Youth - Everywhen
Ana Lua Caiano - Vou Ficar Neste Quadrado
Capitão Fausto - Subida Infinita
Jorge Cruz - Transumante
Branko - Soma
Vitorino - Não Sei do Que É Que Se Trata, Mas Não Concordo
Lena d'Água - Tropical Glaciar
Samuel Úria - 2000 A.D.
Cara de Espelho - Cara de Espelho
Camané - Camané ao Vivo no CCB - Homenagem a José Mário Branco
Amélia Muge - Um Gato é Um Gato


A escolha recai sobre o álbum homónimo dos Cara de Espelho que transportam as raízes da música tradicional para sonoridades modernas que rapidamente nos cativam.


https://www.discogs.com/

Formados a partir de elementos dos Naifa, Deolinda, Ornatos Violeta, Gaiteiros de Lisboa e Humanos (boas referências, portanto) que este álbum seja o primeiro de muitos, sempre em renovação e desconformados com o mundo em que vivemos actualmente.


Cara de Espelho - Político Antropófago

quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Adrianne Lenker - Ruined

Algumas memórias de 2024

Não podia terminar estas memórias de 2024 sem me referir ao álbum mais recente de Adrianne Lenker.

Depois de a ter referido nas minhas escolhas de 2020 com o então duplo CD  "Songs and Instrumentals", eis que volta a encontrar-se, com o trabalho "Bright Future", entre as minhas preferências do ano de 2024  que só vem confirmar as qualidades que já lhe tinha notado anteriormente. Diria que Adrianne Lenker continua a fazer uma síntese perfeita entre o tradicional e as expressões mais modernas da música popular.


Edição 4AD em CD com a ref: 4AD0649CD

Numa sonoridade mais intimista e personalizada que nos seus Big Thief, a agradar a públicos mais próximos do Rock, "Bright Future" é mesmo nomeado para o álbum Folk do ano nos Grammy Awards do ano passado e a revista "Uncut" coloca-o como o 6º melhor álbum do ano.

"Bright Future" a justificar múltiplas audições, pois a ligação à música crescer a cada nova escuta. Adrianne Lenker com uma escrita cada vez mais refinada, a certeza de proporcionar longas horas de deleite.

Ouça-se "Ruined". A canção mais bonita de 2024?

Adrianne Lenker - Ruined

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Aoife O'Donovan - All My Friends

Algumas memórias de 2024

Por vezes acontece. Descobre-se um nome que se devia já conhecer há muito tempo. É o caso de hoje, o nome é Aoife O'Donovan, que só me leva a pensar quantos e quantos bons músicos haverá por aí e que não chegamos a conhecer. Neste caso, culpa minha com certeza que, sabe-se lá porquê, verifico ter maior dificuldade em acompanhar devidamente o que vem dos Estados Unidos do que é original da Grã-Bretanha.

Mais uma figura do Folk-Rock que tanto estimo e cujo trabalho remonta ao início do século. Primeiro no grupo Crooked Still (2001–2011), depois Sometimes Why (2005–2009) e finalmente I'm With Her (desde 2014), paralelamente com carreira a solo desde 2010.


https://www.discogs.com/

"All My Friends " é o álbum de 2024 e foi aqui que a descobri, fica como a minha descoberta do ano. Entre o Folk e o Pop-Rock as nove canções (oito originais e "The Lonesome Death of Hattie Carroll" versão de um original de Bob Dylan), que se desenvolvem com arranjos atraentes e bem envolventes, dão corpo ao projecto de celebração dos 100 anos do direito de voto das mulheres nos Estados Unidos.

Segue o tema título "All My Friends" numa versão ao vivo com a National Symphony Orchestra.


Aoife O'Donovan - All My Friends


terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Laura Marling - Patterns

Algumas memórias de 2024

Seria injusto não efectuar mais 2 ou 3 Regresso ao Passado relativamente às minhas escolhas do ano de 2024. Laura Marling seria uma delas.

Tomei conhecimento da música de Laura Marling em 2010 a propósito da publicação do 2º álbum "I Speak Because I Can", há muito que não descobria uma voz feminina como esta. Ficou a dúvida se ficaria na lista dos meus músicos preferidos ou se teria sido algo passageiro como por vezes acontece.

A dúvida seria dissipada rapidamente com a discografia posterior destacando-se logo com "Once I Was an Eagle" de 2013 e não mais deixei de a seguir.

Reflexões de Laura Marling após o nascimento da primeira filha (no anterior "Song for Our Daughter", escrevia para uma filha ficcional), "Patterns in Repeat" mantém os padrões de qualidade elevados a que nos tinha habituado.



Edição Chrysalis 2024 com a ref: BRC266



Que os mantenha por muitos anos de forma a proporcionarmos momentos como neste "Patterns".


Laura Marling - Patterns

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Katherine Priddy - First House On The Left

Algumas memórias de 2024

Não foi fácil a escolha do álbum do ano de 2024. Vários se posicionaram no topo das minhas preferências, destaco: 

- Katherine Priddy - The Pendulum Swing
- Adrianne Lenker - Bright Future
- The Unthanks - In Winter
- Laura Marling - Patterns in Repeat

Sem outro critério senão aquele que mais ouvi ao longo do ano, também foi o primeiro a ser editado, ficamos com Katherine Priddy e o seu 2º trabalho "The Pendulum Swing".


Edição de 2024 da Cooking Vinyl com a ref: COOKCD910


Na prova sempre difícil do 2º álbum Katherine Priddy passou com distinção, é daqueles discos que quanto mais se ouve mais se fica a gostar. Não sendo de efeitos tão imediatos como em "The Eternal Rocks Beneath", continua a encantar-nos com a sua escrita fazendo-nos lembrar por vezes Nick Drake, Joni Mitchell e até Sandy Denny.

Recordam-se as escolhas que fiz desde 2016:

2016 - PJ Harvey - "The Hope Six Demolition Project"
2017 - Laura Marling - "Semper Femina"
2018 - Lucy Dacus - "Historian"
2019 - Angel Olsen - "All Mirrors"
2020 - Adrianne Lenker -  "Songs and Instrumentals"
2021 - Katherine Priddy - "The Eternal Rocks Beneath"
2022 - The Unthanks - "Sorrows Away"
2023 - Lankum - False Lankum

Reparo agora que as minhas escolhas estão todas no feminino, porque será?


Katherine Priddy - First House On The Left

domingo, 12 de janeiro de 2025

Tindersticks - Pinky In The Daylight

 Algumas memórias de 2024

Já ultrapassaram as três décadas de existência e continuam, sabiamente, a produzir grandes discos. Os Tindersticks continuam a ser uma das minhas bandas preferidas. A sua discografia é já bem extensa e confesso, admiro-os tanto, que tenho algum receio quando sai um novo disco, será que é desta vez que me vão desiludir? Ainda por cima a discografia inicial foi particularmente boa e difícil de igualar, acrescente-se a saída de Dickon Hinchliffe (violinista e orquestrador) em 2006 para recear o pior. Mas não, os Tindersticks, sem abandonar as principais características, a voz Soul de Stuart A. Staples e o acompanhamento orquestral, refinaram a panóplia de instrumentos, mesmo ao vivo, que vão desde o vibrafone e/ou glockenspiel aos metais.


Edição em CD com a ref: Lucky Dog41/Slang50584

"Soft Tissue" o novo álbum de originais de 2024 não desiludiu e dele já dei nota a propósito do concerto que assisti em Leiria em Novembro passado.

Também em 2024 é publicado um novo álbum ao vivo dos Tindersticks, "Mayday '22", gravado no Royal Festival Hall, London a propósito da turnê dos 30 anos do grupo. Diria que é o álbum de entrada ideal para quem ainda não conhece os Tindersticks. Único senão, a sua aquisição só é possível nos concertos e eu sou um felizardo por ter um. 

Edição em duplo CD com a ref: Lucky Dog 42CD

Revisão certeira de uma obra extensa e plena de momentos de encantamento como este "Pinky In The Daylight".


Tindersticks - Pinky In The Daylight

sábado, 11 de janeiro de 2025

Beth Gibbons - Tell Me Who You Are Today

Algumas memórias de 2024

Foram múltiplos os álbuns em 2024, para além dos já referidos, anteriormente, a que dei, de alguma forma, atenção e que são dignos da respectiva audição. Eis, sem qualquer ordem em especial, alguns deles:

Katherine Priddy - The Pendulum Swing
Tindersticks - Soft Tissue
- Tindersticks - Mayday ‘22
Adrianne Lenker - Bright Future
The Unthanks - In Winter
Laura Marling - Patterns in Repeat
- The Smile - Wall of Eyes
- Mary Hakverson - Cloudward
- Emma Gatrill - Come Swim
- Sam Lee - Songdreaming
- Julia Holter - Something in the Room She Moves
- St. Vincent - All Born Screaming
- Aoife O'Donovan - All My Friends
- Beth Gibbons - Lives Outgrown
- Laurie Anderson - Amelia
- Martin Simpson - Skydancers
- Beauty Junkyards - Nova
- Nubya Garcia - Odyssey
- Father John Misty - Mahashmashana


De saudar o regresso de Beth Gibbons sendo "Lives Outgrown" a sua primeira gravação a solo. Vão já longe os tempos de "Dummy" (1994) dos Portishead, que exploraram novas sonoridades para a música popular e onde a voz tímida, sussurrante e melancólica de Beth Gibbons se fazia notar.





"Lives Outgrown" foi bem recebido pela crítica e acompanhou-me ao longo de 2024. Melhor álbum do ano para a revista "Time", começa com "Tell Me Who You Are Today".


 Beth Gibbons - Tell Me Who You Are Today

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Nick Cave and the Bad Seeds - Wild God

Algumas memórias de 2024

Passo agora para um conjunto de discos de gente mais nova que de alguma forma mereceram a minha atenção durante o ano de 2024. Alguns não tão novos quanto isso, como a escolha para hoje, Nick Cave, que daria os primeiros passos na música já na década de 70. Carreira sólida construída inicialmente nos Birthday Party, depois como Nick Cave and the Bad Seeds, no projecto Grinderman ou na parceria com Warren Wellis com quem assina uma inúmera série de bandas sonoras de filmes.

Em 2024 marcou presença com um novo trabalho com os Bad Seeds, o muito bem recebido pela crítica "Wild God".


Edição Bad Seed em CD de 2024 com a ref: BS023CD

Se bem que não se encontre entre os meus preferidos de Nick Cave, parece-me que entrou numa fase de exploração do que melhor sabe fazer, belas harmonias, uma voz poderosa, coros encantadores e instrumentação sólida e eficaz, e, por isso, o resultado final é sempre de não menosprezar.

Sem dúvida, muito agradável de se ouvir, este "Wild God" é mesmo para a revista "Uncut", e para o jornal Expresso também, o melhor álbum de 2024. Fica o tema título "Wild God".


Nick Cave and the Bad Seeds - Wild God

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Linda Thompson - Those Damn Roches

 Algumas memórias de 2024

Conhecia como Linda Peters, na realidade Linda Pettifer, quando em 1971 é publicado o álbum "Rock On" de um então denominado grupo The Bunch, um colectivo formado por músicos da cena Folk-Rock britânica centrado em elementos dos Fairport Convention com destaque para Richard Thompson e Sandy Denny. E nele constava também o nome de Linda Peters onde, na capa onde se fazia a sua apresentação, se lia, : "Sandy and Trevor say Linda is the most under-rated girl singer in the country. City folk haven't caugh up with her yet, either. From folk circuits shr comes, a long-time friend of Trevor and Sandy, wich is why she was asked to sing on this LP." É voz principal em "The Loco-motion", faz parte do coro em várias canções, mas é em "When Will I Be Loved" em dueto com a Sandy Denny que Linda Peters me chamou a atenção seguindo-a com atenção a partir daí.

O destaque maior viria rapidamente, depois de casar com Richard Thompson, gravando com ele até 1982 seis álbuns antológicos, com referência para "I Want to See the Bright Lights Tonight" (1974) e "Shoot Out the Lights (1982). Segue-se divórcio e carreira a solo. Mas começa também a ter problemas vocais que leva a que as gravações sejam bastante espaçadas e obviamente a inviabilizar o reconhecimento por um público mais alargado.

Manteve o nome Linda Thompson e é uma agradável surpresa quando vejo em 2024 anunciado um novo álbum de nome "Proxy Music" onde ela reproduz na capa a pose que se encontra no álbum "Roxy Music" de 1972 do grupo de Rock Progressivo com o mesmo nome.

Edição em CD pela Storysound com a ref:161-059

Fiquei, primeiro desconfiado pois não sabia se Linda Thompson estaria, aos 77 anos, à altura de dar voz a novo trabalho, depois apreensivo ao saber que sendo dela as novas composições não era ela que as interpretava. De seguida aliviado ao verificar quem as interpretava e finalmente deleitado quando o ouvi. Do melhor que o ano de 2024 nos deixou.

Eis a lista dos intérpretes: Kami Thompson, Martha Wainwright, The Proclaimers, Rufus Wainwright, Ren Harvieu, John Grant, The Rails, Dori Freeman, Eliza CarthyThe Unthanks e Teddy Thompson.

Sem um tema menor fica-se com a última canção do álbum "Those Damn Roches" na voz do filho Teddy Thompson.


 Linda Thompson - Those Damn Roches

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Richard Thompson - Singapore Sadie

Algumas memórias de 2024

O ano de 2024 trouxe-nos um novo trabalho de Richard Thompson, nome maior do Folk-Rock britânico cujo último álbum de estúdio, "13 Rivers", datava de 2018.

Nome histórico do melhor Folk-Rock alguma vez produzido, sendo um dos principais iniciadores do género, tenho-o seguido desde os tempos dos Fairport Convention dos quais foi um dos fundadores na segunda metade dos ano 60.

Fazia falta um novo disco, não considerando "Bloody Noses/Serpent's Tears" (2021) - coleção de gravações domésticas durante a pandemia que gostaria de ver devidamente editado com novas versões de estúdio, tal a importância e riqueza da sua obra. "Ship to Shore" não desilude conseguindo ainda figurar em algumas listas de melhores do ano.

Fiel ao seu estilo inconfundível, vocal, lírica e também instrumental, Richard Thompson continua a deslumbrar com a sua forma única de tocar guitarra que o torna ainda um dos melhores da actualidade.


Edição New West Records com a ref: NW6578


Assim começa "Ship to Shore", "Singapore Sadie" bem representativo da qualidade de mais um álbum imperdível.


Richard Thompson - Singapore Sadie

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Joni Mitchell - Intro To Coyote/Coyote

Algumas memórias de 2024

Infelizmente não temos álbuns novos de estúdio de Joni Mitchell desde 2007 e é altamente improvável que o venhamos a ter. Felizmente desde 2020 que, em progressiva recuperação de um aneurisma cerebral ocorrido em 2015, se tem dedicado à publicação dos seus arquivos. Assim, tendo desde 2022 feito já alguns concertos, em 2024 é publicado o 4º volume de material anteriormente não editado referente ao período de 1976-1980. Período este em que foram editados os álbuns "Hejira" (1976), "Don Juan's Reckless Daughter" (1977), "Mingus" (1979) e ao vivo "Shadows and Light" (1980), também estes remasterizados e reeditados em caixa em 2024. Resumindo:

- "The Asylum Albums (1976–1980)" é composto por 5 CD que correspondem aos 4 álbuns editados por Joni Mitchell no período em causa.


Edição Asylum, caixa de 5CD com a ref: R2 726169 / 603497827015



- "Joni Mitchell Archives – Vol. 4: The Asylum Years (1976–1980)" é composto por 6 CD e um booklet de 36 páginas com fotos anteriormente não publicadas e entrevista actual de Cameron Crowe a Joni Mitchell.


Edição Rhino, caixa de 6 CD com ref: R2 726672 / 603497823680


Tenho-me deliciado com estas caixas de arquivos e este 4º volume é, para já, a minha preferida. Talvez por ser neste período que Joni Mitchell levou o Folk a uma experiência mais avançada, mais próxima do Jazz, que ficaram testemunhados nos álbuns originais acima citados e que sempre tanto apreciei.

Para audição proponho "Intro To Coyote/Coyote" ao vivo em Montreal Forum, Canadá, a 4 de Dezembro de 1975, composição que surgiria no ano seguinte no álbum "Hejira"


Joni Mitchell - Intro To Coyote/Coyote

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Neil Young - Valley Of Hearts (Love To Burn)

Algumas memórias de 2024

Neil Young é um dos poucos músicos com origem nos anos 60 que continuo a seguir com considerável agrado. É certo que álbuns de estúdio com material novo começam a escassear e (ou) já acrescentam pouco à sua longa e riquíssima discografia (os que mais apreciei datam de 2015, "The Monsanto Years" acompanhado pelos Promise of the Real e de 2021 "Barn" com os fiéis Crazy Horse). Tem, no entanto mantido uma actividade notável na realização de novos álbuns com gravações mais ou menos antigas, 2024 não foi excepção.

Assim, para começar, e para bolsas bastante desafogadas, surgiu a 3º caixa de arquivos "Archives Vol. III (1976-1987) (17 CD)", ao todo 198 canções com 15 temas inéditos sendo a maior parte versões de composições já conhecidas mas anteriormente não publicadas.


Não fosse suficiente ainda tivemos mais 3 edições, ei-las:

- "Dume" (Special Release Series - SRS 03), edição, exclusiva em vinil, gravado durante as sessões de gravação de um dos melhores álbuns de Neil Young, "Zuma" de 1975 é composto por 16 temas incluindo o álbum "Zuma" com excepção para "Through My Sails".





- "Fu##in' Up" (Official Release Series - ORS 54) é um álbum ao vivo gravado em 2023. Composto por 9 temas pertencentes ao álbum de 1990 "Ragged Glory" onde cada canção foi renomeada, excepção para "Farmer John", com uma frase da letra da respectiva composição. "Mother Earth" última canção de "Ragged Glory" não aparece aqui.


Edição Reprise em Cd de 2024 com a ref: 93624844914


Neil Young em forma com os velhos e novos Crazy Horse.

- "Early Daze" (Special Release Series - SRS 01), é, finalmente, o primeiro volume da Special Release Series (a numeração não segue a ordem cronológica de edição mas sim da respectiva gravação). 10 canções gravadas com a formação inicial dos Crazy Horse ( Danny Whitten, Ralph Molina, Billy Talbot e Jack Nitzsche) em 1969 e que de alguma forma foram surgindo em gravações posteriores em novas versões.


Edição Reprise em CD de 2024 com a ref: 93624850908

Boa recuperação de material antigo que merece ver a luz do dia para gáudio de todos os verdadeiros fâs.

Segue "Valley Of Hearts", novo nome para "Love To Burn". Neil Young em 2024!



Neil Young - Valley Of Hearts (Love To Burn)

domingo, 5 de janeiro de 2025

David Gilmour - Luck and Strange

 Algumas memórias de 2024


Tenho sensações diferentes em relação à música de David Gilmour. Tanto me parece repetitivo e desinteressante como imaginativo e cativante.

Com 73 anos publicou "Luck and Strange", o quinto, de estúdio, da sua discografia a solo, e deixou-me uma impressão favorável à primeira audição. Melhor prestação, portanto, que o seu ex-parceiro Roger Waters dos Pink Floyd que tem estado refugiado em revisão de matéria já dada.




Com forte colaboração da família quer nas letras da esposa Polly Samson e dos filhos em particular de Romary Gilmour que empresta, e muito bem, a voz no tema "Between Two Points" (um original do grupo de curta duração The Montgolfier Brothers), David Gilmour não desilude e "Luck and Strange" vai directo para o que de melhor gravou a solo. A merecer múltiplas audições.

A seguir ao instrumental "Black Cat" que abre o álbum segue-se o tema título "Luck and Strange" com a particularidade de ainda se poder ouvir Richard Wright (1943-2008) nos teclados.



David Gilmour - Luck and Strange

sábado, 4 de janeiro de 2025

Van Morrison - Someone Like You

Algumas memórias de 2024

Mais um ano, mais uma presença de Van Morrison.

Tudo dito de um dos nomes mais importantes da música popular com origem nos anos 60 e uma das minhas preferências de sempre. 79 anos é a idade de Van Morrison e o álbum de 2024 designa-se "New Arrangements and Duets".




Vão-me desculpar os indefectíveis de Van Morrison, mas "New Arrangements and Duets", ouve-se com agrado mas, já não traz nada de novo. Diga-se, em abono da verdade, a discografia de Van Morrison da década de 2020 é prescindível. Começou com um "pretencioso" duplo CD ("Latest Record Project, Volume 1"), continuou com o negacionismo do Covid-19 em "What's It Gonna Take?" e remeteu-se de seguida a um processo de retorno a memórias mais antigas e (ou) revisão da matéria dada. É o caso deste último "New Arrangements and Duets" onde recupera temas anteriormente gravados entre 2014 e 2019 e ainda não editados. Na realidade parecem sobras que nada acrescentam à sua riquíssima obra.

Fica o dueto em "Someone Like You" com Joss Stone. Prefiro o original de 1987.



Van Morrison - Someone Like You



sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

John Cale - Shark-Shark

Algumas memórias de 2024

Nome histórico e menos lembrado é o de John Cale. O galês está actualmente com 82 anos e parece que em vez de abrandar de actividade, nos quer deixar gravadas as muitas ideias musicais que parece ainda ter. Depois de em 2023 ter publicado o colaborativo álbum "Mercy", editou em 2024 mais um novo trabalho de nome "Poptical Illusion", desta vez quase todo interpretado somente por ele. Já longe da sonoridade dos seminais Velvet Underground dos anos 60, utilizando agora muito sintetizadores, ruído e sonoridades mais Pop, mas com notas vanguardistas que sempre o caracterizaram. E ainda, aqui e ali, a fazer lembrar os revolucionários Velvet Underground como em "Shark-Shark".




Não sendo, para mim, esta fase de John Cale a mais cativante, longe vão os tempos de "Paris 1919" e "Music For a New Society", não deixa de ser importante continuar a seguir a sua produção mais recentes. Quem sabe se daqui a alguns anos não estarei a relevar "Poptical Illusion" na discografia de John Cale. Por vezes á assim, é preciso dar tempo ao tempo. Ou não tem estado John Cale adiantado no tempo?



John Cale - Shark-Shark

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Garfunkel & Garfunkel - Father and Son

Algumas memórias de 2024

O duo Simon and Garfunkel terminou, de forma conflituosa, em 1970 depois de juntos terem gravado algumas das melhores canções, e álbuns da década de 60. Saudades enormes deixou esta colaboração que eu apreciei ainda muito novo, teria 13/14 anos quando ouvi "Bookends" e o acabado de sair "Bridge Over Troubled Water". A partir daí pouco se ouviu falar de Art Garfunkel e muito mais de Paul Simon, este com uma colecção de álbuns digna.

Art Garfunkel continuou entre o cinema e a música mas sem o fulgor anterior e não mais nos surpreendeu. Em decrescendo a acompanhar a sucessiva perda de qualidade vocal, salvaram-se os regulares retornos do duo em concerto. Os problemas vocais agravaram-se, deixou de fumar e eis que, surpresa!, surge em 2024, agora em duo com o seu filho que assina Art Garfunkel Jr..



O álbum dá pelo nome de "Father and Son" e remete para a canção de Cat Stevens de 1970. A mesma encerra este álbum e é agora aqui recordada, a voz de Art Garfunkel quase irreconhecível.


Garfunkel & Garfunkel - Father and Son


Entretanto faz as pazes com Paul Simon e já há quem espere o retorno do famoso duo. Lembre-se Art Garfunkel e Paul Simon têm já 83 anos. Aguardemos.

 


quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Jon Anderson & The Band Geeks - True Messenger

Algumas memórias de 2024

Nestas minhas passagens erráticas pelo Regresso ao Passado, ocasião para, numa passagem mais prolongada, efectuar uma revisão do ano de 2024.

Tendo por base o que mais ouvi neste ano findo, é inevitável começar pelos mais antigos, os sobreviventes dos anos 60, e depois os outros, aqueles que, com mais ou menos influências daqueles anos, têm dado rumo ao que de melhor se fez na música popular no ano de 2024.

E a lista de nomes vindos dos anos 60 são, pasme-se, ainda é bem significativa e digna de referência nestas minhas memórias. Assim, marcaram presença, de alguma forma, nomes como Richard Thompson, Linda Thompson, Neil Young, Joni Mitchell, Art Garfunkel, John Cale, Van MorrisonDavid Gilmour e Jon Anderson.

Começo com este último, Jon Anderson e o seu mais recente trabalho "True". Histórico intérprete de Rock Progressivo, actualmente com 80 anos!, ficou mais conhecido pela banda que fundou e liderou, os Yes, que eu tanto apreciei no início dos anos 70. Possuidor de uma voz ímpar, facilmente identificável, não parece carregar os seus 80 anos e surpreende-nos neste registo gravado com o acompanhamento da sua banda actual The Band Geeks.


A música, agora produzida, já não me cativa como noutros tempos, mas não deixa de merecer a devida audição, ao contrário de "Mirror to the Sky" dos Yes do ano 2023. Jon Anderson supera claramente a sua anterior banda que persiste sem nenhum membro original e onde pontifica a figura de Steve Howe, guitarrista de eleição.



Jon Anderson & The Band Geeks - True Messenger

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

The Unthanks - Dear Companions

Concerto em Birmingham, Town Hall, 9 de Dezembro - The Unthanks

Faz hoje 8 dias encontrava-me em Birmingham tendo como propósito assistir ao concerto, há muito anunciado, das The Unthanks no Town Hall. "The Unthanks In Winter" é o nome do Tour actual bem como do novo álbum em formato duplo com 19 temas, alguns bem conhecidos, outras menos e ainda originais com o filtro incrível da sonoridade das The Unthanks.



Com a assinatura da Rachel e Becky


The Unthanks, a fazer 20 anos, são um dos pontos altos do novo Folk-Rock britânico, finalmente "liberto" do domínio dos Fairport Convention e de toda a geração de 60 e 70 que dominaram durante décadas.

Um magnífico concerto, que soube a pouco, pois foi baseado no mais recente "In Winter" e muito ficou por ouvir, de "Cruel Sister" (2005) a "Sorrows Away" (2022).








 E a agradável surpresa de no final do concerto encontrá-las e ter estado em conversa por largos minutos com a Rachel e a Becky Unthank.

O melhor Folk-Rock britânico actual está bem representado pelas The Unthanks, a prová-lo "Dear Companions" que terminou o concerto e que encerra também o álbum.



The Unthanks - Dear Companions


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Egberto Gismonti - Dança das Cabeças

 Concerto em Espinho

Egberto Gismonti é um nome importante da Música Popular Brasileira. Sim, da Música Popular Brasileira no seu melhor. Baseando-se em sonoridades populares reconhecíveis, algumas bem tradicionais, eleva-as a um universo muito pessoal onde o Jazz é dominante.

Exímio no violão e no piano foi, ontem, possível recordá-lo, acompanhado pelo competente Daniel Murray, no  Auditório Espinho Academia. 



Vi-o pela 1ª vez em 30 de Julho de 1980 e uma 2ª em 18 de Maio de 1982, tempos em que ainda estavam bem presentes os sons de "Corações Futuristas" (1976) e "Dança das Cabeças" (1977), discos que eu tanto apreciava. 

Muitos anos passaram, mas a frescura da sua música manteve-se, de um concerto recente segue um dos temas mais populares de Egberto Gismonti, precisamente "Dança das Cabeças".


Egberto Gismonti - Dança das Cabeças

domingo, 10 de novembro de 2024

Tindersticks - New World

Concerto em Leiria

Paragem longa que, espera-se, não o seja de futuro para estes meus Regresso ao Passado.

Para hoje, para vos dar conta de mais uma passagem dos Tindersticks por Portugal para nos dar conta do seu último álbum "Soft Tissue". Passagens por Covilhã, Leiria, Aveiro, Porto e Lisboa. Como não esperava estar em Portugal nesta altura do ano, só consegui bilhetes para Leiria, concerto que ocorreu ontem dia 9 de Novembro. 

Surpresa quando, ao almoço, nos sentámos numa mesa do restaurante Mata Bicho e me deparo com os Tindersticks na mesa atrás. Não resisti, tirei da máquina e obtive a foto seguinte, Stuart Staples a ver a lista:



Claro que fui cumprimentá-lo, agradecer a foto e aproveitar para dizer que este era já o 10º concerto que deles assistia.

O melhor estava, claro, para o concerto à noite no Teatro José Lúcio da Silva, ao que me pareceu esgotado. Com passagem integral pelo último álbum, recordaram também temas de outros álbuns mais recentes ficando de fora todos os temas que os tornaram conhecidos nos já idos anos 90. Em cerca de duas horas de concerto eis a setlist do mesmo.

How He Entered
A Night So Still
Trees Fall
Falling, the Light
Nancy
Second Chance Man
Lady With the Braid
Willow
The Bough Bends
Medicine
Always a Stranger
The Secret of Breathing
Turned My Back
Don’t Walk, Run
Slippin' Shoes
New World
Soon to Be April

Encore:
Stars at Noon
Pinky in the Daylight
For the Beauty

 Na impossibilidade de destacar alguma canção do concerto, proponho "New World" a faixa de abertura de "Soft Tissue".



Tindersticks - New World



domingo, 7 de julho de 2024

Joni Mitchell - Urge For Going

 

Oferta da minha filha Ana eis o último nº da revista MOJO (The Collectors’ Series: Joni Mitchell Essentials), 132 páginas totalmente dedicadas a Joni Mitchell.




Para os fãs, e não só, aqui é passada em revista a carreira desta extraordinária, cantora, autora, multi-instrumentista canadiana que me tem acompanhado a vida toda. Dividida em 3 partes. "Part 1: The Studio Albums", "Part 2: Compilations & Rarities" e "Part 3: Live Albums & Books", aqui se encontram múltiplos de interesse para uma leitura atenta nos próximos tempos.

"Some artists trancend their role as songwiters and musicians and became symbolic of something far bigger. Joni Mitchell is one of them", no dizer do editor Pat Gilbert.

 

Do primeiro volume dos arquivos de Joni Mitchell ("The Early Years (1963-1967)"), 5 CD com gravações anteriores ao primeiro álbum de estúdio de Joni Mitchell ("Song to a Seagull" de 1968), ficamos com "Urge For Going", "the first well-written song that I have", aqui numa gravação caseira de 1965.




Joni Mitchell - Urge For Going

domingo, 30 de junho de 2024

José Afonso - Balada de Outono

 

A 25 de Maio de 1983 José Afonso deu o seu último concerto que se efectuou no Coliseu do Porto. 41 anos depois o Coliseu do Porto e a AJA (Associação José Afonso) celebram esse concerto num espectáculo que reúne alguns dos músicos então presentes mas também alguns outros que nessa data não eram sequer nascidos. Falhei o primeiro, já não sei porquê (provavelmente pelos bilhetes terem esgotado meses antes), mas este não falhei com a aquisição dos bilhetes muitos meses antes de um concerto completamente esgotado.

Se foi bom (re)ver alguns músicos antigos, Francisco Fanhais, Janita Salomé, João Afonso, Júlio Pereira, Rui Pato,...), melhor ainda alguns de gerações mais recentes que me surpreenderam como Dino d'Santiago e Ricardo Ribeiro e ainda Pedro Vidal, responsável pelos arranjos na 2ª parte e uma promissora estrela Patrícia Lestre, verdadeira "pulguinha saltitona", que chamou bem a atenção (ver https://www.facebook.com/egidio.santos.5/videos/1584013452173975).




Como o Concerto de José Afonso no Coliseu do Porto não teve registo fica para recordar "Balada de Outono) no Coliseu dos Recreios em Lisboa 4 meses antes.



José Afonso - Balada de Outono

domingo, 14 de abril de 2024

Richard Thompson - Take Care the Road You Choose

 Esta semana tenho-a dedicado a um dos meus artistas preferidos: Richard Thompson.

Tomei conhecimento da sua música no final dos anos 60 quando ouvi alguns temas dos 3 álbuns editados em 1969 pelos Fairport Convention, grupo de que foi um dos fundadores. Se então a minha atenção foi totalmente dirigida para a Sandy Denny e um dos temas mais belos que ela escreveu, "Who Knows Where The Time Goes?", em 1970 com o álbum "Full House" a minha curiosidade virou-se para o guitarrista do grupo, em particular no tema "Sloth", que era exactamente Richard Thompson.

Há mais de 50 anos, portanto, que sou fã de Richard Thompson, possuindo boa parte da sua discografia. Numa contagem rápida, entre Vinil e CD, um total de 62 álbuns, e ainda 4 DVD, assim distribuídos:

- Fairport Convention - 14
- The Bunch - 1
- French, Frith, Kaiser, Thompson - 2
- Richard and Linda Thompson - 8
- Richard Thompson + Danny Thompson - 1
- Richard Thompson - 36

Na impossibilidade de os ouvir todos saltitei de álbum para álbum de forma aleatória, ou talvez não, na realidade privilegiei aqueles que há mais tempo não ouvia. Passei por "(guitar, vocal)", duplo LP em vinil de 1976, excelente compilação de temas até então não editados de 1967 a 1976, "Rumor And Sigh" gravação em CD de 1991, o álbum que contem "1952 Vincent Black Lightning”, o mais recente duplo ao vivo "Historic Classic Concert – Live in Nothingham 1986", boa qualidade sonora com algumas faixas mal rotuladas (por exemplo: "Tear Stained Letter" não é de Johnny Cash mas sim do próprio Richard Thompson




Finalmente, não podia terminar melhor, o blu-ray "Live at Celtic Connections" gravado em 2011 no Royal Concert Hall em Glasgow. É dele "Take Care the Road You Choose", simplesmente maravilhoso!



Richard Thompson - Take Care the Road You Choose


segunda-feira, 8 de abril de 2024

Eva Cassidy - Over the Rainbow

Grandes Versões


 Ainda sem rumo definido para a continuação destes meus Regresso ao Passado vou os fazendo ao sabor da ocasião. E tudo serve de pretexto para ir mantendo vivo este Blogue. Tenho estado a ouvir a discografia que disponho de Eva Cassidy, e esse é o pretexto, a saber por ordem de edição:

- The Other Side (with Chuck Brown) (1992)
- Live at Blues Alley (1996) - Ao vivo
- Eva by Heart (1997)
- Songbird (1998) - Compilação
- Time After Time (2000)
- No Boundaries (2000) - Não oficial
- Imagine (2002)
- American Tune (2003) - Ao vivo
- Nightbird (2015) - Ao vivo

Eva Cassidy faleceu em Novembro de 1996 sem ver editado qualquer álbum de estúdio em nome próprio (na realidade "The Other Side" aparece como Chuck Brown and Eva Cassidy) e foi uma cantora com uma voz extraordinária que não foi devidamente reconhecida em vida. Interpretava sobretudo temas de outros compositores tendo uma capacidade impressionante de lhes dar um cunho pessoal que nos faz esquecer muitas vezes o original.
Deixou gravadas, cruzando os mais diversos géneros musicais, canções como  "Bridge over Troubled Water", "Songbird", "Fields of Gold", "Woodstock", "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman", "Who Knows Where the Time Goes?", "Imagine", para citar somente as mais conhecidas, e ainda muitos temas tradicionais e standards de Jazz.


Edição de 2CD+1DVD com a ref: G2 10209





Em "Nightbird" surge uma verão impressionante de "Over the Rainbow", um original de 1939 na voz de Judy Garland, que hoje recupero. Assim cantava Eva Cassidy a 3 de Janeiro de 1996. Fiquem bem.




Eva Cassidy - Over the Rainbow

sexta-feira, 5 de abril de 2024

José Mário Branco - Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades

 A Revolução antes da Revolução


 "A Revolução antes da Revolução" é o título do livro, que acabei de comprar, escrito por Luís de Freitas Branco. trineto do compositor com o mesmo nome e que nos dá a conhecer musicalmente, mês a mês, o ano de 1971. Lê-se na cinta da capa do livro:

"Antes da revolução política, uma revolução cultural antecipou o fim da ditadura. O regime estava por um fio e o sopro inspirado da música popular portuguesa foi a banda sonora para transformações decisivas. 1971 foi o ano do golpe musical, com protagonismo de José Mário Branco, Sérgio Godinho, Adriano Correia de Oliveira e Carlos Paredes, mas também de Duo Ouro Negro, Tonicha, Amália Rodrigues ou Marco Paulo; o ano do primeiro Cascais Jazz e do emblemático Festival de Vilar de Mouros; o ano que deu à música portuguesa e ao movimento dos capitães a canção-senha «Grândola, Vila Morena»."



Não estarei totalmente de acordo com os identificados protagonistas do "golpe musical" de 1971, mas só após a leitura do livro é que poderei confirmar se mantenho este desacordo.

Recorde-se "Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades" do álbum com o mesmo nome de José Mário Branco, era "A Revolução antes da Revolução".



José Mário Branco - Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades