Continuo no ano de 1976, mas agora centrado na música popular portuguesa.
Em 1976, o 25 de Abril de 1974 estava simultaneamente tão perto e tão longe, perto no tempo e nos ideais que muitos ainda acalentavam com o fim da ditadura que o golpe de estado tinha derrubado, distante, pois era por demais evidente que a utopia saída daquele dia não seria concretizada, o 25 de Novembro de 1975 tinha vindo "normalizar" a sociedade portuguesa.
Musicalmente, diz Mário Correia em "Música Popular Portuguesa - um ponto de partida":"As implicações dos acontecimentos ocorridos em 25 de Novembro de 1975 atingiram profundamente a música portuguesa, desde os aspectos relacionados com a sua divulgação nos meios de comunicação social até à necessidade imperiosa e urgente de refazer os processos criativos em função das novas motivações de vária ordem. De certo modo, encerra-se um ciclo na evolução da música portuguesa: o do canto mais ou menos directo e altamente envolvido nas circunstâncias político-sociais da altura".
No entanto, a inércia musical ainda se iria verificar por mais alguns anos como espero ainda vir a dar conta.
Para já, estamos no ano de 1976. No que diz respeito ao Rock, o praticado em Portugal foi genericamente sempre insípido, pouco inventivo e copiador das sonoridades praticadas em Inglaterra e Estados Unidos. Os ecos do Rock Progressivo vão ter eco tardio em Portugal e algumas bandas vão sobressair na segunda metade dos anos 70. Mas não me recordo de nenhum disco Rock de 1976. A surpresa veio do Jazz.
Rão Kyao - Malpertuis
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