Sob o comando de José Mário Branco o GAC (Grupo de Acção Popular - Vozes na Luta) existiu de 1974 a 1978 deixando-nos 4 meritórios LP e vários Singles.
"Abdicando de uma «tendência» crescendo para uma acção meramente individualista, recusando o «vedetismo» (sobretudo no sentido denunciado por Carlos Paredes, «Vedeta é o pré-fabricado, criado por um extremo individualismo») e dando grande destaque à necessidade do trabalho colectivo, progressivamente depurado dos vícios burgueses, através da crítica/autocrítica constantes, o GAC-Vozes na Luta surgiu como um grupo apostando nas propostas da «revolução democrática e popular», na «luta por uma cultura popular e revolucionária, ao serviço dos anseios e das lutas do povo trabalhador».", assim se lê em "Música Popular Portuguesa - um ponto de partida" de Mário Correia. Texto bem elucidativo do ambiente cultural dominante nos ano pós 25 de Abril de 1974.
O GAC é um dos vários exemplos que se podem encontrar onde a ideologia revolucionária era dominante, mas, neste caso, com uma qualidade inquestionável a que não será alheia a presença de José Mário Branco que entretanto abandonaria o grupo para abraçar o desafio do grupo de teatro Comuna para compor a música para a peça "A Mãe".
Edição em vinil de 1976 com a ref: VLP-10003 |
Em 1976, já em plena ressaca do 25 de Novembro de 1975 e antes de José Mário Branco abandonar o GAC e a UDP (União Democrática Popular) a quem o colectivo estava ideologicamente ligado, tempo ainda para um segundo álbum, “Pois Canté!!”.
“Pois Canté!!” é um disto datado? É verdade.“Pois Canté!!” está excessivamente marcado ideologicamente com a “Revolução Popular” de cariz maoísta? Também é verdade.
A escolha hoje vai, então, para este excelente trabalho da música popular portuguesa com a superior produção de José Mário Branco.
GAC - Ir e Vir