Não sei quantas canções Bob Dylan compôs, largas centenas muito provavelmente. Muito cedo se tornou o autor das canções que interpretava e que o tornou tão popular nos anos 60. Mas aqui não se trata de ser popular, muitos o foram e são, trata-se de ser a figura maior que a música de expressão popular conheceu. É portanto um caso único, tendo rapidamente também tido muitos seguidores e interpretes das suas composições. Habituei-me desde muito cedo a ter em Bob Dylan um caso à parte na música popular e ouvir os outros a interpretar as suas canções. Foi assim ao longo de décadas até que já neste século Bob Dylan nos surpreendeu com um conjunto de discos onde as versões prevalecem.
Entre 2009 e 2017, dos 5 álbuns que publicou 4 são de versões, a excepção é o excelente "Tempest" (2012). Poder-se-á pensar que falho de inspiração se dedicou a recriar o cancioneiro americano, mas não acredito que tenha sido o caso, penso que terá sido por puro gozo e prazer de interpretar canções na maioria clássicos, muitas delas bem conhecidas de todo o mundo.
Edição europeia de 3 CD, Ref: 8898513492 |
É assim que volto ao triplo álbum "Triplicate" onde se encontram 30 belíssimas canções tão bem interpretadas e que apetece não tenham fim.
Ficamos rendidos logo às primeiras espiras, neste caso aos primeiros bits, do primeiro CD e em êxtase quando chegamos a "Once Upon A Time" o tema escolhido para hoje.
"Once Upon A Time" não é das canções mais antigas que Bob Dylan recupera, é de um musical de 1962, ano em que fez as suas primeiras gravações, altura em que provavelmente não lhe passava pela cabeça que um dia a iria cantar. E ainda bem que o fez para nosso contentamento, aí vai "Once Upon Time".
Bob Dylan - Once Upon A Time