quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Bob Dylan - Once Upon A Time

Grandes Versões

Não sei quantas canções Bob Dylan compôs, largas centenas muito provavelmente. Muito cedo se tornou o autor das canções que interpretava e que o tornou tão popular nos anos 60. Mas aqui não se trata de ser popular, muitos o foram e são, trata-se de ser a figura maior que a música de expressão popular conheceu. É portanto um caso único, tendo rapidamente também tido muitos seguidores e interpretes das suas composições. Habituei-me desde muito cedo a ter em Bob Dylan um caso à parte na música popular e ouvir os outros a interpretar as suas canções. Foi assim ao longo de décadas até que já neste século Bob Dylan nos surpreendeu com um conjunto de discos onde as versões prevalecem.
Entre 2009 e 2017, dos 5 álbuns que publicou 4 são de versões, a excepção é o excelente "Tempest" (2012). Poder-se-á pensar que falho de inspiração se dedicou a recriar o cancioneiro americano, mas não acredito que tenha sido o caso, penso que terá sido por puro gozo e prazer de interpretar canções na maioria clássicos, muitas delas bem conhecidas de todo o mundo.



Edição europeia de 3 CD, Ref: 8898513492


É assim que volto ao triplo álbum "Triplicate" onde se encontram 30 belíssimas canções tão bem interpretadas e que apetece não tenham fim.
Ficamos rendidos logo às primeiras espiras, neste caso aos primeiros bits, do primeiro CD e em êxtase  quando chegamos a "Once Upon A Time" o tema escolhido para hoje.

"Once Upon A Time" não é das canções mais antigas que Bob Dylan recupera, é de um musical de 1962, ano em que fez as suas primeiras gravações, altura em que provavelmente não lhe passava pela cabeça que um dia a iria cantar. E ainda bem que o fez para nosso contentamento, aí vai "Once Upon Time".




Bob Dylan - Once Upon A Time

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Peter, Paul and Mary – Blowin’ In The Wind

Grandes Versões

Bob Dylan tem sido alvo ao longo dos anos de muitas versões das suas canções. Em particular nos anos 60, onde algumas canções foram tão ou mais conhecidas nas versões que nos originais.
Entre muitos, que tiveram em Bob Dylan um verdadeiro filão e fonte de inspiração, podemos citar Joan Baez, Peter, Paul and Mary, The Byrds, Jimi Hendrix, nos USA, e os inevitáveis Fairport Convention e a Sandy Denny em Inglaterra.

Um infindável nº de cantores poderíamos acrescentar, mas, para hoje, basta os Peter, Paul and Mary que dele fizeram sucessos algumas das suas canções. As mais emblemáticas terão sido "Blowin' in the Wind" (1963) e "The Times They Are a-Changin'" (1964).
Fico logo com a primeira que surgiu no original, em 1963, no álbum de Bob Dylan "The Freewheelin' Bob Dylan". Três semanas apenas depois da sua edição original, os Peter, Paul and Mary publicam o Single com a sua versão que foi um sucesso enorme. Fazia parte do álbum do mesmo ano que tomou o nome de "In The Wind". Qual delas terei ouvido pela primeira vez? Boa questão.


Edição USA de 1990, em CD, com a ref:9 26224-2

Deste saudoso trio, para recordar sempre, "Blowin’ In The Wind", uma grande versão!




Peter, Paul and Mary – Blowin’ In The Wind

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Steeleye Span - To Know Him Is To Love Him

Grandes Versões

Os Steeleye Span são um dos mais prestigiados grupos de Folk-Rock britânico. Formados em 1969 pelo ex-Fairport Convention Ashley Hutchings, tem tido diferentes constituições através dos tempos, actualmente resta Maddy Prior da formação inicial. O ano que hoje nos interessa é o de 1974, os Steelye Span eram já bem conhecidos internacionalmente quando foi publicado "Now We Are Six", era o sexto álbum e o grupo passava a sexteto onde para além da Maddy Prior se destacavam Tim Hart (1948-2009), que nos anos 60 tinha já gravado em duo com Maddy Prior), Peter Knight (reconhecido violinista nos Steeleye Span entre 1970 e 2013) e Rick Kemp (baixista durante muitos anos dos Steelye Span, foi casado com Maddy Prior e com ela gravou o álbum "Happy Families" (1990)).
"Now We Are Six" fechava com "To Know Him Is To Love Him" a versão que proponho para hoje.


Edição Shanachie, ref: 79060, em CD de 1991 


A canção é um original de Phil Spector, mais conhecido como produtor, The Beatles, John Lennon e George Harrison entre outros, do final dos anos 50 quando fazia parte do trio vocal The Teddy Bears, (Curiosidade: em 1963 The Beatles também tocavam esta canção com o nome mudado para "To Know Her Is To Love Her" e pode ser encontrada no álbum "Live at the BBC").
O original é lindíssimo, para quem não o conhecer aqui vai.




The Teddy Bears - To Know Him Is To Love Him

Quando vi "To Know Him Is To Love Him" incluída no álbum "Now We Are Six" pareceu-me uma escolha improvável tanto mais que o grupo não navegava as águas do Pop-Rock mas no final foi uma agradável surpresa, ainda mais com o improvável David Bowie a tocar saxofone. Sem dúvida estamos perante uma bela versão.




Steeleye Span - To Know Him Is To Love Him

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Van Morrison – I Can’t Stop Loving You

Grandes Versões

Não conhecia a versão original de "I Can´t Stop Loving You", uma canção dos finais dos anos 50 escrita e interpretada pelo cantor country Don Gibson (1928-2003). Creio que aquela que primeiro conheci foi a de Ray Charles do ano de 1962. Na realidade não a associava à música Country, mas sim ao Soul e Rhythm'n'Blues, daí que não me admira-se pela versão que Van Morrison efectuou em 1991 para o seu duplo álbum "Hymns to the Silence".


Edição dos EUA da Polydor em duplo CD, ref: 314 519 219-2


Longe de conhecer todas as versões que esta canção tem, arrisco-me a dizer que esta é a mais bem conseguida, pelo menos entre as que conheço é sem dúvida a melhor interpretação, com a presença de Georgie Fame e dos The Chieftains a dar um contributo significativo. Recupero então novamente "I Can't Stop Loving You".




Van Morrison – I Can’t Stop Loving You

domingo, 27 de outubro de 2019

Fairport Convention – Time Will Show The Wiser

Grandes Versões

Estávamos em 1967 e o revivalismo Folk britânico estava prestes a culminar no Folk-Rock do qual os Fairport Convention foram o grupo mais importante. Sobretudo no seu início fizeram muitas versões de canções oriundas dos EUA onde o Folk-Rock floresceu primeiramente. Canções de Leonard Cohen, Tim Buckley, Richard Fariña, Joni Mitchell, Emitt Rhodes, Bob Dylan, Johnny Cash, Gene Clark, Jackson C. Frank, Everly Brothers, foram alguns que viram as suas canções serem adaptadas por aquele tão importante e fundamental agrupamento inglês. Eram mesmo a base do reportório do grupo pouco antes de serem os criadores do Folk-Rock britânico


Emitt Rhodes é um cantor, compositor norte americano relativamente pouco conhecido cujo primeiro álbum data de 1967 ainda no grupo The Merry-Go-Round. "Time Will Show The Wiser" é no original uma canção de Emitt Rhodes e que pertencia ao álbum homónimo "The Merry-Go-Round". Para quem não conhecia o original oportunidade de agora a ouvir antes de passar para a versão dos Fairport Convention.




Emitt Rhodes - Time Will Shown The Wiser


A faixa de abertura do primeiro álbum dos Fairport Convention, editado em 1968, é mesmo "Time Will Show The Wiser" e foi uma das que sobreviveram e que continua a fazer parte nas actuações ao vivo dos actuais Fairport Convention. Tive a oportunidade de os ver ao vivo em Cropredy no Sábado 12 de Agosto de 2017 por ocasião do 50º aniversário do grupo e não resisto a ir buscar a esse concerto, entretanto editado em duplo CD, "What We Did on Our Saturday", a versão escolhida para hoje.





Curiosidade, da formação de há 50 anos só não estava o baterista Martin Lamble, falecido em desastre em 1969, no seu lugar o histórico baterista do grupo Dave Mattacks, os restantes eram: Ian Matthews, Simon Nicol, Richard Thompson, Ashley Hutchings e Judy Dyble.




Fairport Convention – Time Will Show The Wiser

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

June Tabor - All Tomorrow's Parties

Grandes Versões


Uma versão improvável. Sim sem dúvida, o que têm os The Velvet Underground dos anos 60 a ver com a June Tabor dos anos 90? À partida diria nada, The Velvet Underground, formados na cosmopolita Nova Iorque, na vanguarda do Rock mais experimental que na altura se poderia imaginar, June Tabor, nascida em Warwick no centro de Inglaterra, uma das maiores cantoras Folk ainda em actividade.

The Velvet Underground tiveram curta duração (final dos anos 60 inicio da de 70) mas revolucionaram a música Rock e a sua importância é hoje indiscutível, se o nome disser pouco saiba-se que Lou Reed e John Cale foram seus fundadores. June Tabor iniciou-se nas lides musicais nos anos 70 tendo, para além de uma riquíssima discografia a solo, colaborado com nomes importantes do Folk inglês, Maddy Prior, logo no início, os Oysterband,  Iain Ballamy e Huw Warren como Quercus são algumas das suas mais importantes parcerias.


Edição RYCODISC, ref: RCD 10194, de 1990


O original de hoje pertence aos The Velvet Underground no seu disco de estreia "The Velvet Underground & Nico" (1967) e dá pelo nome de "All Tomorrow's Parties", foi composta por Lou Reed tendo Nico dado a voz. E é esta canção que faz a ponte a June Tabor pois constava no álbum "Freedom and Rain" (1990) que esta gravou com a The Oyster Band (antes de ser simplesmente Oysterband) em 1990. Dois mundos quase oposto aqui ligados por uma canção com duas interpretações tão distintas. O original já se encontra neste blogue, resta agora a versão de June Tabor with The Oyster Band.




June Tabor - All Tomorrow's Parties

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Sandy Denny - Whispering Grass

Grandes Versões


Tudo que Sandy Denny tocava virava ouro. É verdade!, não só era uma grande compositora como uma extraordinária intérprete, era única, foi a melhor da sua geração. Muito cedo se evidenciou na interpretação de canções vindas dos Estados Unidos, Tom Paxton, Jackson C. Frank que surgiram gravadas nos LP "Alex Campbell and his Friends" e "Sandy and Johnny" em 1967 e compiladas em 1970 no álbum "It's Sandy Denny", assim como na interpretação de tradicionais, ouça-se "Fhir A' Bhata" e "Green Grow The Laurels" ainda em 1966 em "Live At The BBC". Mas também em canções originais como "Fotheringay" e a seminal "Who Knows Were The Time Goes?" gravadas em 1968 e 1969 respectivamente já com os Fairport Convention. Isto para me limitar ao início da sua carreira, aquando de "It's Sandy Danny" escrevia o produtor Marcel Rodd:
"effortlessly allowing her voice to produce arpeggios, tremolos and scales, as if she were tuning an instrument over which she was going to have a unique command. It was almost frightening to ear every now and then this lyric soprano go into a rough, gruff roll, with deep and vibrant feeling, which expressed an exactly opposite timbre of her folksy simplicity. I did not realize that I had brought into our studio one of the greatest girl singers that this country was ever to be blessed with." 

Uma voz dos céus, resumiria eu esta extraordinária voz que me acompanha há 50 anos. São múltiplas as versões que poderia escolher, começando pelos autores acima referidos, passando por Bob Dylan que ela tão peculiarmente interpretava, até à escolha menos convencional de hoje onde ela demonstra a capacidade de tornar suas canções sejam de que género for.

Edição Carthage com a ref: CGLP 4425, em vinil, de 1986



"Whispering Grass" é uma canção popular muito antiga, julgo de 1940, e é daquelas canções que sempre ouvi sem saber bem quem a interpretava até que um dia a ouvi na versão superior de Sandy Denny. Terá sido da colecção de discos do pai na versão dos The Inkspots que, de acordo com David Suff, Janeiro de 2005, ela a conheceu. Está incluída no álbum "Like An Old Fashioned Waltz" (1974) e é a minha proposta de audição para hoje.




Sandy Denny - Whispering Grass

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Norma Waterson - God Loves A Drunk

Grandes Versões

Comecei estas "Grandes Versões" com Norma Waterson e a ela volto.
Poucos foram os discos que ela gravou em nome exclusivamente próprio, modo geral ela aparece associada a outros nomes, em particular os da família The Watersons, Lal and Norma Waterson, Waterson-Carthy (com o marido Martin Carthy e a filha Eliza Carthy) e mais recentemente Norma Waterson & Eliza Carthy with The Gift Band (onde está incluído Martin Carthy), podemos ainda acrescentar as diferentes formações dos Blue Murders por onde passaram diversos elementos das famílias Waterson e Carthy.

Actualmente com 80 anos, o seu mais recente registo é do ano passado "Anchor" e teve aqui a sua devida referência com a versão de "Strange Weather" que bem podia estar incluída nestas "Grandes Versões", recuo, no entanto, a 1996 no seu primeiro registo, após mais de 30 anos a cantar, como Norma Waterson e com o excelente acompanhamento de Eliza Carthy, Martin Carthy, Roger Swallow, Danny Thompson e Richard Thompson.

Composto fundamentalmente de versões de canções recentes, fugindo assim ao seu registo mais habitual de cantar tradicionais, que vão de Gerry Garcia a Richard Thompson, sem esquecer Elvis Costello, Billy Bragg e Ben Harper.


Edição em CD , de 1996, ref: HNCD 1393

De cima para baixo, da esquerda para a direita:
Danny Thompson, Richard Thompson, Eliza Carthy, Roger Swallow
Norma Waterson e Martin Carthy


"God Loves A Drunk" é no original uma canção de Richard Thompson gravada para o seu 6º álbum de originais "Rumor and Sigh" (1991) que, conforme já devem ter dado conta, é um dos meus autores preferidos. Não ficou entre as mais conhecidas daquele trabalho onde se revelaram canções bem mais conhecidas como "1952 Vincent Black Lightning", "Keep Your Distance" e "I Misunderstood", "God Loves A Drunk" não tinha a força destas mas é daquelas canções que só com o tempo é que se lhe vai dando o seu devido valor.




Richard Thompson - God Loves A Drunk

Valor acrescentado na interpretação de Norma Waterson que lhe deu um vigor que tão bem ela sabe dar nas suas interpretações.




Norma Waterson - God Loves A Drunk

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Joni Mitchell - You're My Thrill

Grandes Versões

Para hoje foi fácil, bastou continuar com a Joni Mitchell e o álbum "Both Sides Now" e inverter as situações, ou seja não procurar uma versão de uma canção por ela composta, mas o contrário Joni Mitchell a interpretar algo que não dela. E "Both Sides Now" é nisso fértil, com excepção de "A Case of You" e o tema título "Both Sides Now", originais da própria aqui reinterpretados, o resto do álbum reúne um conjunto de canções do cancioneiro norte-americano dos anos 20 a 50 do século passado revisto com as suas interpretações superiores, arranjos orquestrais de Vince Mendoza e produção de Larry Klein e Joni Mitchell.

São de Larry Klein as notas da edição em CD de Both Side Now":
"As we began the process of selecting the songs for this record, Joni come up with the idea of having thr record trace the arc of a modern romantic relationship. I thought that this idea was innovative, exciting and especially appropriate considering that the focal point of her work has been  an inquiry into the nature of modern love. The album would be a programmatic suite documenting a relationship from initial flirtation throught optimistic consummation, metamorphosing into disillusionment, ironic despair, anf finally resolving in the philosophical overview of acceptance and the probability of the cycle repeating itself.
The results have surpassed out expectations. In singing these songs, I believe that Joni has achieved something quite extraordinary in that she has truly sung them as if, as Nietzche would say, she had written them in her own blood."


Edição Reprise, alemã, em CD com a ref: 9362-47620-2


Logo a abrir encontra-se o tema de hoje "You're My Thrill", canção que vem dos anos 30 e que encontrou em Billie Holiday (1949) uma das primeiras grandes interpretações, mas não escondo que fiquei rendido quando a ouvi pela primeira vez na voz de Joni Mitchell.




Joni Mitchell - You're My Thrill

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Ana Moura – A Case of You

Grandes Versões


"A Case of You" é uma canção que tem vindo a ser objecto de cada vez mais e melhores versões. No início foi assim: Joni Mitchell compôs e gravou-a para o álbum "Blue" (1971) porventura o melhor álbum dela e, sem dúvida, um dos meus discos preferidos de sempre. Num disco de tanta qualidade onde se destacaram temas como "Carey" e "California", "A Case of You" foi o lado B deste último Single, "A Case of You" como que ficou a amadurecer e a crescer no tempo. Hoje é das mais emblemáticas de Joni Mitchell e uma das que foi sujeita a maior número de versões, a começar pela própria, sendo uma das duas suas composições incluídas, em 2000, no disco de Jazz "Both Sides Now". Recorde-se o original de 1971.




Joni Mitchell - A Case of You

São conhecidas, segundo a wikipédia, mais de 300 versões. São já deste século algumas das melhores que conheço, incluindo, é verdade!, nacionais. Lembro-me de Cristina Branco (2005), Salvador Sobral (2017) e Ana Moura (2012).


CD de 2012, da Universal ref: 602537205233


É na Ana Moura que me retenho. "A Case of You" aparece no álbum "Desfado", onde quebrando com algumas regras do fado mais tradicional, constrói um dos mais belos álbuns portugueses de sempre. Teve o êxito merecido. Talvez não seja alheio, para além das qualidades inegáveis de Ana Moura, a produção do disco ter sido entregue a Larry Klein, nem de propósito ex-marido de Joni Mitchell. São para ele as primeiras palavras de agradecimento de Ana Moura: "Ao Larry Klein pela inspiração, pelo respeito pela nossa música, pelo imenso talento e sabedoria postos à minha disposição."




Ana Moura – A Case of You

domingo, 20 de outubro de 2019

Rachel Unthank & The Winterset – River Man

Grandes Versões

Ainda ontem dediquei o Regresso ao Passado ao grupo Folk inglês The Unthanks e já com ele continuo o de hoje, ou melhor com Rachel Unthank & The Winterset designação que tiveram entre entre 2004 e 2009. Deixem-me explicar melhor: tudo anda à volta das irmãs Rachel e Bechy Unthank, figuras centrais de um projecto que recupera a melhor tradição Folk inglesa.
Em 2004, com a designação Rachel Unthank & The Winterset, eram Rachel e Bechy Unthank, Belinda O'Hooley e Jackie Oates, ou seja um quarteto exclusivamente feminino. Em 2009 passam a designar-se somente The Unthanks e a formação base passa a ser um quinteto: Rachel e Bechy Unthank, Adrian McNally, Niopha Keegan e Chris Price.
Para alguns Adrian McNally tomou excessivamente em mão o rumo do grupo sendo multi-instrumentista, produtor e compositor de relevo na sonoridade actual do grupo .

Mas voltemos ao início e ao primeiro álbum, "Cruel Sister" (2005) para irmos ao encontro da canção de hoje, "River Man".



Edição em CD inglesa de 2005 com a ref: RR005 da Rabble Rouser


Com Becky ainda estudante, oito anos mais nova que a irmã, o grupo toma o nome de Rachel em destaque o que poderá ter sido injusto para com aquela que participa significativamente no álbum, sete em treze canções têm a sua participação nos arranjos, está presente vocalmente em onze canções, duas em exclusivo, sendo "River Man" uma delas.

"River Man" é no original uma incrível canção de Nick Drake, um dos maiores autores e cantores do Folk inglês, pouco conhecido em vida, pouco recordado depois, mas, mesmo assim, apreciado e muito considerado entre as figuras mais relevantes do universo da música Folk britânica. Do 1º álbum "Five Leaves Left" (1969) não resisto a começar por a recordar.




Nick Drake - River Man

Para agora irmos para a versão de 2005 na voz de Becky Unthank que escreveu assim sobre "River Man":
"I love the words to this song, it sparks off many images of a fantastical world with a wise old Riverman. The unglamorously named Betty reminded me of a folk song. I get completely consumed in the long flowing notes and Belinda's accompaniment added a new dimension to the song."




Rachel Unthank & The Winterset – River Man

sábado, 19 de outubro de 2019

The Unthanks – Sea Song

Grandes Versões

Ontem foi a versão de "Insensatez" por Robert Wyatt, hoje é a vez de pegar numa canção deste autor, que já ocorreu neste blogue, a magnífica "Sea Song" (basta procurar pela etiqueta Robert Wyatt para a voltar a ouvi-la) e ver o que as The Unthanks dela fizeram.

"Sea Song" está entre aquelas canções que à partida julgaria não poder gostar noutra versão que não a original, é a faixa de abertura do espantoso LP "Rock Bottom" de 1974. Um belo dia encontro-a no álbum "The Songs of Robert Wyatt and Antony & The Johnsons", publicado em 2011, da autoria do grupo Folk inglês The Unthanks. O álbum era o Volume 1 da série "Diversions" daquele grupo e, como o nome indica, tratava-se de um conjunto de canções, no original de Robert Wyatt e de Antony & The Johnsons, gravadas ao vivo na Union Chapel, Londres em Dezembro de 2010. Níveis maiores de emoção são alcançados já perto do final precisamente na interpretação sóbria e comovente que The Unthanks emprestam a "Sea Song". Espero bem que fiquem deliciados com esta versão tal qual eu fiquei


CD de 2011 editado pela Rough Trade com a ref: RTRADCD636

Resta sugerir o que vem escrito algures na capa do CD "Go out and buy the originals!", eu acrescentaria comprem também este "The Songs of Robert Wyatt and Antony & The Johnsons", uma boa entrada para descobrir The Unthanks. Ainda da capa a satisfação do próprio Robert Wyatt: "I love the idea. It makes me happy just thinking about it", e a minha satisfação não é menor.




The Unthanks – Sea Song

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Robert Wyatt – Insensatez

Grandes Versões


Robert Wyatt é um dos meus músicos preferidos que não se encontra entre os mais divulgados. Fez parte, como baterista e cantor, dos primordiais Soft Machine entre 1966 e 1971 desenvolvendo naqueles anos o melhor Rock Progressivo originário de Canterbury.  A solo deixou 9 álbuns de elevado recorte artístico com abordagens onde se encontram Free Jazz, Rock Progressivo, Rock de Vanguarda, enfim em zonas experimentais que lhe conferem uma sonoridade muito peculiar. Autor de boa parte da sua obra não se coibiu de interpretar outros autores que vão de uma Anja Garbarek, de um Charlie Haden a Vinicius de Moraes e Tom Jobim na escolha de hoje.

Tom Jobim (1927-1994) foi um músico brasileiro e um dos pioneiros da Bossa Nova, deu-a a conhecer ao mundo através de colaborações de músicos de Jazz sendo Stan Getz um dos mais importantes.
"Insensatez" é a canção de hoje, escrita por Tom Jobim e Vinicius de Moraes pertencia ao 1º LP daquele, "The Composer of Desafinado, Plays" do ano de 1963. Sendo hoje um clássico da Bossa Nova e do Jazz foi interpretada por um sem número de músicos, em particular brasileiros e norte-americanos do mundo do Jazz. A versão que proponho é vinda doutras músicas e pertence ao surpreendente álbum "Cuckooland" de 2003.


Edição em CD da editora Hannibal com ref: HNCD 1468


Actualmente com 74 anos, anunciou a sua retirada em 2014 mas é sempre com uma secreta esperança que aguardo por um regresso de Robert Wyatt, tanta a falta que ele faz.

Deixem-se surpreender pela sua "Insensatez".




Robert Wyatt – Insensatez

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Eva Cassidy – What a Wonderful World

Grandes Versões

"What a Wonderful Word" é uma magnifica canção tornada conhecida na voz de Louis Armstrong decorria o ano de 1967, o ano de todas as músicas como eu costumo chamar àquele ano. Tema, que teve a interpretação superior e única em Louis Armstrong, tem sido usada e abusada ao longo dos tempos em inúmeras versões para todos os gostos.
Regra geral versões longe de igualar a original e inesquecível do trompetista e cantor mais popular do Jazz, Louis Armstrong.


Edição, em CD, australiana com a ref: G2-10046 de 1998


Até que um dia conheci "What a Wonderful World" na voz da malograda Eva Cassidy (1963-1996).
Eva Cassidy faleceu prematuramente de doença oncológica, tendo o seu reconhecimento sido feito postumamente. Em vida deixou somente dois álbuns editados, o primeiro (1992) em estúdio, em duo com Chuck Brown, e por fim o álbum ao vivo "Live at Blues Alley" editado poucos meses antes da sua morte.

"What a Wonderful World" faz parte deste excelente registo onde Eva Cassidy nos presenteia com interpretações variadas de canções de Jazz, Blues e Folk, manifestando uma versatilidade invejável e que lhe foi prejudicial, ao não se fixar num estilo, ao dificultar a obtenção de contrato de gravação. "Live at Blues Alley" teria mesmo produção própria.

Resta transcrever o que dela dizia The Washington Post que vem reproduzido em selo na caixa do CD: "She could sing anything and make it sound like the only music that mattered".




Eva Cassidy – What a Wonderful World

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Norma Waterson - Love Of My Life

Grandes Versões

Inicio hoje um novo tema, "Grandes Versões".
Em tempos que já lá vão não era grande apreciador de versões da canções no mundo do Pop-Rock e afins. E eventualmente com alguma razão, por vezes notava-se que havia versões que serviam para ir, com alguma facilidade, atrás do sucesso utilizando canções que o tinham obtido e assim disfarçar alguma falta, circunstancial ou não, de criatividade e inovação. Com o passar dos anos e à medida que me fui embrenhando por entre a obra dos melhores interpretes que o Rock, agora referido de uma forma muito lata, produziam, fui-me dando conta de reinterpretações fora de série e muitas vezes a não dever nada ao original, o que eu ainda muito novo considerava impossível, o original era o original e estava tudo dito, o resto eram imitações.

Assim sendo fui juntando uma lista de canções que não me canso de ouvir tal a superioridade com que são interpretadas. "Grandes Versões" é um tema que ficará em aberto e que poderei mais tarde voltar a ele, para já fica uma primeira lista. De forma aleatória começo com uma canção bem conhecida no original, mas pouco conhecida na versão que hoje proponho.

"Love Of My Life" é uma canção do malogrado Freddie Mercury de 1975 incluída no álbum "A Night at the Opera", o tal onde pontificava "Bohemian Rhapsody". É uma balada bem bonita e bem conhecida que não é preciso recordar, pois todo o mundo a conhece, pelo que vou directo para a versão que escolhi entre as muitas que existem.


Edição Hannibal, ref: HNCD 1430, em CD de 1999

A versão vem da improvável Norma Waterson, cantora Folk britânica que no seu belíssimo álbum "The Very Thought Of You", de 1999, dedicado à memória da sua irmã Lal, nos presenteia com um conjunto de versões entre as quais se encontra "Love Of My Life" logo a abrir este desafio.
Norma Waterson tinha já 60 anos quando gravou este disco, mas a sua carreira vinha já dos anos 60 com o grupo da família, The Watersons, sendo o seu mais recente registo, "Anchor", uma das minhas preferências do ano de 2018.
Nesta tocante versão de "Love Of My Life" Norma Waterson conta com a colaboração, entre outros, da filha Eliza Carthy, marido Martin Carthy e do incontornável Richard Thompson. Apreciem!




Norma Waterson - Love Of My Life

terça-feira, 15 de outubro de 2019

The Kinks - Drivin'

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Este nº da revista "mundo da canção" terminava com a Ficha 8 dedicada ao grupo britânico The Kinks, uma das minhas preferências de sempre.
A par dos The Beatles foram a proposta mais interessante que o Pop-Rock britânico dos anos 60 nos deixou. Sempre gostei deles e em relação aos The Beatles tiveram a vantagem de se terem mantido até 1996 com significativa qualidade (em 2018 foi anunciado o regresso dos The Kinks com três dos fundadores do grupo, os irmãos Ray e Dave Davies e o baterista Mick Avory).






Aquando da publicação deste artigo o Single mais recente dos The Kinks era "Lola", um dos maiores êxitos do grupo, e o LP mais recente dava pelo nome de "Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire)" e era do ano anterior.
A edição que possuo é espanhola do ano de 1980, adquirida nas férias de 1981 em Palma de Maiorca, tem ainda o preço em pesetas, 610 pts (cerca de 3,7€).


Edição espanhola com as ref: ZL-346, NPL 18317, série Años Dorados






Deste excelente e pouco recordado álbum que fez agora (10 de Outubro) 50 anos, recordo "Drivin'", ora vamos lá dar uma volta de carro e esquecer os problemas. É a sugestão de Ray Davies autor da canção.




The Kinks - Drivin'

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Jethro Tull - Play in Time

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Na ponta final da recordação do nº 9 da revista "mundo da canção" editado em Agosto de 1970. Tempo ainda para alguns textos nele publicados, o primeiro dos quais sob o nome "Jethro Anderson Tull" sobre, claro, os Jethro Tull. Um texto nada abonatório para o grupo, em particular para o seu líder Ian Anderson acusado de recalcar as "... grandes capacidades de criação musical dos restantes elementos do grupo: Martin Barre (viola-solo), Glen Cornick (viola baixo) e Clive Bunker (bateria)."





Sim, sem dúvida que a figura de Ian Anderson se impôs, logo de início, em demasia no grupo ao ponto de os Jethro Tull se terem tornado sinónimo de Ian Anderson, praticamente o único compositor do grupo a partir do 2º LP. Note-se a saída de Mick Abrahams do grupo logo em 1968.
Por outro lado, a dominância de Ian Anderson deixou 3 discos, para meu gosto, que provavelmente de outra forma não seriam possíveis: "Stand Up", "Benefit" e "Agualung", já o que veio a seguir é bastante discutível e não resistiu tão bem ao passar dos anos, excepção feita para "Songs from the Wood" (1977) e "Heavy Horses" (1978).

Em 1970 é editado "Benefit" que na opinião de Fernando Cordeiro, o autor do artigo "Só por vezes o conjunto instrumental... irrompe numa livre manifestação de todas (ou quase todas) as suas potencialidades criadoras.", estão neste caso os tema "With you there to help me", "To cry you a song" e "Play in Time". Noutros Regresso ao Passado já usei as duas primeiras resta "Play in Time".

Ah! É verdade "Benefit" foi o primeiro LP que comprei dos Jethro Tull.



Jethro Tull - Play in Time

domingo, 13 de outubro de 2019

Vanity Fare - Hitchin' A Ride

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970


"Curiosidades do mundo da canção" era uma pequena secção da revista "mundo da canção" que dava pequenas notícias do mundo da música. No nº 9 da revista de Agosto de 1970 essas notícias vão desde o disco de ouro de Simon and Garfunkel pela venda de 1 milhão de discos do Single "Cecília" até à formação de um grupo novo por Hank Marvin e Bruce Welch conhecidos músicos dos The Shadows, esse grupo seria Marvin, Welch & Farrar de curta duração que me lembro bem de "Lady Of The Morning".
Leiam e recordem-se destas curiosidades.





Escolho a notícia do disco de ouro para os Vanity Fare pelas vendas superiores a 1 milhão de Singles de "Hitchin' A Ride".

Recordo, os Vanity Fare eram um grupo Pop formado nos finais dos anos 60 e do qual eu já não me lembrava praticamente nada. Reouvi algumas das canções deste grupo que segundo a wikipedia se mantêm no activo e lembrei-me de "Early In The Morning" e "Hitchin' A Ride", as únicas das quais tinha uma vaga ideia.




Vanity Fare - Hitchin' A Ride

sábado, 12 de outubro de 2019

BB King - So Excited

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

"Completely Well", de 1969,  é o álbum de B. B. King que continha uma das canções de Blues que se tornou mais conhecida, "The Thrill Is Gone". Foi esta versão de B. B. King, de uma canção de Roy Hawkins de 1951, que o ajudou a levar a sua música a camadas mais alargadas da juventude com gostos mais centrados no Rock e Pop que então se praticava.

Se "The Thrill Is Gone" era a faixa que finalizava o LP, a que o abria era "So Excited" o propósito de hoje.

B. B. King (1925-2015) foi, citando "Os Grandes Criadores de Jazz", "O mais célebre e imitado dos cantores-guitarristas..." sendo que os seus seguidores "...contam-se às centenas" sendo referidos Albert e Freddie King e também Eric Clapton, Johnny Winter e Jimi Hendrix. Um músico que atravessou gerações e públicos diversos deixou-nos uma imensa e importante obra que sempre que tiver oportunidade procurarei recordar


Do livro "Os Grandes criadores de Jazz"

"So Excited" tinha a letra publicada, em Agosto de 1970, no nº 9 da revista "mundo da canção" sendo por isso a canção escolhida para este Regresso ao Passado.





Espero que no final fiquem rendidos a este B. B. King e, para quem não o conhecer, fique a curiosidade de tomar contacto com a sua obra, ora ouçam "So Excited".




BB King - So Excited

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Rare Earth - Get Ready

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970


"Get Ready" é uma canção escrita por Smokey Robinson que constituiu um enorme êxito em 1966 na interpretação dos The Temptations quando a Motown Records registava sucessos atrás de sucessos. A melhor década para a música negra. A versão dos The Temptations era a que eu me lembrava melhor, mas outras houve a merecerem ser referidas.
Logo em 1966 The Supremes (as tais onde pontificava Diana Ross) publicaram a sua versão no LP "The Supremes A' Go-Go", em 1970 foi a vez do próprio autor a editar no álbum "A Pocket Full of Miracles", eram Smokey Robinson & The Miracles.

Por último os Rare Earth também a publicaram, primeiro em álbum, ainda em 1969, tendo esta a duração de mais de 21 minutos ou seja todo o lado B do disco, e finalmente a versão em Single já no ano de 1970 (já agora Ella Fitzgerald também a gravou em 1969).





Hoje são os Rare Earth que nos interessam, era a eles que a revista "mundo da canção" se referia quando publicou a letra de "Get Ready" no seu nº 9 em Agosto de 1970.
Tomaram a designação de Rare Earth em 1968 (de 1960 até então designados The Sunliners), no ano seguinte assinam pela Motown Records, que criam entretanto a etiqueta com o nome do grupo Rare Earth, sendo o primeiro grupo branco daquela famosa editora negra a alcançar os Top, precisamente com "Get Ready" que agora aqui se lembra.



Rare Earth - Get Ready

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Otis Redding - Love Man

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Passo à frente os Christie com a letra de "Yellow River" pois já a recordei, noutras circunstâncias, aquela que foi o maior sucesso de um grupo que o conheceu por um período muito curto e diga-se de verdade nada se perde. Sigo em frente nas páginas do nº 9 da revista "mundo da canção" para deparar com algo incomparavelmente melhor, Otis Redding e a letra da canção "Love Man".





Otis Redding faleceu em 1967 de acidente de aviação, com 26 anos, quando se encontrava no auge da sua carreira, ateste-se os 6 álbuns editados nos então últimos 4 anos. Mas seria já depois da sua morte que, com "(Sittin' On) The Dock Of The Bay", atingiria a sua maior popularidade e inscreveria o seu nome entre os maiores interpretes Soul. Deixaria ainda um conjunto de canções gravadas que seriam objecto de posterior edição, "Love Man", de 1969, era já o 3º LP póstumo que era publicado e é dele que hoje retiro a canção que lhe dá o título.




Otis Redding - Love Man

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Joni Mitchell - The Arrangement

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970


Joni Mitchell já nos tinha dado canções como "Night In The City" e "Both Sides, Now" e merecia  o devido relevo na melhor expressão da música Folk norte-americana. É, no entanto, ao 3º LP "Ladies Of The Canyon", publicado em 1970, que se verifica uma maior sofisticação, que se iria prolongar pela sua discografia daí em diante, e colocá-la definitivamente como a melhor autora e interprete da música Folk e Folk-Rock oriunda do outro lado do Atlântico.

É deste álbum temas que se tornaram intemporais como "Big Yellow Taxi", "Woodstock", "The Circle Game" ou ainda "Morning Morgantown". Era outra a canção cuja letra vinha publicada no nº 9 da revista "mundo da canção" que tenho vindo a recordar, trata-se de "The Arrangement".





Num álbum mais eclético do que os dois anteriores, Joni Mitchell muda da viola, para o piano conforme o tema seja mais folky ou mais denso como é o caso do tema de hoje, "The Arrangement". Uma maravilha!




Joni Mitchell - The Arrangement

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Creedence Clearwater Revival - Wrote A Song For Everyone

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Mais uma presença regular nas páginas da revista "mundo da canção", os Creedence Clearwater Revival, ou abreviadamente CCR. Muito populares no final dos anos 60, tinham uma música simples, forte e contagiante à qual a juventude não podia estar indiferente. Comerciais quanto baste, mas bem originais e criativos em apenas 3 anos (1968-1970) inundaram as rádios com as canções de 6 álbuns em crescente notoriedade.

Com menos de 30 minutos "Green River", de 1969, era o 3º LP do grupo e foi o primeiro que conheci na totalidade pois adquiri-o com os meus 14, 15 anos. É uma edição do Reino Unido da editora Liberty com a referência LBS 83273 do ano de 1969 e hoje é uma boa oportunidade para o voltar a ouvir.






Nele estava incluído "Wrote A Song For Everyone", cuja letra constava do nº 9 da revista "mundo da canção" saída em Agosto de 1970.





Altura, então, para regressar ao bom, velho Rock dos Creedence Clearwater Revival e desfrutar deste "Wrote A Song For Everyone".




Creedence Clearwater Revival - Wrote A Song For Everyone

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Maurice Gibb - Railroad

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970


Os irmãos Gibb, Bee Gees, andaram desavindos no final dos anos 60.
O primeiro a anunciar a saída do grupo foi, em 1969, Robin Gibb (1949-2012), mas regressou passado pouco mais de um ano. Teve, antes de regressar, tempo para gravar um álbum "Robin's Reign" pelo qual já passei e dois Singles sendo "Saved By The Bell" foi o maior sucesso.
No final de 1969 é anunciado o fim dos Bee Gees.
Barry Gibb (1946-) só teve tempo para publicação de um Single, "I'll Kiss Your Memory", uma canção que passou praticamente despercebida.
Maurice Gibb (1949-2003), igualmente, só editou um Single, "Railroad", e igualmente passou despercebida, é a que hoje se recorda.
Os dois Barry e Maurice trabalharam em álbuns a solo que não chegaram a ver a luz do dia, em Agosto de 1970, os Bee Gees estavam de novo juntos.




Estavam portanto juntos quando em Agosto de 1970 a revista "mundo da canção" inclui a letra de "Railroad" no seu nº 9, e é com a bonita voz de Maurice Gibb que a recordamos.




Maurice Gibb - Railroad

domingo, 6 de outubro de 2019

Up With People - Man's Gotta Go Somewhere

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970



A predominância da música Pop-Rock internacional é evidente neste nº da revista "mundo da canção". Nada de admirar, na realidade era o que mais se ouvia na nossa rádio, e claro que no todo da música importada que se ouvia (como agora) a maioria era relativamente fraca com características comerciais de gosto fácil mais do que evidente.
A revista "mundo da canção" a isso não era imune e pelas suas páginas passaram letras de questionável bom gosto. É o caso mais que notário dos famigerados Up With People que se tornaram tão populares fruto do marketing que lhes estava associado.






"Man's Gotta Go Somewhere" era a letra então reproduzida, foi por cá editada em 1970 em formato EP, era o estilo Gospel dos Up With People.




Up With People - Man's Gotta Go Somewhere

sábado, 5 de outubro de 2019

Diana Ross & The Supremes - The Composer

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Diana Ross é uma cantora norte-americana, nascida em 1944 e ainda em actividade. A carreira a solo só se iniciou em 1970 tendo logo tido êxitos com canções tão bonitas como "Reach Out and Touch (Somebody's Hand)" e "Ain't No Mountain High Enough". Em 1970 Diana Ross não era uma ilustre desconhecida, bem pelo contrário, o seu êxito vinha de toda a década de 60 como líder do grupo vocal feminino The Supremes. Primeiro somente The Supremes e a partir de 1967 Diana Ross & The Supremes tal a relevância que Diana Ross tomou.

A produção discográfica foi ao longo de toda a década de 60 muito extensa e repleta de sucessos que encheram os Top com a música negra da Motown.





"The Composer" é uma canção pertencente ao LP "Let The Sunchine In" de 1969, estava portanto próxima a saída de Diana Ross, escrita pelo famoso Smokey Robinson (na foto o nome real William Robinson Jr.) e a letra vinha na edição nº 9 da revista "mundo da canção" de Agosto de 1970. Não é das composições mais bem conseguidas quer pelo seu autor quer na interpretação que Diana Ross & The Supremes lhe confere, não deixa de ser, no entanto, com satisfação que hoje aqui a recupero. Bons tempos!




Diana Ross & The Supremes - The Composer

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

The Who - The Seeker

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Do tempo em que os Singles ainda tinham importância e os cantores ou grupos editavam discos de 45 rpm com inéditos que não eram editados nos discos de longa duração, se faz o Regresso ao Passado de hoje. É verdade, uma prática que foi diminuindo à medida que os álbuns foram ganhando maior importância, deixando muitas vezes de ser um somatório de canções para serem conceptuais, ou seja subordinados a um tema.

Em aparente contradição The Who que tinham surpreendido o mundo musical com o conceptual duplo álbum "Tommy" em 1969, a primeira gravação que fizeram posteriormente foi o Single "The Seeker" que não constou em nenhum álbum de originais. Talvez por isso não ficou entre as composições dos The Who mais conhecidas embora tenha sido retomada em concerto, já neste século, pelos elementos sobreviventes do grupo.







É a letra de "The Seeker" que a revista "mundo da canção" publica no seu nº 9 de Agosto de 1970 e é com esta canção, que há muito, muito tempo não ouvia, que fica feito este Regresso ao Passado.




The Who - The Seeker

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Leonard Cohen - A Bunch Of Lonesome Heroes

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970

Leonard Cohen (1934-2016) ficará para a história como um dos maiores cantautores da música popular dos séculos XX e XXI. É consensual, todo o mundo admira Leonard Cohen, as suas belas melodias, as letras das canções e o seu cantar ou melhor o seu sussurrar. Foram 14 os trabalhos, em LP, originais que nos deixou entre 1967 e 2016 todos eles dignos de nota, mas, pelo menos para mim, teriam sido suficientes os três primeiros LP, "Songs of Leonard Cohen" (1967), "Songs From A Room" (1969) e "Songs Of Love And Hate" (1971) para que ele tivesse um lugar muito especial na galeria dos mais importantes escritores de canções do século passado.
Foram três discos que me acompanham ao longo da minha vida e aos quais volto com alguma regularidade.





Hoje, o motivo vai para a revista "mundo da canção" no seu nº 9 de Agosto de 1970, que então publicava a letra de "A Bunch Of Lonesome Heroes".
Estonteante a beleza e simplicidade desta canção, estávamos em 1969 e pertencia ao 2º LP.




Leonard Cohen - A Bunch Of Lonesome Heroes

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

The Impressions - Choice Of Colors

mundo da canção nº 9 de Agosto de 1970


Antes de ter tido uma carreira a solo Curtis Mayfield esteve na origem do grupo The Impressions cuja relevância se manifestou fundamentalmente nos anos 60.
Constituídos ainda na década de 50 eram mais um grupo negro a ter o Soul, o Gospel e o Rhythm'n'Blues como ingredientes nas suas composições. No género lembrava por vezes os The Platters, tiveram diversos hits ao longo da década de 60 dos quais destaco "People Get Ready" (1965) e a canção que hoje recordo "Choice Of Colors".




Editada em 1969, quer em Single, quer integrando o LP "The Young Mods' Forgotten Story", a letra de "Choice Of Colors" da autoria do referido Curtis Mayfield vinha publicada no nº 9 da revista "mundo da canção" que saiu em Agosto de 1970.




The Impressions - Choice Of Colors