quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Stevie Wonder - Never Had A Dream Come True

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Em 1970 Stevie Wonder tinha 20 anos e, apesar da idade, não era um novato no mundo musical nem sequer um desconhecido do grande público. É certo que a maior notoriedade viria na década em que se estava a entrar e também nos anos 80, mas o conjunto de canções que se lhe conheciam era já bem representativa.
Segundo a wikipédia "Signed, Sealed & Delivered", editado nesse ano, era, impressionantemente, já o seu 12º álbum de estúdio.




As 4 primeiras canções deste LP foram editadas em Single e constituíram êxitos que o iriam tornar ainda mais visível a nível internacional. As canções eram: "Never Had a Dream Come True", "Signed, Sealed, Delivered I'm Yours", "Heaven Help Us All" e "We Can Work It Out", esta última uma versão do sucesso dos The Beatles em 1965. Lembro-me bem de as ouvir naquele tempo!
A que agora nos interessa é "Never Had a Dream Come True" cuja letra era publicada na revista "mundo da canção" em Abril de 1970.

Ora aqui vai.



Stevie Wonder - Never Had A Dream Come True

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Bob Dylan - Lay Lady Lay

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970


Já aqui foi recordada e a ela voltamos, é "Lay Lady Lay" de Bob Dylan. O pretexto é a edição da letra da música no nº 5 de Abril de 1970 na revista "mundo da canção". Qualquer pretexto é bom para voltar a Bob Dylan e a esta "Lay Lady Lay".

Terá sido provavelmente a primeira canção que me recordo de ouvir de Bob Dylan em termos de novas publicações ou seja da anterior discografia de Bob Dylan não fui testemunho ou melhor não tive consciência da sua edição. Claro que conhecia muitas das canções que entretanto foram popularizadas como "Blowin' In The Wind", "The Times They Are A-Changin'" e "Like A Rolling Stones", mas com "Lay Lady Lay" passei a acompanhar as novas publicações de Bob Dylan. Tinha na altura os meus treze aninhos.




"Lay Lady Lay" pertencia ao álbum "Nashville Skyline" um disco com uma sonoridade Country que Bob Dylan desenvolveu nos finais da década de 60 e início da de 70. Bob Dylan num registo mais "soft" do que era até então usual teve em "Lay Lady Lay" um dos seus maiores sucessos.




Bob Dylan - Lay Lady Lay

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Lennon/Ono with Plastic Ono Band - Instant Karma!

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Em 1970, John Lennon encontrava-se no auge da sua popularidade. Pese a polémica ligação, e o respectivo casamento em 69, com Yoko Ono, que muitos apontaram e não perdoaram como a causadora do fim dos The Beatles, John Lennon mostrava-se bastante criativo.
No ano anterior para além das últimas gravações com The Beatles para o LP "Abbey Road" tinham sido publicados, sob o nome da banda entretanto criada, a Plastic Ono Band, 2 Singles, o sucesso pacifista que foi "Give Peace a Chance" e "Cold Turkey". Antes do final do ano ainda a gravação ao vivo do concerto do Festival de Toronto "Live Peace In Toronto 1969".

O primeiro trabalho de 1970 foi a gravação do Single "Instant Karma!", cuja letra a revista "mundo da canção" publicava em Abril desse ano.




Não teve a receptividade de "Give Peace a Chance" mas teve uma notoriedade incomparavelmente superior à estranha "Cold Turkey". Agora, o prazer de recordar John Lennon nos bons tempos da Plastic Ono Band, é "Instant Karma!".




Lennon/Ono with Plastic Ono Band - Instant Karma!

domingo, 28 de janeiro de 2018

The Beatles - Let It Be

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

A revista "mundo da canção" esteve sempre atenta ao universo beatleniano. No seu nº de Abril de 1970 publicava as letras de "Ob La Di Ob La Da", "Maxwell's Silver Hammer" e também de " Let It Be" acabada de ser editada, era ainda publicada a letra de "Instant Karma!" de John Lennon no seu projecto Plastic Ono Band que recordaremos amanhã.

"Let It Be" foi um êxito tremendo e recordo-me de a ter ouvido na sua primeira passagem na rádio portuguesa, pelo menos assim foi apresentada num programa ao final da tarde (não me lembro qual, terá sido no "Página Um"?).




"Let It Be" acabou por ser das canções mais populares dos The Beatles e, ainda hoje, nunca esquecida por Paul McCartney nos seus concertos.
Sem o encanto da primeira audição em 1970, mas com toda a nostalgia que ela traz, eis "Let It Be".




The Beatles - Let It Be

sábado, 27 de janeiro de 2018

Herman's Hermits - Years May Come, Years May Go

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Os Herman's Hermits são uma banda Pop britânica que tiveram particular sucesso na década de 60 do século passado.
Entre os êxitos dos Herman's Hermits contam-se canções, que eu muito bem recordo, como a já aqui recordada "There's A Kind Of Hush", ou "Something's Happening" ou ainda "My Sentimental Friend", " e também a canção para hoje "Years May Come, Years May Go".
Tudo canções com uma frescura de um período da vida em que tudo era fácil e descomprometido.




"Years May Come, Years May Go" foi uma das últimas canções dos Herman's Hermits a ser gravada e a conhecer o êxito. Uma canção fácil e descomprometida que agora sabe tão bem ouvir. É a letra desta canção que vem publicada no nº 5 da revista "mundo da canção" de Abril de 1970.




Herman's Hermits - Years May Come, Years May Go

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Giorgio - Looky Looky

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Na reprodução de letras que a revista "mundo da canção" efectuava, por entre algumas de inegável valor poético, tais como os textos de Leonard Cohen ou Bob Dylan, encontravam-se outras absolutamente pirosas a corresponder com a música que suportavam, é o exemplo de hoje.

Neste nº 5 a revista trazia a letra de "Looky Looky" que teve assinalável êxito na voz de Giorgio, Giorgio Moroder.
Giorgio de nacionalidade italiana, estreou-se na música em 1969 com o álbum "That's Bubblegum - That's Giorgio" donde foi extraído o 1º single com a canção "Looky Looky".




Tal como o nome do LP indica "Looky Looky" é música "bubblegum" ou seja para adolescente ouvir e depois deitar fora. Aviso feito aqui vai "Looky Looky".



Giorgio - Looky Looky

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Creedence Clearwater Revival - Fortune Son

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

É com particular satisfação que volto aos Creedence Clearwater Revival. Não que fossem um grupo de topo nas minhas preferências na música popular dos anos 60 e 70, por vezes resvalavam mesmo para um comercialismo que não apreciava, mas a sua audição hoje em dia dá-nos uma alegria particular não só pelas boas memórias que ela transporta, mas porque, não se fazendo, hoje em dia, nada semelhante, as músicas dos CCR transmitem uma alegria contagiante à qual não se pode ficar indiferente e quando se dá conta já se está a gingar e a cantarolar.

O nº 5 da revista "mundo da canção", que temos vindo a recordar, publicava mais 2 letras de canções dos CCR,  "Fortune Son" e "Travelin' Band" respectivamente dos LP "Willy And The Poor Boys" e "Cosmo's Factory".





As duas com um ritmo contagiante a lembrar-me os bailes de liceu onde, pela audição dos discos ou pelos grupos Pop que os animavam, se ouvia e dançava este tipo de música.

Do ano de 1969 recordamos "Fortune Son" e agora aproveitar e dar um passo de dança ao som dos Creedence Clearwater Revival.




Creedence Clearwater Revival - Fortune Son

Faleceu Mark E. Smith dos The Fall

Na ressaca do Punk Mark E. Smith formou o agrupamento britânico The Fall. Até hoje gravaram mais de 30 álbuns de estúdio sendo Mark E. Smith o único elemento permanente no grupo. Em meados dos anos 80 perdi-lhes o rasto mas presumo que mantiveram a energia que tiveram nos primeiros anos e nos muitos discos que então editaram.

Muito provavelmente tomei conhecimento deste grupo e do seu líder através dos textos do Miguel Esteves Cardoso no semanário "O Jornal" no início dos anos 80. É do artigo de 16-01-1981 o seguinte extracto:
"Mark Smith, o comandante da lancha de assalto, escreve e canta os seus poemas como se fosse uma criança indignada com a corrupção do mundo dos adultos. Muitas das suas canções são verdadeiras birras de bate-pé e berro, mas as melhores, cuspindo estricnina com cada sílaba, são tiradas nascidas duma profunda inocência. É o som duma honestidade despoluída a erguer-se contra o gigante imbatível da corrupção e do vício.
Os alvos predilectos de Smith são: o escapismo (sobretudo o Rock psicadélico), o luxo, os vícios (drogas), o capitalismo, a hegemonia de Londres, os Estados Unidos, a pequena burguesia - enfim, para Mark Smith, tudo que vem à rede é tubarão.
Mas nenhum tão tubarão como o próprio Rock. Smith é o perpétuo advogado de acusação - a consciência severa e impiedosa do Rock. Como tal, embora não apresente esperanças que não uma visão de puritanismo socialista impraticável, e se limite a ser constantemente negativo, a indignação apaixonada de  Smith é necessária, de tão rara, e comovente, de tão perto que está do espírito rebelde e enfurecido do Rock and Roll."

O primeiro LP dos The Fall foi "Live at the Witch Trials" de 1979, o meu exemplar é a edição original em vinil da editora A Step-Foward Record, referência SFLP1.






Recupero "No Xmas For John Quays", em memória de Mark E. Smith.




The Fall - No Xmas For John Quays

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Joan Baez - Donna Donna

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Volto a Joan Baez e ao seu primeiro LP "Joan Baez" do ano de 1960. Um disco com 13 canções tradicionais a revelar uma cantora que iria ser, a par de Bob Dylan, preponderante, nessa década, na música Folk norte-americana. Revelava também uma belíssima voz a eternizar temas como "All My Trials" ou a escolha de hoje "Donna Donna".




A letra de "Donna Donna" publicada na revista "mundo da canção" é no original uma canção judaica, escrita em Iídiche, de 1941 que se tornou bastante popular nesta versão da Joan Baez e que ela muito utilizou como canção de protesto na luta pelos direitos humanos durante a década de 60. Talvez essa a razão por o "mundo da canção" publicar "Donna Donna" então com já dez anos.




Joan Baez - Donna Donna

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Robin Gibb - One Million Years

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Engano ou não, no nº 5 da revista "mundo da canção" publicava novamente a letra de "You Can't Always Get What You Want" dos The Rolling Stones que já tinha feito no nº anterior de Março de 1970. Avançamos, pois este tema aqui também já foi recordado, e vamos para a música seguinte no contexto da música Pop-Rock de origem anglo-saxónica que a revista "mundo da música" publicava.
"One Million Years" de Robin Gibb é a música que se segue.

Robin Gibb (1949-2012) foi um dos três irmão Gibb que constituíram o grupo de décadas de sucesso Bee Gees. Em 1969 os Bee Gees eram super conhecidos e dispunham de um conjunto de canções de grande êxito que os transformava num dos maiores sucessos da música Pop. É nesse ano que Robin Gibb sai temporariamente dos Bee Gees iniciando uma curta carreira a solo. Em 1970 já os Bee Gees voltavam a estar completos.



Neste curto espaço de tempo gravou 2 Singles e o LP "Robin's Reign". É do 2º Single que a revista "mundo canção" publica a letra de "One Million Years" que na época passou relativamente despercebido e que agora é bem agradável de se ouvir.




Robin Gibb - One Million Years

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Georges Brassens - La Mauvaise Herbe

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

A terceira e última passagem pela música francesa do nº 5 da revista "mundo da canção" ia para Georges Brassens, uma das minhas preferências da canção francesa.

É já com mais de trinta anos que efectua as primeiras gravações, logo no primeiro trabalho de 1952 constava a belíssima "La Mauvaise Réputation" que já aqui recordámos. Este nº da revista "mundo da canção", cujas músicas temos vindo a recuperar, publicava a letra de, agora, "La Mauvaise Herbe".




"Nº 3", " Georges Brassens, sa guitare et ses rythmes", como constava na contra capa do disco, ou ainda "Les Sabots d'Hélène", nome da primeira canção do álbum, sob estas designações se pode encontrar referências ao 3º álbum de Georges Brassens publicado no final de 1954, onde se encontrava "La Mauvaise Herbe". Encontrava-se no início de uma grande carreira que se prolongaria, muitos discos e actuações depois, até à sua morte em 1981 com apenas 60 anos.




Georges Brassens - La Mauvaise Herbe

domingo, 21 de janeiro de 2018

Serge Lama - C'Est Toujour Comme Ça La Première Fois

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Não terei ouvido muito e a memória, confesso, já não se lembrava bem deste cantor francês que hoje recordamos, Serge Lama.

Com mais de 50 anos de carreira e uma longa discografia, Serge Lama efectuou, em 1964, as primeiras gravações em discos EP, sendo o seu primeiro longa duração de 1968 onde se destaca o tema que dava nome ao álbum "D'aventures en aventures". O segundo trabalho em álbum data de 1970 e intitulava-se "Et puis on s'aperçoit" sendo deste disco a escolha de hoje, "C'Est Toujour Comme Ça La Première Fois".



Era também a letra que vinha no nº 5 da revista "mundo da canção" e que é o pretexto para esta recordação, aqui numa interpretação mais recente de Serge Lama. Depois, aproveitar, passar pelo Youtube, e lembrar, deste álbum, "Une Île" e "Et puis on s'aperçoit".




Serge Lama - C'Est Toujour Comme Ça La Première Fois

sábado, 20 de janeiro de 2018

Charles Aznavour - Que C'Est Triste Venise

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

3 passagens pela música francesa neste nº 5 da revista "mundo da canção" de Abril de 1970, respectivamente Charles Aznavour, Serge Lama e Georges Brassens.

Charles Aznavour dispensa apresentação, é simplesmente o cantor francês mais popular de todos os tempos. É principalmente nas décadas de 50, 60 e 70 que grava maior parte da sua longa discografia e que contem o material mais importante da sua carreira. Quem se lembra de "Et Pourtant" e "La Mamma" e "La Bohème"? Os mais idosos, claro, que os mais novos só têm a ganhar em descobrir esta voz ímpar da canção francesa.



É de 1964 a canção cuja letra é reproduzida neste nº  do "mundo da canção". "Que C'Est Triste Venise" foi editada pela primeira vez em 1964, em 1969 surge na colectânea "Charles Aznavour", talvez a razão próxima da publicação da letra pelo "mundo da canção".




Charles Aznavour - Que C'Est Triste Venise

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Sérgio Endrigo - L'Arca Di Noè

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

De Itália, tínhamos novamente Sérgio Endrigo (1933-2005).
Depois de no seu nº 4 a revista "mundo da canção" publicar a letra de "La Casa" de Sérgio Endrigo, volta no nº seguinte ao mesmo cantor italiano para reproduzir a letra daquela que por ventura terá sido o seu maior sucesso, "L'Arca Di Noè".



Trazia também o anúncio seguinte que ocupava toda uma página:





"L'Arca Di Noè" foi 3ª classificada no famoso Festival de S. Remo desse ano com interpretações de Sérgio Endrigo e Iva Zanicchi.
Bela recordação esta "L'Arca Di Noè", duma altura em que a música italiana começava a perder fôlego face à predominância da musica anglo-saxónica.




Sérgio Endrigo - L'Arca Di Noè

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Miguel Rios - Hino da Alegria

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Em 1970 vinha de Espanha, para todo o mundo, um grande êxito. É pela voz do cantor Pop Miguel Rios que uma canção baseada no último movimento da 9ª sinfonia de Beethoven vai atingir um sucesso internacional enorme alcançando o nº 1 em diversos países. Os arranjos do "Hino da Alegria" pertenciam ao argentino Waldo de los Rios que se tornaria famoso pela adaptação de clássicos à música Pop sendo o maior sucesso o alcançado no mesmo ano com o arranjo do 1º movimento da sinfonia nº 40 de Mozart.




A revista "mundo da canção", no seu nº 5 de Abril de 1970, reproduzia a letra escrita por Miguel Rios para esta adaptação do bem conhecido andamento da 9º sinfonia de Beethoven.
"Hino da Alegria" transformada em canção Pop, de fácil adesão, era uma canção muito ouvida na nossa rádio e lembro-me de não ter um gosto particular por ela. Passados estes anos todos é agradável recordá-la.




Miguel Rios - Hino da Alegria

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Patxi Andión - Soneto 70

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Para a música vinda de Espanha este nº da revista "mundo da canção" dedicava espaço somente para duas letras. Hoje lembramos, mais uma vez, Patxi Andión que como já referimos anteriormente a ele era dedicada a capa e ainda uma entrevista com Viale Moutinho.
"Soneto 70" era o texto reproduzido de uma canção composta e interpretada por Patxi Andión.

Somente com um LP editado ("Retratos"), mas vários Singles já publicados, Patxi Andión tinha sido dado a conhecer ao público português através da sua passagem pelo famoso programa televisivo "Zip-Zip" mas também, se bem me lembro, por alguns programas da nossa rádio.





"Soneto 70" foi editado como lado B do Single "Dos Canciones De Amor" onde o lado A tinha a canção "Si La Ves".

Ficamos com "Soneto 70".




Patxi Andión - Soneto 70

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Luís Cília - Balada Para Uma Heroína Que Eu Inventei

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Continuo a insistir, Luís Cília é dos músicos mais injustamente esquecidos e cuja discografia parece estar perdida algures no tempo sem ser recuperada. Por isso qualquer pretexto é bom para voltar a Luís Cília. Desta vez a publicação de mais uma letra de uma canção de Luís Cília pela revista "mundo da canção" no nº 5 de Abril de 1970.

Nesta data Luís Cília tinha já editados 3 LP, 1 EP e 1 Single todos editados em França onde se encontrava exilado desde 1964. Era do 2º LP "La Poésie Portugaise de nos jours et de toujours 1" que é escolhida a letra de "Balada Para Uma Heroína Que Eu Inventei". A edição francesa tem os textos em francês, o LP é também editado em Espanha com o nome "La Poesía Portuguesa de Ahora y de Siempre" onde os textos estão em português.




Nas notas da capa pode-se ler (retirado do site http://www.luiscilia.com):
« Quelle aspiration plus légitime et plus belle pour un portugais tel que Luis CILIA, que de mettre en musique la poésie qu’il aime et de la chanter; elle devient populaire et à la portée de tous. Cette poésie est celle des poètes portugais...
La tentative de luis CILIA est nouvelle pour la culture portugaise. Luis CILIA s’affirme comme un des jeunes compositeurs récemment révélés, tels que josé Afonso e Carlos Paredes.A part la ballade de Coimbra et quelques fados, seuls chant poétiques qui s’imposaient indiscutablement, rien n’a été fait de valable dans le domaine de la chanson poétique portugaise.LUIS CILIA, par sa musique qui est spécifiquement portugaise, possède un don très marqué de la mélodie, qu’un ton nostalgique accompagne presque toujours. Par la voix profond, fragile et sensible de Luis Cilia, ces poèmes nous transmettent l’espoir, le message d’ amour, de paix et de communion fraternelle.»


"Balada Para Uma Heroína Que Eu Inventei" com poema de José Gomes Ferreira e música do pouco recordado Luís Cília eis a proposta de hoje.




Luís Cília - Balada Para Uma Heroína Que Eu Inventei

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Padre Fanhais - Canção do Vento

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Com dois discos, um EP e um LP, editados em 1969 e 1970 assim se fez a discografia original de Francisco Fanhais ou como ficou conhecido Padre Fanhais. Depois seria o exílio em França até 1974, por cá tinha sido proibido de cantar, exercer o sacerdócio e de leccionar.




Com música e letra de Pedro Lobo Antunes tendo por base texto bíblico, "Canção do Vento" pertencia ao EP editado em 1969 e era a letra desta canção que era reproduzida no nº 5 da revista "mundo da canção".




Padre Fanhais - Canção do Vento


(Este nº da revista traz ainda duas letras de canções de José Barata Moura, respectivamente "Ballade du Bidonville" e "Mon Enfant Fait Dodo", pertencentes ao 1º EP de 1970 todo cantado em francês - outra forma de fugir à censura - mas não foi possível arranjar as ditas músicas)

domingo, 14 de janeiro de 2018

João Maria Tudela - Os Ratos

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970


João Maria Tudela (1929-2011) foi um cantor, e apresentador de TV também, nascido em Moçambique. Em 1944 encontra-se a estudar em Coimbra onde estabelece contacto com a canção de Coimbra. É de regresso a Lourenço Marques, actual Maputo, que Tudela inicia a sua actividade como cantor amador. Na segunda metade da década de 50 efectua as primeiras gravações e em 1959 tem aquele que seria o seu maior êxito, a conhecida canção "Kanimambo".

No início da década de 60 radica-se em Portugal e continuando a cantar na área da música ligeira aproxima-se a um repertório mais "intervencionista" fruto da utilização de letras de Ary dos Santos, José Gomes Ferreira e Manuel Alegre.





Em 1969 edita um muito arrojado, dada as circunstâncias políticas da época, álbum, "Tudella", onde consta a canção escolhida para hoje, "Os Ratos".
"Os Ratos" é uma canção com letra de Manuel Alegre e que a revista "mundo da canção" publica no seu nº 5, estávamos em Abril de 1970. Pese não apreciar a pose aristocrática que João Maria Tudela apresentava, aqui fica "Os Ratos".




João Maria Tudela - Os Ratos

sábado, 13 de janeiro de 2018

Carlos Portugal - A Mensagem de Lisboa

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Carlos Portugal era também um nome com passagem na revista "mundo da canção". Quer pela publicação de algumas letras, no nº 5 aparecia "Ó Ti'Ana" de um EP de 1969, quer, ainda neste nº com uma ficha com o resumo da carreira deste cantautor.

À data tinha, de acordo com a referida ficha, já editados 2 LP e mais 6 EP com canções originais.





Carlos Portugal efectuaria gravações até 1972, tendo entretanto enveredado na produção de outros cantores.
Do segundo LP de 1969 segue "A Mensagem de Lisboa", com letra e música dele próprio.




Carlos Portugal - A Mensagem de Lisboa

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Quarteto 1111 - Maria Negra

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Composto quase na totalidade pelo José Cid, a figura central do grupo, o primeiro trabalho de longa duração gravado em nome do Quarteto 1111 foi editado a 13 de Fevereiro de 1970.
O arrojado projecto do Quarteto 1111 de gravar um álbum, onde os temas centrais eram a guerra colonial, o racismo e a emigração, levou a que pouco depois de ser editado o mesmo fosse retirado do mercado. O arrojo valer-lhe-ia também ser um dos melhores trabalhos de Pop-Rock jamais feitos em Portugal. Inovador no estilo musical, marcado pelas melhores influências da música anglo-saxónica da época, são 11 canções que, se bem que marcadas no tempo, ainda hoje se ouvem com todo o agrado. Um disco histórico, portanto.

A revista "mundo da canção" continuava no seu nº 5 a divulgar algumas letras de canções deste LP, depois de "João Nada" e "Pigmentação" era agora a vez de "Maria Negra", divulgação essa que continuaria noutros nºs da revista.




"Maria Negra" uma bela canção de um disco que me traz belas memórias dos tempos em que "Quarteto 1111" passava na nossa rádio, nomeadamente no programa "Página Um" que então ouvia diariamente.




Quarteto 1111 - Maria Negra

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Paulo de Carvalho - O Dia da Lua

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Paulo de Carvalho teve nos anos 60 um papel importante no desenvolvimento do Pop-Rock nacional. Primeiro como elemento fundador de um dos grupos mais interessantes que a década conheceu, os Sheiks, e onde esteve no período de 1962 a 1967, depois em projectos diverso como a Banda 4 e os Fluído. Antes de no início da década de 70 iniciar carreia a solo que se mantém até aos nossos dias.

O "mundo da canção" em Abril de 1970 dele dava nota em artigo intitulado "Paulo de Carvalho é notícia por dois motivos...", que eram: primeiro a gravação de um Single "Canções de Manolo Diaz" que iria conter as canções "Walk On The Grass" e "Waiting For The Bus", segundo a participação próxima no Festival RTP da Canção com a canção "Corre Nina" de Pedro Osório e Carlos Portugal que ficaria em 4º lugar.





Para além dessa notícias o "mundo da canção" trazia ainda a letra de uma canção de Paulo de Carvalho desse mesmo ano de nome "O Dia da Lua".




"O Dia da Lua" fazia parte de um Single editado em 1969 (ou 1970), sendo a outra canção "The Man Is Alone". Sem qualquer referência ao grupo Fluído que foi com quem Paulo de Carvalho gravou este  disco. Na "Enciclopédia Da Música Em Portugal No Século XX" lê-se:
"No âmbito do projecto Fluído destacaram-se as colaborações, na autoria de letras, de Dórdio Guimarães e Vasco Noronha, em que o recurso aos dispositivos electrónicos possibilitou a aproximação aos valores estéticos do pop-rock inglês de final da década de 60, de que são exemplo as canções The Day of The Angels, Sorrow and Pain, I'm Warning, The Man Is Alone, O homem sentado, A idade dos lilazes [sic] e O dia da Lua (1969), editadas em single e reunidas num álbum denominado Paulo de Carvalho (1971)."




Paulo de Carvalho - O Dia da Lua

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

José Afonso - Canção do Mar.

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Como, quase sempre, José Afonso marcava presença em mais um nº da revista "mundo da canção". Eram 2 as letras que a revista transcrevia, "Vejam Bem" e Canção do Mar".

"Vejam Bem" do álbum "Cantares de Andarilho" de 1968, "Canção do Mar", mais antiga, fazia parte do EP "Cantares de José Afonso" de 1964.




"Vejam Bem" já aqui teve o seu Regresso ao Passado pelo que ficamos com "Canção do Mar".

O EP de que esta canção fazia parte teve 2 edições. A primeira de 1964 foi censurada e consequentemente retirada de circulação. A segunda edição é de 1969 e, para além de uma capa diferente, a canção "Ó Vila de Olhão" passa a ser somente instrumental e é interpretada pelo conjunto de guitarras de Jorge Fontes.

A capa reproduzida pela revista "mundo da canção" diz respeito à 2ª edição de 1969.

Eis então, "Canção do Mar".




José Afonso - Canção do Mar

mundo da canção nº 5 de Abril de 1970

Volto à revista "mundo da canção", agora para o seu nº 5 de Abril de 1971.
Na capa fotografia do músico basco Patxi Andión, provavelmente tirada no bar Pinacoteca, onde foi entrevistado por Viale Moutinho e cuja entrevista é reproduzida no interior.
Mais um nº feito em grande parte com a transcrição de letras de músicas então recentes, de "Travellin' Band" dos Creedence Clearwater Revival a "Canção do Mar" de José Afonso.
Também espaço para um texto sobre Carlos Portugal e ainda notícias sobre Paulo de Carvalho.




Uma curiosidade: o "mundo da canção" trazia uma ficha que podia ser preenchida e enviada com "As letras que gostaria ver publicadas" e que eu cheguei a fazer, só que nesse caso tinha-se que cortar a ficha para a enviar o que, logicamente, danificava a revista.


Destaque ainda para dois artigos a ocupar cada um duas páginas, primeiro "Rimanços em Foco", critica dos leitores e respectiva resposta de Jorge Cordeiro a artigo por este publicado no nº 3 à cerca das letras das música Pop. segundo  artigo da Maria Teresa Horta sob o título "«Tempo Zip» - Novo programa da rádio portuguesa" referente ao primeiro programa "Tempo Zip" estreado a 29 de Março com os convidados a darem uma verdadeira volta de avião.









terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Júlio Pereira - Noitada Extravagante

Algumas memórias de 2017


Continuo a não conseguir seguir com a devida atenção muita da música feita em Portugal nos dias de hoje. Ouvindo uma coisa ou outra, principalmente na rádio, em particular na Antena 1, enquanto se conduz, não é no entanto suficiente para terminado o ano ter uma opinião definitiva e avalizada dos discos por cá feitos e editados.
Fico assim com a visão do que vou lendo e com as diversas escolhas das listas dos melhores discos que são publicadas. Não deixei, no entanto, de, depois de consultadas algumas listagens, de ouvir, se bem que parcialmente, alguns dos discos considerados entre os melhores do ano de 2017. Eis alguns:

- Ermo - Lo-fi Moda
- Mazgani - The Poet's Death
- Surma - Antwerpen
- Moullinex - Hypersex
- Luís Severo - Luís Severo
- Miguel Araújo - Giesta
- Sopa de Pedra - Ao Longe Já se Ouvia
- Stone Dead - Good Boys
- The Gift - Altar
- Grandfather's House - Diving
- Benjamim e Barnaby Keen - 1986
- Orelha Negra - Orelha Negra

E confesso que no final fiquei, apesar da qualidade genericamente boa da produção dos mesmos, com a sensação de insatisfação, melhor dizendo não fiquei empolgado com os temas que ouvi.
Depois, dei conta que havia alguns discos que não se encontravam ou não tinham o devido destaque nas classificações que consultei, nomeadamente na revista Blitz e no jornal Expresso.
Por exemplo, "A História" dos Gaiteiros de Lisboa", disco importante, 20 canções resumo de mais de 20 anos de um dos mais interessantes grupos da renovação da música tradicional portuguesa, talvez o facto de ser colectânea o tenha excluído; "Excuse Me Ao Vivo" de Salvador Sobral, um belo registo, a atingir pontos muito altos como em "A Case Of You" no encore, talvez a pressa de fazer as listas e de não deixar o ano acabar tenha excluído este disco e também não se tratar de um disco de originais. Finalmente "Praça do Comércio" do bem regressado Júlio Pereira. Bem, este é novo, completamente novo!

Regresso inspirado de Júlio Pereira com o seu cavaquinho, e também a braguinha, a colocar "Praça do Comércio" como o registo mais importante da música popular portuguesa recente. Bem vindo Júlio Pereira! Que venham muitos como este "Praça do Comércio", inovador e tradicional, fresco e festivo.




Uma alegria para os sentidos a audição deste novo Júlio Pereira que agora ficamos com "Noitada Extravagante", as vozes são de António Zambujo e Olga Cerpa.




Júlio Pereira - Noitada Extravagante

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Faleceu Ray Thomas

Faleceu, aos 76 anos, Ray Thomas, músico fundador, em 1964, dos The Moody Blues e onde permaneceu até 2002.



Não sendo a voz principal do grupo, são dele canções tão belas como "Dr. Livingstone, I Presume", "Dear Diary", "Eternity Road", "And the Tide Rushes In".


Ray Thomas, 1º da esquerda

Ray Thomas e The Moody Blues entre as melhores memórias musicais que tenho da minha juventude.


Ray Thomas ao centro


Entre os vários instrumentos que tocava foi como flautista que se destacou no seio dos The Moody Blues, possuía também uma bela e inconfundível voz  como podemos testemunhar na canção que se segue: "For My Lady", uma canção do álbum "Seventh Sojourn" do ano de 1972.




The Moody Blues - For My Lady

Quercus - Auld Lang Syne

Algumas memórias de 2017

Foi o último CD que adquiri no ano transacto mas rapidamente ficou como referência maior do ano de 2017. 2015 foi do grupo inglês The Unthanks com o álbum "Mount The Air", 2016  foi da regressada Shirley Collins com "Lodestar", 2017 vai directo para o trio Quercus com "Nightfall".





June Tabor, actualmente com 70 anos, continua a ter um percurso ímpar na música Folk britânica.
Desde meados dos anos 70, quando em duo gravou 2 discos com Maddy Prior, até 2017, com June, conjuntamente com Iain Ballamy e Huw Warren, a tomar o nome do disco anterior "Quercus", que June Tabor em tido uma carreira notável. Com a música tradicional como principal referência, Tabor não se coíbe de abraçar diferentes géneros, do Folk-Rock com The Oyster Band, ao Jazz ou ao Folk-Jazz do actual trio Quercus.


Edição alemã, em CD, de 2017, Ref: ECM 2522/574 3078



Com Iain Ballamy nos saxofones e Huw Warren no piano, June Tabor tem vinda a expandir as suas qualidades vocais para níveis invulgares, este "Nightfall", que hoje é aqui objecto, é mais uma prova. June Tabor a maior cantora Folk britânica viva ou pelo menos a minha preferida.

"Nightfall", composto por vários temas tradicionais, acrescido de alguns standards da música popular como "You Don't Know What Love Is", "Somewhere" e "Don't Think Twice It's Alright", é um prazer para os sentido que se renova a cada nova audição.
"Nightfall" rivaliza com "Triplicate" de Bob Dylan para o meu disco preferido de 2017.

Para se ficar com maior vontade de se conhecer este disco segue a faixa de abertura, o tradicional escocês da hora da despedida "Auld Lang Syne".




Quercus - Auld Lang Syne

domingo, 7 de janeiro de 2018

Laura Marling - Soothing

Algumas memórias de 2017


Ou é impressão minha ou não encontro o devido "sal" na música de 2017. Algumas coisa bonitas, lindas, bem feitas, sem dúvida, mas fica a sensação de alguma falta de rasgo, por vezes, para além da falta de "sal", parece "comida" do dia anterior aquecida ou seja, nada de verdadeiramente novo, tudo demasiado velho. Ou serei eu que estou a ficar sem sabor?

Ainda não consegui ouvir nada, entre as diversas listagens publicadas dos melhores álbuns de 2017 que verdadeiramente me deslumbrasse.  Nem mesmo na música dita "indie" parece haver algo que me faça despertar os sentidos e ficar extasiado. Ou seja estamos longe, mesmo muito longe daqueles anos da década de 60, em particular 1967, em que os discos servidos continham os melhores ingredientes e eram da mais alta confecção.

Mesmo assim, arrisco-me a uma lista de 20 álbuns, sem qualquer ordem especial, que de alguma forma marcaram o ano de 2017 e devem ter a devida audição:

- LCD Soundsystem - American Dream
- Alvvays - Antisocialites
- Arca - Arca
- Bedouine - Bedouine
- Fleet Foxes - Crack-up
- Foxygen - Hang
- The Unthanks - Diversions, Vol. 4: Songs and Poems of Molly Drake
- Spoon - Hot Thoughts
- Chastity Belt - I Used To Spend So Much Time Alone
- Real Estate - In Mind
- Filthy Friends - Invitation
- Julia Holter - In The Same Room
- Bristish Sea Power - Let The Dancers Inherit The Party
- Bing & Ruth - No Home Of The Mind
- Perfume Genius - No Shape
- Grizzly Bears - Painted Ruins
- Father John Misty - Pure Comedy
- Micah P. Hinson - Presents The Holy Strangers
- Laura Marling - Semper Femina
- Mount Eerie - A Crow Looked At Me





Laura Marling com "Semper Femina" parece ser das propostas mais consistentes do ano, é deste álbum o tema que segue, "Soothing".




Laura Marling - Soothing

sábado, 6 de janeiro de 2018

Bob Dylan - Stormy Weather

Algumas memórias de 2017

Nestas memórias recentes do ano que terminou mais um dos resistentes da década de 60, Bob Dylan.

Bob Dylan - 76 anos.

Sem originais desde 2012, Bob Dylan tem-se dedicado à gravação de discos com temas antigos da música popular norte-americana, primeiro "Shadows In The Night" (2014), uma colecção de canções popularizadas por Frank Sinatra, depois "Fallen Angels" (2016), continuação de versões de clássicos, e finalmente "Triplicate" em 2017.

"Triplicate" é uma pequena maravilha a mostrar que Bob Dylan continua a ser um caso à parte da música popular dos últimos 60 anos. É um delírio para os sentidos a vivência deste trabalho triplo. 3 CD, com pouco mais de 30 minutos cada, que apetece não tenha fim. 30 canções exemplarmente interpretadas pela maior lenda viva da música popular, 30 canções das quais Bob Dylan se apoderou e que parece terem sido sempre suas (a falta de informação acerca das canções a reforçar esta ideia).


Edição europeia de 3 CD, Ref: 8898513492



"Triplicate" é o meu álbum preferido do ano de 2017.

"Stormy Weather" uma "torch song" de 1933 é uma das 30 canções.




Bob Dylan - Stormy Weather

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Van Morrison - I Get A Kick Out Of You

Algumas memórias de 2017

Van Morrison - 72 anos

Van Morrison também ele nos presenteou com 2 novos álbuns, primeiro "Roll With The Punches" e depois "Versatile". Também ele foi, à sua maneira, ao passado buscar boa parte do material que gravou. De Van Morrison não se pode propriamente dizer que foi uma agradável surpresa, é-o sempre, mas há muito que o não víamos tão produtivo.

Em "Roll With The Punches" das quinze canções que compõem o álbum somente cinco são originais sendo as restantes versões de temas clássicos dos Blues. Um disco centrado no Blues de que Van Morrison tanto gosta e de que é actualmente um dos principais herdeiros e intérprete. Prazer adicional com alguns dos músicos que o acompanham como por exemplo Jeff Beck, Georgie Fame, no seu órgão Hammond, e Chris Farlowe (lembram-se de "Out of Time" de 1966?) na voz.



Edição europeia em CD de 22 de Setembro de 2017, Ref: BIEM/SRDM 5703574

Com um toque mais Jazzístico do que "Roll With The Punches", Van Morrison editou em 2017 mais um álbum, designado "Versatile", que apareceu no mercado a 1 de Dezembro.


Edição europeia em CD de 1 de Dezembro de 2017, Ref: 60256705335

Das 16 faixas de "Versatile", seis são originais de Van Morrison, uma é um tradicional escocês e as restantes são canções populares norte-americanas algumas das quais tornadas standards por intérpretes de Jazz.
Fica o clássico "I Get A Kick Out Of You", um tema de Cole Porter decorria o ano de 1934.




Van Morrison - I Get A Kick Out Of You

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Neil Young - Children Of Destiny

Algumas memórias de 2017

Nas recordações de 2017 referentes a alguns, de entre os melhores, cuja notoriedade se manifestou ainda nos anos 60 do século passado, ficamos com mais três músicos desde sempre entre as minhas preferências e a merecerem Regresso ao Passado em separado: Neil Young, Van Morrison e Bob Dylan.

Começamos com Neil Young.

Neil Young - 72 anos.
Mais um ano de grande actividade para este músico de excepção. Em termos de edições tivemos dose dupla: "Hitchhiker" e "The Visitor".

Das várias séries dos arquivos de Neil Young (Neil Young Archives - NYA) há uma nova designada Special Release Series que parece ser dedicada à recuperação de trabalhos de Neil Young que a seu tempo não chegaram a ser editados. O primeiro CD desta série a ser publicado, e até à data único, corresponde ao volume 05 (SRS5) e intitula-se "Hitchhiker".



       Neil Young Archives Special Release Series – Disc 5
Edição Europeia em CD de 8 de Setembro de 2017, Ref: 9362-49113-8

Tendo sido gravado em 1976, "Hitchhiker", contem 10 canções que acabaram na maior parte por ser publicadas em trabalhos subsequentes de Neil Young. Como sempre um prazer recordar estas canções, aqui em versões despidas de acompanhamento.


Mas o ano não terminaria sem, em Dezembro, ser editado mais um álbum de originais intitulado "The Visitor".


Edição europeia em CD de 1 de Dezembro de 2017, Ref: 9362-49088-6

"The Visitor" não figurará entre os melhores dos 39 discos de estúdio até hoje editados, mas vai directo para a mediana das suas publicações. A não alcançar a unanimidade, "The Visitor" é um disco eclético como Neil Young gosta por vezes de nos surpreender.  Claro que houve quem não gosta-se de "Already Great", a resposta de Neil ao slogan  "Make America Great Again" de Donald Trump, mas eu não vou por aí. Preferia que não tivesse incluído "When Bad Got Good" e que "Forever" fosse mais curta (prolonga-se desnecessariamente por 10 minutos), mas gosto de "Children of Destiny", "Almost Always", "Change Of Heart", a referida "Already Great" ou a estranha (bluegrass?) "Carnival". Um disco para ir sendo amadurecido e daqui a alguns anos se ver se fica entre os merecida ou injustamente esquecidos.

"Children of Destiny", a primeira canção que foi conhecida ainda o ano ia a meio, recordemo-la.




Neil Young - Children Of Destiny