quarta-feira, 31 de maio de 2023

Janis Ian - Aftertones

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Mais um álbum no feminino nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso relativas ao ano de 1976.

De volta a Janis Ian, essa precoce cantora que somente com 14 anos nos deu essa canção maravilhosa que é "Society's Child (Baby I've Been Thinking)". Em 1976, com apenas 25 anos, é publicado o seu já oitavo álbum "Aftertones" e é uma das escolhas de Miguel Esteves Cardoso ao qual atribui 3 estrelas. "Aftertones" um álbum sem grande sucesso comercial, não atinge o nível "Between The Lines" do ano anterior mas mesmo assim é, ainda hoje, um álbum interessante de se ouvir, numa mistura habilidosa de Folk e Pop.


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Janis Ian uma cantora que nos enche de saudades de tempos em que proliferavam cantoras de um nível que hoje é difícil de encontrar.

De uma cantora que merecia ter conhecido outra divulgação ficamos com o tema título "Aftertones".



Janis Ian - Aftertones

terça-feira, 30 de maio de 2023

Laura Nyro - Smile

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Laura Nyro, uma voz esquecida e que eu tanto apreciava.

Laura Nyro (1947-1977) foi uma cantora e autora de belas canções que não alcançou níveis elevados de popularidade talvez devido ao ecletismo e a sua não concessão a interpretações fáceis. Possuidora de uma voz invulgar viu algumas das suas canções serem sucessos noutras interpretações como por exemplo "And When I Die" pelos Blood, Sweet and Tears.

A sua obra discográfica foi relativamente curta sendo os álbuns mais importantes os seguintes: "Eli and the Thirteenth Confession" (1968), "New York Tendaberry" (1969) e "Christmas and the Beads of Sweat" (1970).


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"Smile" é o álbum de Laura Nyro de 1976 e encontra-se entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso dizendo sobre ele: "O grande reaparecimento do ano é o de Laura Nyro, quebrando um silêncio de cinco anos, mas apresentando-se com a inspiração e o vigor interpretativo intactos. Embora o tom do álbum seja menos exuberante do que os anteriores, a originalidade de Nyro, a sua obsessão convicta na viabilidade dum Soul branco e finalmente o seu talento para escrever poemas invulgarmente evocativos surgem com a mesma admirável honestidade de sempre." Para este álbum concedeu-lhe 4 estrelas, o mesmo que muito bom.

Para ouvir o tema título "Smile"





Laura Nyro - Smile

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Emmylou Harris - Together Again

    1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


E vamos para as 6 seis últimas escolhas de Miguel Esteves Cardoso relativas ao ano de 1976. Todas elas no feminino e na área do Folk-Rock a atestar que apesar de tudo era desta área que vinha o melhor que então a música popular produzia.

A primeira destas passagens vai para Emmylou Harris e o álbum "Elite Hotel" para o qual atribui modestamente 3 estrelas, o que significava um bom álbum.

Emmylou Harris tornar-se-ia conhecida após, no início dos anos 70, ter colaborado com o malogrado Gram Parsons (1946-1973), talvez a sua maior influência na sonoridade Country-Rock que entretanto adoptou.


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"Elite Hotel", na realidade publicado em finais de 1975, é ainda hoje considerado um dos melhores trabalhos de Emmylou Harris. Depois do bem sucedido "Pieces of the Sky", também de 1975, Emmylou Harris consagra-se com este "Elite Hotel" que lhe iria valer o Grammy de "Melhor cantora feminina Country".

De um álbum muito agradável de se ouvir, recorda-se "Together Again", um tema Country original da década de 60.



Emmylou Harris - Together Again

domingo, 28 de maio de 2023

Ry Cooder - Goodnight, Irene

   1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Ry Cooder é um importante músico norte-americano, escritor e intérprete em algumas dezenas de álbuns onde se destacam algumas bandas sonoras de filmes como por exemplo o imperdível "Paris, Texas" de 1985.

Talentoso instrumentista com particular relevo para a "slide guitar" distinguindo-se em áreas musicais como o Folk e o Blues. As gravações de Ry Cooder tiveram início nos anos 70 mas nunca tiveram na Europa repercussão significativa, mantendo-se assim desconhecido do grande público.

Em 1976 Ry Cooder publica "Chicken Skin Music" e era já o seu 5º trabalho. Numa mistura muito interessante de estilos, para Miguel Esteves Cardoso não o suficiente ao considerar, a par de Neil Young com "Zuma", "em baixo de forma".





De qualquer forma considerando a "continuidade qualitativa" ao longo da década de 70, coloca Ry Cooder conjuntamente com Neil Young, Lou Reed e Van Morrison na chamada "Segunda constelação" ou seja aqueles que apresentaram "qualidade inconstante, com interrupções de má qualidade".

"Chicken Skin Music" terminava com esta maravilha que é a versão da popular canção dos anos 30 "Goodnight, Irene". De notar Flaco Jiménez no acordeão.



Ry Cooder - Goodnight, Irene

sexta-feira, 26 de maio de 2023

Neil Young - Don't Cry No Tears

  1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Se muitas vezes estou de acordo com as apreciações de Miguel Esteves Cardos, desta vez não. Refiro-me à escolha para hoje, é Neil Young com o álbum " Zuma".

Miguel Esteves Cardoso considerava que no lançamento de "Zuma" Neil Young se encontrava "em baixo de forma", o que não me parece de todo. Pelo contrário considero "Zuma" um trabalho inspirado, bem interpretado com os seus Crazy Horse e sem hesitações colocá-lo-ia entre os melhores de Neil Young. Um conjunto de canções irresistíveis das quais revelo "Cortez the Killer" e "Don't Cry No Tears". É verdade que na altura passou um pouco despercebido e ainda estou para perceber porquê.


Edição alemã em vinil com as ref:
REP 54 057; (MS 2242); K 54 057




Na realidade "Zuma" é um álbum de 1975. mas do final do ano e talvez por isso Miguel Esteves Cardoso o coloca-se em 1976. Atribui-lhe 3 estrelas o que me parece pouco. Proponho a audição de "Don't Cry No Tears", mais uma das muito belas canções que Neil Young compôs.

"Don't cry no tears around me
Don't cry no tears around me
'Cause when all the water's gone
The feeling lingers on."




Neil Young - Don't Cry No Tears

quinta-feira, 25 de maio de 2023

Bob Dylan - Sara

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


É sabido, a meio da década de 70 a música popular encontrava-se numa encruzilhada. O impulso regenerativo da década anterior e dos primeiros anos de 70 pareciam ter terminado e muitos dos grupos que apreciávamos até então caíram em crise  inspirativa. 

Veja-se o que diz Miguel Esteves Cardoso ao fazer as escolhas do ano de 1976: "O Rock tradicional está praticamente morto. O movimento romântico está em maus lençóis - Lou Reed lança o decepcionante "Coney Island Baby", David Bowie está inactivo, comungando com Brian Eno, os Roxy Music separam-se e Bryan Ferry deita para fora o terrível "In My Mind". É o ano dos Eagles, da desgraçada reunião dos Crosby, Stills and Nash, dos Kiss e dos lectric Light Orchestra. Os Chicago já vão no "X.º" álbum. os Beegees começam a sua tenebrosa reaparição, os Abba vendem milhões de LPs com "Arrival" e os Stones fazem a sua tournée do Japão. Neste poço vazio e fedorento onde o Rock caíra, ir-se-ia criar o embrião duma pequena revolução musical que transformaria o Rock por dentro: o Punk."

Do Punk nascido em 1976 já dei conta nos últimos Regresso ao Passado, vejamos que mais aparece nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso.


Edição em CD com a ref: 512345 2 de 2003


O Folk-Rock também não está tão empolgante quanto nos habituara anos antes, mas mesmo assim é nele que encontramos o melhor de 1976. Bob Dylan, apesar de algumas oscilações continuava a ser um caso à parte e com "Desire" não desiludiu. Diz, novamente Miguel Esteves Cardoso: "Bob Dylan salva a pátria com um LP surpreendente que é de longe o seu único trabalho importante da década." e "Dylan oferece uma colecção quase impecável de canções rigorosamente novas."

Entre elas encontrava-se "Sara", uma das minhas preferidas.





Bob Dylan - Sara

quarta-feira, 24 de maio de 2023

The Modern Lovers - Roadrunner

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Em continuação do último Regresso ao Passado, onde citei Miguel Esteves Cardoso a propósito dos Ramones como pertencendo à "pré-história do Punk e da New Wave", afirma ele: "Os verdadeiros pioneiros do Punk, porém, não são os Ramones, mas sim os Modern Lovers de Jonathan Richman. Em 1971 gravam um LP que só é lançado em 1976".

Jonathan Richman é um artista americano que ni início dos anos 70 fundou o grupo The Modern Loves claramente deslocados no tempo e considerados hoje precursores do Punk. "Jonathan Richman é um figura caricata, altamente desequilibrada e inocente, que produziu Rock originalíssimo, de inspiração bubble-gum, com letras genuinamente tresloucadas que anteciparam com grande precisão todo o reportório de estereótipos do Punk."


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Quanto ao álbum a que se refere, "Modern Lovers", gravado em 1971 e 1972 e efectivamente só lançado em 1976, considera "A grande virtude deste álbum, à parte a sua data, é a maneira como Richman passa por cima de toda a ideologia dominante (tocando Rock psicadélico contra os valores do psicadelismo), ousando fazer afirmações pessoais duma irrelevância quase total, sem fingir que elas tenham qualquer importância oculta ou sequer algum significado."

A este álbum atribui 5 estrelas, ou seja muito bom, destacando "canções deliciosas como "Pablo Picasso", "Modern World" e o celebérrimo "Roadrunner"."

Aqui vai "Roadrunner" de 1972 como se fora 1976.





The Modern Lovers - Roadrunner

terça-feira, 23 de maio de 2023

Ramones - Blitzkrieg Bop

   1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


1976 foi o ano do início do Punk. Conforme dizer de Miguel Esteves Cardoso: "No ano de 1976 aparecem as primeiras bandas Punk na Grã-Bretanha: os Sex Pistol, os Jam, os Vibrators, os Clash, os Stranglers e muitos outros. Mas, ao contrário do que se pensa, o Punk não nasceu no Reino Unido, embora tenha sido aí que tenha ganho a sua notoriedade."

É em Nova Iorque que se verificam as primeiras manifestações em grupos que "pegavam numa tradição largamente americana" (por exemplo os Velvet Underground e The Stooges de Iggy Pop) e que levam o Rock "para a espontaneidade enérgica das suas origens". Entre esses grupo encontravam-se os Ramones que em 1976 publicam o álbum homónimo "Ramones".


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"Está aqui a arte rupestre da pré-história do Punk e da New Wave. Um mínimo de acordes, um mínimo de letras, um mínimo de desenvolvimento melódico - os Ramones impõem desde logo o seu estilo particular: o mais curto, o mais estúpido, o mais rápido possível. É um álbum estupendo, de galopante amadorismo, com letras tão absurdas que chegam a ser boas." Para este álbum Miguel Esteves Cardoso dá-lhe 4 estrelas, bom.

"Blitzkrieg Bop" seria o primeiro Single dos Ramones publicado no início do ano de 1976 e que seria incluído no primeiro LP do mesmo ano.



Ramones - Blitzkrieg Bop

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Augustus Pablo - King Tubby Meets Rockers Uptown

  1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Continuo em 1976 e em algumas escolhas que Miguel Esteves Cardos fez para este ano. Para hoje mais uma manifestação de Reggae que então muito se ouvia e cuja importância é por ele sublinhada ao afirmar que se ganhou "consciência súbita da riqueza do Reggae" e que este iria "servir de tábua de salvação de parte significativa da Nova Vaga, desde 1977 até 1980 (e com uma probabilidade esmagadora de continuar), através da incorporação de ritmos Reggae (os Clash, os Members, Ian Dury etc.), culminando no estouro Dois-tons em fins de 1979".

Augustus Pablo (1953-1999) é mais um músico Reggae, menos conhecido mas não menos importante, surgido na década de 70 e que se notabilizou na utilização do instrumento musical escaleta também conhecido, segundo a wikipédia, por melódica, melodion, melodeon, clavieta, pianica ou harmonifon. Desta forma contribui para o estilo musical Dub (são vários os discos de Augustus Pablo a conter a designação "Dub"), saído do Reggae, sendo um dos seus pioneiros.


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Em 1976 é publicado o seu 4º álbum, "King Tubbys Meets Rockers Uptown", para o qual Miguel Esteves Cardoso atribuiu 3 estrelas. É o pequeno tema título, essencialmente instrumental, que recordo.



Augustus Pablo - King Tubby Meets Rockers Uptown

domingo, 21 de maio de 2023

Bob Marley & The Wailers - War

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Uma das preferências de Miguel Esteves Cardoso relativamente aos anos 70 era Bob Marley. Bob Marley foi a expressão máxima do Reggae que se ouviu um pouco por todo o lado nos idos anos70.

Faleceu em 1981 com apenas 36 anos mas deixou-nos uma obra invejável que ficou registada em 13 álbuns de estúdio com o grupo The Wailers e ainda alguns vários álbuns ao vivo, colectâneas e também a solo.

Miguel Esteves Cardoso colocava-o no grupo dos artistas "Primeira constelação", ao lado de Joni Mitchell, Leonard Cohen e David Bowie ou seja aqueles que na década de 70 manifestaram "qualidade constante e ininterrupta". Considerava ainda, que tendo em conta a produção discográfica que dividia entre "Instável/Experimental" e "Estável/Tradicional", Bob Marley encontrava-se neste segundo grupo juntamente com Leonard Cohen, Neil Young, Ry Cooder, Van Morrison e Stevie Wonder.


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A publicação de Bob Marley no ano de 1976 é "Rastaman Vibration" a merecer 4 estrelas e onde se revelavam canções como "War" que agora recupero.



Bob Marley & The Wailers - War

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Toots and the Maytals - Reggae Got Soul

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


A década de 70 teve na música popular um manancial de géneros que se desenvolveram e tiveram importância significativa. De alguma forma já passei pela maior parte deles, do Punk-Rock ao Reggae, para citar dois que tiveram o apogeu naqueles anos.

Miguel Esteves Cardoso sublinha os dois ao afirma que "Talvez a consequência mais frutífera do fenómeno Punk tenha sido a consciência súbita da riqueza do Reggae que o acompanhou".

Na realidade o Reggae teve uma expressão musical muito relevante com nomes que se tornaram famosos como Bob Marley, Peter Tosh e Jimmy Cliff. Estes os mais conhecidos, mas muitos outros como por exemplo Toots and the Maytals que se encontravam entre as escolhas de Miguel Esteves Cardoso para o ano de 1976 com o LP "Reggae Got Soul" para o qual lhe dava 3 estrelas ou seja "Bom. Contém boas canções, mas uma ou outra canção indiferente ou medíocre".




Fica o tema título para ilustrar a vitalidade que este género musical então manifestava.



Toots and the Maytals - Reggae Got Soul

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Joan Armatrading - Down to Zero

  1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Nestas escolhas de Miguel Esteves Cardoso relativas ao ano de 1976 já recordei a Joan Armatrading a propósito dos "Singles representativos" do ano com a canção "Love and Affection". 

Hoje a ela volto, agora considerando o álbum "Joan Armatrading" também ele a constar nas escolhas de Miguel Esteves Cardoso e a merecer a classificação de 4 estrelas, o correspondente a "Muito Bom" (3 estrelas era "Bom" e 5 "Excelente").


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Ao 3º LP Joan Armatrading impunha-se no Folk-Rock, aqui com uns laivos de Pop, britânico que já tinha conhecido melhores dias. Neste álbum é possível encontrar entre os colaboradores nomes como Jerry Donahue e Dave Mattacks elementos importantes na cena Folk inglesa, em particular nos Fairport Convention.

"Down to Zero" foi a grande canção e que mais se ouviu deste álbum, era a expressão perfeita no voz ímpar de Joan Armatrading ao relatar o estado emocional de alguém cujo parceiro a abandona por outra.



Joan Armatrading - Down to Zero

terça-feira, 16 de maio de 2023

Stevie Wonder - Isn't She Lovely

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Para Miguel Esteves Cardoso Stevie Wonder fazia parte da chamada "Terceira constelação" ou seja encontrava naqueles com "qualidade inconstante, com interrupções frequentes de actividade ou de qualidade", o que me parece um pouco injusto pois de 1970 a 1980 publicou 9 álbuns de qualidade acima da média e se começou a década de 70 com "Signed, Sealed & Delivered" a de 80 ainda começou melhor com "Hotter than July". Terá sido claramente a melhor década de Stevie Wonder com discos tão importantes como "Innervisions", "Fulfillingness' First Finale" e "Songs in the Key of Life".




É precisamente este último, editado em 1976, ao qual Miguel Esteves Cardoso atribui 4 estrelas ou seja "Muito bom. Contém sobretudo boas canções, com um ou outro deslize de pouca importância". Sem dúvida "Songs in the Key of Life"um dos melhores trabalhos de Stevie Wonder e do ano de 1976 agora em questão.

Stevie Wonder então com 26 anos ia já no seu 18º trabalho de estúdio e logo um duplo álbum. Entre as muitas canções que ouvi deste álbum encontrava-se este "Isn't She Lovely" que agora se recorda.



Stevie Wonder - Isn't She Lovely

segunda-feira, 15 de maio de 2023

Fleetwood Mac - Dreams

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Em 1976 os Fleetwood Mac tinham 10 anos de existência e outros tantos álbuns de estúdio publicados. Quanto à constituição do grupo este tinha sofrido várias alterações, doa formação original só restavam  Mick Fleetwood e John McVie. No que diz respeito ao som que  os Fleetwood Mac praticavam as diferenças eram substanciais, basicamente passaram do Blues-Rock, que eu tanto apreciava, para um Soft-Rock, bem interpretado mas menos cativante. Menos cativante para mim que no que diz respeito ao sucesso esse conheceu níveis elevados que atingiam o máximo com o álbum "Rumours" em 1977, para o efeito terão contribuído as vozes femininas de Stevie Nicks e Christine McVie (1942-2022).


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Do álbum "Rumours" saíram várias canções que constituíram grandes sucessos como por exemplo "Dreams" que Miguel Esteves Cardoso a coloca nos Singles representativos de 1976, era a segunda "maravilha"  do que ele chama Rock tradicional a par com "Love and Affection" da Joan Armatrading. Não encontrei qualquer evidência que "Dreams" fosse publicada ainda em 1976, de qualquer forma aqui fica na voz de Stevie Nicks a sua compositora.



Fleetwood Mac - Dreams

https://drive.google.com/file/d/10fY6onb-6pTmUS5udNBonKAI6AzlAyXo/view?usp=sharing

sábado, 13 de maio de 2023

Joan Armatrading - Love and Affection

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Mais duas canções que Miguel Esteves Cardoso elege como "Singles representativos" do ano de 1976. Depois do Reggae e do Punk, "o Rock tradicional produzia duas maravilhas", a primeira era "Love and Affection" da Joan Armatrading.

Foi ao 3º álbum, "Joan Armatrading", que teve maior repercussão internacional e provavelmente foi este o primeiro disco que dela ouvi, em particular com as canções "Down to Zero" e "Love and Affection".


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Se bem que a primeira tenha sido a que maior divulgação mereceu, revelando das as potencialidades e características vocais de Joan Armatrading", era a segunda que Miguel Esteves Cardoso escolhia no chamado Rock tradicional. "Love and Affection" era uma delas, a outra fica para amanhã.

Ouça-se Joan Armatrading, essa voz simultaneamente poderosa e suave com uma capacidade emotiva fora do comum.



Joan Armatrading - Love and Affection

Blondie - X Offender

  1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Mais um Single dito de "os primórdios discográficos do Punk" e que Miguel Esteves Cardos coloca entre os Singles representativos do ano de 1976.

Blondie é uma banda norte-americana e que se deu a conhecer em disco no remoto ano de 1976, ou seja em pleno rebentar do Punk. Embora seja mais correcto identificá-la como um grupo da New Wake surgida no final da década, é verdade que em 1976 era evidente a sua identificação com a sonoridade resultante do movimento Punk.

A liderar os Blondie encontrava-se Deborah Harry, então com mais de 30 anos o que é de realçar face à idade média que os grupos Punk tinham.


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A canção escolhida é "X Offender", que começou por designar-se "Sex Offender" mas que a editora achou por bem alterar, foi a primeira de um sucesso enorme que o grupo viria a ter nos anos seguintes em particular com o álbum "Parallel Lines" em 1978.



Blondie - X Offender

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Richard Hell - Bank Generation

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Na continuação dos Single representativos do ano de 1976 e ainda relativos ao Punk então emergente, Miguel Esteves Cardoso seleciona, para além de "Anarchy in the U.K." dos Sex Pistols, mais duas canções, a primeira recordo hoje a outra amanhã.

Integra a formação inicial dos Television, forma de seguida The Heatbreakers e finalmente Richard Hell and the Voivoids, é de Richard Hell que estou a falar.

Inglaterra tinha os Sex Pistols de Johnny Rotten, os Estados Unidos The Voivoids de Richard Hell, duas bandas seminais do movimento Punk. Ainda em Novembro de 1976, de acordo com https://www.discogs.com/, é publicado o EP "Another World" de Richard Hell onde consta a canção "Blank Generation", são "os primórdios discográficos do Punk".


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"Blank Generation" baseia-se numa canção de 1959 de Bob Mcfadden de nome "The Beat Generation", ei-la, substancialmente alterada, na letra inclusive, na versão de Richard Hell. Era o nascer do Punk em 1976.



Richard Hell - Bank Generation

quinta-feira, 11 de maio de 2023

Sex Pistols - Anarchy in the UK

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


O movimento Punk rebentou ainda no ano de 1976, e é com ele que ficamos em mais este Regresso ao Passado dedicado às escolhas de Miguel Esteves Cardoso, neste caso aos Singles mais representativos daquele ano. Dizia ele: "O "single" foi o grande veículo do Punk, quase sempre gravado e prensado com equipamento rudimentar e de preços agradavelmente em conta."

E entre as escolhas encontrava-se aquele single com a canção que considerava "a faixa fundamental do Punk e dos Sex Pistols."  Para Miguel Esteves Cardoso "O Single do ano é evidentemente "Anarchy in th U.K.""

Nunca fui adepto fervoroso da música saída do movimento Punk mas que se estava a assistir a uma estagnação da música popular e que na sequência do Punk ela saiu revitalizada, isso é verdade.


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Da rebeldia do movimento Punk da segunda metade dos anos 70 aqui fica "Anarchy in the UK" o que hoje é um clássico bem definidor daquele movimento musical. "Anarchy in the UK" seria incluído no ano seguinte naquele que seria o único álbum de estúdio do grupo, o famoso "Never Mind the Bollocks, Here's the Sex Pistols".



Sex Pistols - Anarchy in the UK

quarta-feira, 10 de maio de 2023

Pluto Shervington - Dat

  1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


E vamos lá, agora sim, às escolhas que Miguel Esteves Cardoso evidenciou para o ano de 1976, começando pelos Singles mais representativos onde são destacados o Punk, o Rock dito tradicional e o Reggae.

Para este último um único tema é referido: "Dat" de Pluto Shervington.


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Pluto Shervington, ou somente Pluto, é um músico da Jamaica, do qual não me lembrava de todo, que logrou algum sucesso precisamente com este "Dat" alcançando, em 1976, o 6º lugar nas tabelas do Reino Unido.

Uma canção bem disposta com uma batida bem animada que cria uma atmosfera positiva e descontraída. Toca a ouvir.



Pluto Shervington - Dat

segunda-feira, 8 de maio de 2023

Ian Matthews - Lonely Hunter

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Ainda no grupo de "náufragos" que Miguel Esteves Cardoso identifica comparando a evolução artística de nomes que no início da década de 70 produziram grandes trabalhos e que eram grandes promessas da música popular e o estado em que se encontravam 10 anos depois.

Em 1970 "Ian Matthews lança "Matthew's Southern Comfort", forma depois uma banda com o mesmo nome, publicando ainda "Second Spring" e "Later that Same Year". No ano seguinte, aparece o justamente famoso "If You Saw Through My Eyes", e ainda o igualmente belo "Tigers Will Survive". Com cinco álbuns de inegável qualidade no espaço de dois anos apenas, Ian Matthews parece ter gasto o seu talento introspectivo invulgar (mas limitado) e nunca mais poderá igualar o padrão imposto de maneira tão marcante."

Ainda num rasgo de genialidade em 1972 Ian Matthews forma os Plainsong e grava mais um excelente trabalho que foi  "In Search of Amelia Earhart" que como o nome indica se baseia na história do desaparecimento de Amelia Earhart, pioneira da aviação dos Estados Unidos.

A partir daí "Perdendo as suas raízes simples e a pureza de concepção de 1970-71, Matthews iria optar por um som mais comercial e cheio (por exemplo "Go For Broke" de 196) que sufocaria a natureza pessoal e delicadamente esquizofrénica que tanto haviam enlevado no início."


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"Go For Broke" é para alguns o álbum mais fraco da sua longa discografia, há quem pelo contrário o destaque e dele revele canções como  "Lonely Hunter" e "Rhythm of the West".  Segue "Lonely Hunter".



Ian Matthews - Lonely Hunter

domingo, 7 de maio de 2023

Genesis - Trick of the Tail

1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Para hoje um grupo que para Miguel Esteves Cardoso teve nos primeiros anos da década de 70 a "sua época dourada" e que terminam os anos 70 sem conseguir "afugentar o cansaço e o preguiça por demais em evidência em "Three" e "Duke"" respectivamente de 1978 e 1980, eram claro está os Genesis.

Ao declínio dos Genesis poder-se-á associar à saída de Peter Gabriel com quem os Genesis gravaram os seus melhores trabalhos: "Nursery Crime" (1971), "Foxtrot" (1972), "Selling England by the Pound" (1973) e "The Lamb Lies Down on Broadway" (1974), no entanto "Curiosamente, o LP seguinte dos Genesis, publicado em 1976 já sem Gabriel - "Trick of the Tail" - é ainda mais poderoso, com um teor de invenção melódica mais concentrado, do que o anterior. Mas seria a derradeira gravação importante duma banda de excelentes (e variados) executantes."


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"Trick of the Tail" continuava, como por inércia, o estilo de composição a que os Genesis nos tinham habituado e até a forma de cantar de Phil Collins faz com frequência lembrar Peter Gabriel. Lembro-me de ainda ouvir este álbum nos meus tempos de estudante em Coimbra e marcou o fim do meu interesse pelos Genesis

Segue "Trick of the Tail" o tema título.





Genesis - Trick of the Tail

sábado, 6 de maio de 2023

James Taylor - Shower the People

   1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Mais do que escolhas de Miguel Esteves Cardoso, quase poder-se-ia considerar não escolhas. Na realidade Miguel Esteves Cardoso elenca um conjunto de artistas cuja importância no início da década de 70 era inquestionável e cujo fulgor se foi perdendo chegando ao final dos anos 70 uma sombra do que foram no início, eram os "náufragos" no dizer de Miguel Esteves Cardoso. Para hoje mais um: James Taylor.

Depois de em 1970 ter gravado um dos meus preferidos álbuns da música popular, "Sweet Baby James", "James Taylor lançaria apenas um outro álbum que faria justiça ao conteúdo excelente de "Sweet Baby James" - "Mud Slide Slim and the Blue Horizon", no ano seguinte."

Depois disso caiu "num ócio despreocupado que deu cabo da razão de ser da sua música e nunca mais haveria um trabalho de James Taylor que correspondesse à realização dos dois álbuns de 70 e de 71..."

Em nota adianta: "Ultrapassado pela avalanche de cantores-compositores que o seguiram, por vezes reconhecendo a dívida (Jackson Browne, Loudon Wainright) James Taylor foi-se tornando cada vez mais preguiçoso e entediante, com "One Man Dog" (72), "Walking Man" (74), "Gorilla" (75), "In the Pocket" (76) e "JT" (1977)."


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Efectivamente "In the Pocket" do ano de 1976 não deixou grandes recordações, mas abria com uma bela canção que continua-se a ouvir com todo o agrado, é "Shower the People".



James Taylor - Shower the People

sexta-feira, 5 de maio de 2023

The Stills–Young Band - Long May You Run

  1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Da importância dos Crosby, Stills, Nash & Young já tive oportunidade de me referir no que diz respeito aos primeiros anos da década de 70, utilizei, inclusive, um tema próprio, "David Crosby. Stephen Stills. Graham Nash. Neil Young de 1969 a 1974" onde percorri o que publicaram em conjunto, a solo ou nas diversas parcerias que tiveram.

Um viveiro de criatividade que segundo Miguel Esteves Cardoso se esgotou pois "Em 1980, sempre ressalvando a discografia de Neil Young, a contribuição dos Crosby, Stills, Nash & Young, continua, essencialmente, a ser a mesma que foi em 1970".


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Quanto a Stephen Stills depois do "magnífico álbum a solo ("Stephen Stills")", "produz ainda "Stephen Stills 2" (1971), "Manassas" (1972), "Down the Road" (1973), "Stills" (1975), "Stephen Stills Live" (1975), "Illegal Stills" (1976), e "Long May You Run" (1976), De todos estes álbuns o único que recompensa o ouvinte é o último, e, mesmo assim, só por causa da colaboração de Neil Young."

"Long May You Run" uma canção que tem perdurado ao longo dos anos e que Neil Young com frequência a inclui no seu reportório. "Long May You Run" para Neil Young e Stephen Stills.



The Stills–Young Band - Long May You Run

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Elton John - Tonight

 1970-1980 Algumas escolhas de Miguel Esteves Cardoso


Vou continuar no ano de 1976 agora à boleia do Miguel Esteves Cardoso e do seu posfácio ao livro "POP-MUSIC ROCK" de Philippe Daufouy e Jean-Pierre Sarton tantas vezes já referidos nestes meus Regresso ao Passado.

Lembremos da analogia que Miguel Esteves Cardoso fazia da evolução musical da década de 70 comparando-a com um "U" ou seja a "quantidade de lançamentos importantes, decresce progressivamente. Atinge a fossa mais profunda e pestilenta em 1975, recuperando depois nos anos seguintes, até atingir novo auge em 1980".

Entre os exemplos de quebra qualitativa verificada em alguns músicos de quem tanto se esperava e que em 1980 eram uma sombra do que eram em 1970 encontra-se Elton John. Afirma Miguel Esteves Cardoso: "A partir de 1972, a perdição concretiza-se dolorosamente, apesar de momentos isolados em que aceita esquecer por momentos as exigências financeiras". Algumas canções de "Blues Moves" de 1976 encontram-se nessas excepções.


https://www.discogs.com/


"Blue Moves" é um álbum duplo que pouco se ouviu quando foi publicado, talvez um álbum simples tivesse resultado melhor. Quando o ouvi pela primeira vez, uma canção reteve a minha atenção, foi "Tonight" e tinha a particularidade do acompanhamento ser feito pela Orquestra Sinfónica de Londres. É precisamente "Tonight" que fica para recordação.



Elton John - Tonight

quarta-feira, 3 de maio de 2023

Peter Frampton - Baby, I Love Your Way

Canções que se ouviam no ano de 1976


Para ficarmos com uma nota positiva deste ano de 1976, termino como comecei este tema "Canções que se ouviam no ano de 1976" ou seja com Peter Frampton.

Comecei por recordar "Show Me The Way" e concluo com "Baby, I Love Your Way", as duas muito ouvidas no ano de 1976 e diga-se muitos anos depois também pois invariavelmente uma destas canções surge quando se recorda Peter Frampton.




As duas pertencem ao álbum "Frampton" de 1975, o quarto trabalho de estúdio de Peter Frampton, mas seria nas versões ao vivo no duplo "Frampton Comes Alive!" publicado em 1976 que conheceriam a maior divulgação e o sucesso respectivo.

Nota:

Num ano que considerei menos bom no que ao panorama musical diz respeito, nem tudo foi assim tão mau. Um nome estranho dava os primeiros passos na cena musical e viria a tornar-se, até hoje, um dos grandes nomes da música popular, era Elvis Costello.



Peter Frampton - Baby, I Love Your Way

terça-feira, 2 de maio de 2023

Jethro Tull - Too Old to Rock 'n' Roll: Too Young to Die

Canções que se ouviam no ano de 1976


Entre os grupos que eu mais apreciei na década de 70 encontravam-se os Jethro Tull. Melhor dizendo, os Jethro Tull depois da ascensão de 1968 a 1972, onde se centra o que de melhor produziram, entraram num período  (1972-1976) de menor criatividade mas mesmo assim de inegável interesse, recuperando algum folego no final da década com álbuns como "Songs from the Wood" (1977) e "Heavy Horses" (1978).

Em 1976 editaram o álbum "Too Old to Rock 'n' Roll: Too Young to Die!", que considero o menos inspirado até então gravado, pensava eu "estão a ficar velhos para o Rock, mas são ainda novos para desistir", o que fazia jus ao título do álbum. Até a capa denotava falta de inspiração.



Edição portuguesa com a ref: 6307 572,
preço:320$00, cerca de 1,6€


A única faixa que então se ouvia era o tema título que mesmo assim não logrou grande sucesso. Fica a respectiva audição com a curiosidade de se poder ouvir Maddy Prior na voz de apoio.



Jethro Tull - Too Old to Rock 'n' Roll: Too Young to Die