quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Joan Baez - Birmingham Sunday

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Símbolo grande da música popular norte-americana dos anos 60 e 70, lutadora pelos direitos humanos e as a injustiça social Joan Baez foi uma figura marcante na minha juventude e que seguia com toda a atenção, à semelhança aliás de outras figuras com Bob Dylan em particular destaque.

A sua música reflectia o seu envolvimento nas causas daqueles anos nomeadamente a oposição à guerra do Vietname e a defesa dos direitos sociais nos EUA. 

Sem referência a nenhuma canção em particular de Joan Baez a revista "mundo da canção" publicava, no seu nº 16 de Março de 1971, um artigo intitulado "Joan Baez - contra o sistema - Ser pacifista não é o mesmo que combater pacificamente pela paz!!..." onde se releva a sua luta "contra o sistema" e de ser "uma activa lutadora pacífica dos direitos do homem".




A escolha da canção para hoje recaiu sobre uma canção relativamente pouco conhecida "Birmingham Sunday" publicada no LP "Joan Baez/5" de 1965. É uma canção escrita por Richard Fariña, seu cunhado, também ele cantor e falecido prematuramente em 1966 com apenas 29 anos. Um ataque do  Ku Klux Klan a uma Igreja Baptista é o tema.



Joan Baez - Birmingham Sunday

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Neil Diamond - He Ain't Heavy, He's My Brother

 mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Ao longo do tempo a canção "He Ain't Heavy, He's My Brother" tem sido alvo das mais variadas interpretações. No entanto, aquelas que lograram maior sucesso foram as efectuadas respectivamente pelos The Hollies em 1969 e logo no ano a seguir por Neil Diamond.

Se bem que destas duas a minha preferência vá claramente para The Hollies com a excelente vocalização de Allan Clarke e arranjos que empregam uma intensidade e inspiram uma liberdade bem superiores à versão de Neil Diamond bem mais contida e pastosa.



Era, no entanto, à versão de Neil Diamond que se referia a revista "mundo da canção" quando no seu nº 16 em Março de 1971 publicava a letra de "He Ain't Heavy, He's My Brother". E é a ela que volto novamente, quem preferir The Hollies e as quiser comparar pode recuperá-la aqui.



Neil Diamond - He Ain't Heavy, He's My Brother

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Donovan - Celia Of The Seals

mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Nunca percebi bem porquê mas era frequente o mesmo artista trazer publicadas letras das suas composições em páginas diferentes, o que não fazia sentido, na revista "mundo da canção" que eu comprava na minha adolescência. É o que acontece com o o exemplo de hoje com Donovan cujas letras de "Celia Of The Seals" e "Curry Land" vinham publicadas, no nº 16, em páginas distintas respectivamente páginas 18 e 39.





"Curry Land" era mais uma magnífica canção de Donovan, já disponível neste blogue, que pertencia ao LP "Open Road" de 1970. Quanto a "Celia Of The Seals" fazia parte do não menos bom duplo álbum "HMS Donovan" de 1971, foi também editada em Single e foi um dos últimos sucessos deste hippie convicto. 

"Celia Of The Seals" passava no programa de rádio "Página Um" e era apresentada como canção de protesto contra o abate das focas para efeitos de consumo.

"Voyna, voyna, voyna, voyna voyna vay..."





Donovan - Celia Of The Seals

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water

   mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Ficaram famosas as listas elaboradas pelo programa de rádio "Em Órbita" com as escolhas musicais do ano que tinha terminado, as melhores canções, os melhores álbuns, a pior canção, a revelação do ano, a desilusão do ano. Apresentadas de uma forma sóbria era lido um pequeno texto alusivo à escolha com a passagem de seguida da respectiva canção. Recordo-me bem da última vez que o programa revelou as suas escolhas, foram relativas ao ano de 1970, e lá estava eu a ouvir o programa com lápis e papel onde anotava as escolhas que eram efectuadas.

A revista "mundo da canção" nº 16 publicada em Março de 1971, no tempo em que as escolhas eram feitas depois do ano acabar e não antes que hoje em dia acontece com a generalidade das listas elaboradas pelas revistas da especialidade,  trazia os textos lidos no programa para as quinze melhores gravações. E pasme-se com a qualidade das mesmas, faça-se uma comparação com os tempos actuais e tirem-se as respectivas conclusões.




Torna-se mesmo difícil de fazer a escolha para este Regresso ao Passado, até poque já aqui as disponibilizei todas sob a etiqueta "Em Órbita". Pensando bem fico-me pelo primeiro lugar a bela e para sempre "Bridge Over Troubled Water" do duo Simon and Garfunkel, pois era esta que eu ao ouvir então o programa ansiava que fosse escolhida.

"A melhor gravação de 1970, apaixonada revisão de valores, é o desenterrar solene de um quase perdido sentido de pureza.

Um desenho simples, esboço não acabado, recusa do sentimento subvertido ao desencanto.

Atmosfera de rigor sagrado, memória distante transportada pelo eco dos abismos do tempo, revoar de asas mortas rejuvenescidas no Abrigo do Absoluto.

Reencontro de emoções esquecidas, “Bridge Over Troubled Water”, é a melhor gravação de 1970." 



Simon and Garfunkel - Bridge Over Troubled Water

domingo, 25 de setembro de 2022

The Hollies - Too Young To Be Married

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Em 1971, The Hollies continuavam a sua carreira de sucesso iniciada nos primeiros anos da década anterior. Neste ano Allan Clarke ia interromper a sua permanência por dois anos no grupo e  Graham Nash já tinha abandonado o grupo em 1968 para outras aventuras bem mais aliciantes.

Os sucessos foram-se sucedendo, mas interessante não me recordo dos LP do grupo, contrariando a tendência da progressiva importância que os trabalhos de longa duração tinham The Hollies parecia que continuavam a ser conhecidos fundamentalmente pelos Singles que editavam.




Na revista "mundo da canção" nº 16 vinha publicada a letra da canção "Too Young To Be Married" e da qual não me lembrava. Constava no álbum "Confessions of the Mind" do ano de 1970 que me passou despercebido. Terá sido publicada em Single em alguns países, não o foi no Reino Unido, e chegou a nº 1 na Austrália e Nova Zelândia. Terá sido publicada em Portugal? Do mesmo ano, 1970, só me lembrava de "Gasoline Alley Bred" que já tive oportunidade de recordar em anterior Regresso ao Passado.

Seja como for "Too Young To Be Married" integra-se bem no estilo musical do grupo, sendo de autoria de Tony Hicks que se mantem ainda hoje como o único elemento da formação original dos The Hollies de 1963.



The Hollies - Too Young To Be Married

sábado, 24 de setembro de 2022

Gilbert O'Sullivan - Nothing Rhymed

 mundo da canção nº 16 de Março de 1971


No final dos anos 60, início dos anos 70 os artistas Pop-Rock das mais variadas matizes proliferaram de uma forma fora do comum, parece que havia alguma coisa no ar...

De todas as matizes, para todos os gostos do Rock mais pesado ao Pop mais ligeiro sucediam-se as novidades a um ritmo não normal. E ainda menos normal a qualidade média era bem elevada tendo em conta as características comerciais que muitas vezes a música dita popular encerra. É verdade que muitos dos êxitos de então foram circunstâncias e efémeros, a não durar mais que umas férias de Verão, mas muitos outros perduram no tempo e são verdadeiras relíquias de tempos tão ricos e diversificados.

Gilbert O'Sullivan encontra-se algures no meio desta panóplia musical, infelizmente a sua música não mais se ouviu mas quando surgiu foi mais uma novidade tão agradável quanto excêntrica era a sua figura de menino pobre de tempos mais antigos.




Uma das várias canções de Gilbert O'Sullivan que frequentaram os Top de vendas foi "Nothing Rhymed" de 1970 e era a letra desta composição que vinha publicada no número 16 da revista "mundo da canção". Recordemo-la mais uma vez.



Gilbert O'Sullivan - Nothing Rhymed

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Neil Young - Only Love Can Break Your Heart

mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Os primeiros anos da década de 70 foram os da revelação de um dos maiores artistas Rock de sempre: Neil Young. Não que a sua música seja da mais fácil adesão, ainda hoje não é, mas o sucesso dos Crosby, Stills, Nash and Young veio manifestar curiosidade sobre cada um dos seus elementos e Neil Young, em meu entender, foi o que mais se destacou.

Se bem que Neil Young não fosse, para quem estava atento à melhor música popular que então se fazia, propriamente desconhecido. Já nos anos 1966 a 1969 se tinha evidenciado com as belas canções que compôs nos seminais Buffalo Springfield e a solo já tinha gravado "Neil Young" (1968) e "Everybody Knows This Is Nowhere" (1969), este com os Crazy Horse, a figurar em qualquer lista dos melhores álbuns de sempre. É lá que estão canções como "Down by the River" e "Cowgirl in the Sand".

Em 1970 é publicado o terceiro LP, "After the Gold Rush" um dos melhores discos de Folk-Rock de sempre que conheço.




A revista "mundo da canção" publicou no seu nº 16 de Março de 1971 a letra da canção "Only Love Can Break Your Heart" que fazia parte deste último álbum que me é tão querido.



Neil Young - Only Love Can Break Your Heart

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Dave Edmunds - I Hear You Knocking

mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Nada de especial para o Regresso ao Passado de hoje, volto a Dave Edmunds e à sua interpretação de "I Hear You Knocking" a canção que maior sucesso que teve na sua voz. O pretexto desta vez é a publicação da letra na revista "mundo da canção" no seu nº 16 de Março de 1971.

Ouviu-se bastante naquele ano e andou nos Top de vendas internacionais e no português também. Canção simples, sem grandes pretensões e agradável de se ouvir que Dave Edmunds recuperou da excelente Rhythm'n'Blues versão original pertencente a Smiley Lewis do ano distante de 1955.




Relembrem e desfrutem deste "I Hear You Knocking" ou descubram-na para os mais novos.



Dave Edmunds - I Hear You Knocking

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Creedence Clearwater Revival - Have You Ever Seen The Rain

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Em 1971 os Creedence Clearwater Revival eram extremamente populares. Com uma música simples, directa e repleta da energia do início do Rock'n'Roll, foi um dos grupos mais bem sucedidos junto da juventude entre 1968 e 1972, ano em que terminaram e onde se encontram os sete LP de estúdio do grupo.

Sem dúvida, simpáticos, despretensiosos e animados em tempos em que os Super Grupos de Rock Progressivo dominavam a cena musical Pop-Rock.

Os Creedence Clearwater Revival eram presença regular nas páginas da revista "mundo da canção" onde eram publicadas as letras de algumas das suas canções mais conhecidas (outros tempos em que era bem difícil obter as letras das canções se não viessem impressas na capa dos LP, agora há distância de um click em qualquer telemóvel).






Neste nº 16 do "mundo da canção" eram três as letras publicadas, "Have You Ever Seen The Rain" e ainda "Bad Moon Rising" e "Proud Mary" já publicadas no nº 3 da revista que se encontrava entretanto esgotado.

"Have You Ever Seen The Rain" foi um dos grandes sucessos do grupo, pertencia ao LP "Pendulum" publicado em finais de 1970.



Creedence Clearwater Revival - Have You Ever Seen The Rain

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Mick Jagger - Memo from Turner

 mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Continuemos então com o folhear da revista "mundo da canção" nº 16 publicada em Março de 1971, depois da letra de "Jesus Christ Superstar" paramos na página seguinte onde surgem três letras, a primeira das quais é "Memo From Turner" da autoria de Mick Jagger e Keith Richard sendo a interpretação do primeiro.

Mick Jagger estreava-se como actor em dois filmes editados em 1970: "Ned Kelly" e "Performance" sendo neste último que interpreta a personagem de Turner. A banda sonora do filme continha temas, entre outros, de Randy Newman, Ry CooderBuffy Sainte-Marie e este "Memo From Turner".




Para recordar mais uma vez, eis Mick Jagger com "Memo From Turner", a primeira gravação a solo fora dos Rolling Stones.



Mick Jagger - Memo from Turner

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Andrew Lloyd Webber-Tim Rice - Jesus Christ Superstar

mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Numa época em que a música popular se expandia e ultrapassava barreiras até então impensáveis eis que surgem as chamadas Óperas-Rock. Tudo aconteceu no final dos anos 60, quando os grupos Rock começaram a criara álbuns que eram mais do que uma colecção de canções para serem um conjunto de canções interligadas por um tema apresentando assim uma história com princípio, meio e fim. "S. F, Sorrow", de 1968, dos Pretty Things é genericamente considerado o primeiro trabalho merecedor da designação Ópera-Rock. Mas a sua popularização vai directa para The Who que em 1969 publicam o duplo álbum "Tommy". No mesmo ano foram seguidos pelos The Kinks como o seu "Arthur (Or the Decline and Fall of the British Empire)". Um género que seria desenvolvido nos anos 70 por nomes como David Bowie, Genesis, Lou Reed e Pink Floyd para citar os mais importantes. 

Mas as barreiras seriam ainda em 1970 mais ultrapassadas por uma dupla de artistas, o compositor Andrew Lloyd Webber e o letrista Tim Rice que se atreveram a fazer a Ópera-Rock "Jesus Christ Superstar" baseada na última semana de vida de Jesus e no conflito entre este e Judas. No mínimo arrojado para aqueles tempos.




Trata-se de um álbum em formato duplo que seria adaptado ao cinema em 1973 e que tem tido múltiplas versões teatrais até aos nossos dias. 

Uma das faixas mais divulgada quando foi primeiramente editado era o tema título "Jesus Christ Superstar" cuja letra vinha publicada neste nº 16 da revista "mundo da canção" que tenho vindo a recordar. Lembro-me bem de a ouvir na nossa rádio, no programa "Página Um".



Murray Head - Jesus Christ Superstar

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Dalida - Ils Ont Changé ma Chanson

   mundo da canção nº 16 de Março de 1971


É verdade, ao longo dos tempos tem sido sempre assim, umas vezes mais outras menos, aproveita-se um sucesso de vendas, normalmente de um artista bem conhecido, e logo, à boleia, surgem uma série de versões das quais fica a impressão de flagrante oportunismo ficando quase sempre aquém do original.

É disso que trata o artigo "canções em segunda-mão" publicado na revista "mundo da canção" no seu número 16. 

Era assim que genericamente eu pensava até começar a aperceber-me que não era sempre assim e, ao começar a escrever estas linhas, logo me veio à memória as versões que os iniciais Fairport Convention fizeram de temas de Bob Dylan, Joni Mitchell e Leonard Cohen, entre outros. Versões repletas de criatividade a só poderem ser feitas por um grupo de músicos de excepção. Ora aqui está a grande diferença, é a qualidade do original e de quem faz a versão que determina a validade das mesmas e não as razões comerciais que normalmente imperam.




No referido artigo os alvos da crítica iam directos para Dalida "que nunca soube interpretar fosse o que fosse" que se atreveu a cantar "What Have They Done To My Song, Ma?" sucesso de Melanie de 1970 e para portuguesa Mafalda Sofia, nacional-cançonetista de gema e de um tal Diamantino que que se aproveitavam das melhores canções do Festival da Canção da RTP de 1971 para as gravar.

Para ouvir segue "Ils Ont Changé ma Chanson" na voz de Dalida.





Dalida - Ils Ont Changé ma Chanson

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Jacques Brel - Les Paumés du Petit Matin

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Depois de Jean-Paul Cara, eis a segunda passagem pela música francesa que a revista "mundo da canção" providenciava no seu nº 16, nada mais que Jacques Brel. Os dois eram autores, intérpretes  das canções cujas letras eram reproduzidas, mas as semelhanças ficavam por aí, a diferença de um para outro é abismal.

Jacques Brel (1929-1978) de nacionalidade belga foi um dos expoentes maiores da chamada "chanson française" que teve particular destaque nos anos 50 e 60 ainda antes das influências Pop da música inglesa. Que ele próprio iria influenciar de David Bowie a Neil Hannon. 




Desta vez ficamos com a canção "Les Paumés du Petit Matin" que pertencia ao LP "Les Bourgeois" corria o ano de 1962.



Jacques Brel - Les Paumés du Petit Matin

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Jean-Paul Cara - Le Rossignol et la Rose

 mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Não encontro nada, neste nº 16 da revista "mundo da canção", relativamente à música oriunda do Brasil, Espanha ou Itália. Antes de passar em revista a música de expressão anglo-saxónica espaço ainda para a música francesa com duas presenças, a primeira das quais vai para Jean-Paul Cara.

No início dos anos 60 começa a cantar sob o nome de "Gary the Black Angel" acompanhado pelos Les Démons e depois em nome próprio, Jean-Paul Cara. Para além de carreira como cantor, notabilizou-se como escritor de canções interpretadas por outros, entre as quais algumas participações, nos anos 70 e 80,  no Festival da Eurovisão, primeiro lugar em 1977 com "L'Oiseau et l'enfant" na voz de Marie Myriam.




Em disco editado pela "Zip-Zip", a revista "mundo da canção" publicava no seu nº 16 de Março de 1971 a letra da canção "Le Rossignol et la Rose", autoria e interpretação de Jean-Paul Cara.



Jean-Paul Cara - Le Rossignol et la Rose

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Duarte Mendes - Vou Dançar nas Manhãs de Janeiro

   mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Terminava a revista "mundo da canção" no seu nº 16 com "mc Ficha" e com ela também a música portuguesa que, deste número, comecei por recordar.

À semelhança de Hugo Maia de Loureiro mais uma bonita voz que veio dar frescura à nossa música ligeira e que igualmente teve uma curta carreira musical, trata-se de Duarte Mendes. Fica-se a saber que também canta em inglês "com um cunho bastante pessoal"  e que gosta de canções como "The Long and Winding Road" (The Beatles) e "Wichita Lineman" (Glen Campbell).

Ficou conhecido pela sua persistência na participação no Festival da Canção da RTP que acabou por vencer em 1975 com a canção "Madrugada".






À data da publicação deste texto Duarte Mendes tinha somente editado dois discos de curta duração correspondentes às canções que defendeu nos referidos festivais respectivamente de 1970 e 1971.

É também de 1971 o terceiro Single de Duarte Mendes que teve Luiz Villas-Boas na direcção musical, "Vou Dançar nas Manhãs de Janeiro" ocupava o lado A.



Duarte Mendes - Vou Dançar nas Manhãs de Janeiro

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Hugo Maia de Loureiro - Canto

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Pena foi que a carreira de Hugo Mais de Loureiro, em termos musicais tenha sido tão curta.

Estreou-se no célebre programa televisivo "Zip-Zip" e em termos de edições discográficas elas ficaram-se por três discos de formato pequeno e um LP publicados de 1970 a 1972. Muito pouco, portanto, mas o suficiente para naqueles tempos me ter marcado e de ainda hoje o recordar com agrado.

Uma voz bonita, uma capacidade interpretativa superior à mediania nacional e aquela magnifica canção, "Canção de Madrugar", que defendeu no Festival da RTP em 1970 prometiam um futuro musical mais significativo.




De qualquer modo mais um nome importante na renovação da música ligeira que tão carecida estava.

Neste nº 16 da revista "mundo da canção" vinha publicada a letra de "Canto" cuja letra e música era de Fernando Guerra e que viria a ser incluída no álbum "Gesta" de 1972. O acesso a esta canção terá sido muito provavelmente pela gravação promocional que então a editora "Zip-Zip" efectuou.



Hugo Maia de Loureiro - Canto

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Mafalda Sofia - Oh!

 mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Intitulava-se "A situação musical em Vila Velha" o texto que hoje reproduzo e que constava no nº 16 da revista "mundo da canção" de 20 de Março de 1971. Um artigo ficcionado que descrevia a realização de um "comício cançonetista organizado por um grupo de generosas senhoras" em "Vila Velha" onde ficou demonstrado "que o Nacional-Cançonetismo é a música do Povo".

Uma paródia com a situação político-musical ainda dominante onde um grupo "de jovens activistas" opositor ao dito comício cançonetista deveria ser internado num "gigantesco reformatório musical"  onde "seriam recuperados para a sociedade, através de audições maciças de todos os discos de Toni de Matos, António Calvário, Gaby Cardoso, Marco Paulo...".





Entre as "destacadas figuras da cançonetice  nacional" estaria Mafalda Sofia que se ouve agora com "Oh" porque "Uma torturazinha nunca fez mal a ninguém".



Mafalda Sofia - Oh!

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Adriano Correia de Oliveira - Fala do Homem Nascido

mundo da canção nº 16 de Março de 1971


António Gedeão deu a letra, José Niza a música e em 1972 daria o nome a um álbum colectivo e a canção seria então interpretada pelo Samuel. Também em 1971 Luís Cília tinha musicado e interpretado esta poesia, trata-se de "Fala do Homem Nascido". Mas a versão primeira, que eu conheça, data ainda de 1970, é Adriano Correia de Oliveira que a interpreta e a música já era do José Niza.

É a esta última que a revista "mundo da canção" se refere ao publicar a letra no seu nº 16 estávamos então em Março de 1971.




"Fala do Homem Nascido" pertence ao álbum "Cantaremos" publicado por Adriano Correia de Oliveira em 1970 e era mais um passo na renovação da música popular portuguesa então em curso.



Adriano Correia de Oliveira - Fala do Homem Nascido

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Fernando Tordo - Aconteceu na Primavera

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


A injustiça foi grande. Em 1971 no Festival RTP da Canção a canção vencedora foi "Menina" interpretada pela Tonicha mas a canção vencedora deveria ter sido "Cavalo à Solta" de Fernando Tordo que se quedou pelo 3º lugar, as letras eram as duas do mesmo, do grande Ary dos Santos.

A imprensa escrita fez eco da qualidade de "Cavalo à Solta", quer na letra quer na interpretação de Fernando Tordo. No nº 16 de Março de 1971 a revista "mundo da canção" continuava a referir-se-lhe, a propósito da sua edição em Single, como "uma das melhores canções de 1971".




Destacava-se também o lado B do disco com "Aconteceu na Primavera", "um ritmo que se filia na boss-nova" com "melodia também menos linear" e letra a definir através "de comparações, o significado do amor".




Recorde-se então "Aconteceu na Primavera", cuja letra também era publicada.



Fernando Tordo - Aconteceu na Primavera

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Denis Cintra - Garotas

  mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Uma pequena secção denominada "mc informação" dava nota , neste nº 16 da revista "mundo da canção", de algumas edições discográficas. Ficamos a saber da edição de novos discos de Denis Cintra, Ana Maria Teodósio, The Kinks, Mungo Jerry e George Baker Selection. Edições relativamente desinteressantes, excepção para The Kinks com "Apeman" que eu gostava mas aquém de "Lola".

Para recordar hoje pode ser logo a primeira notícia:

"Denis Cintra ataca uma nova maneira de cantar. Exactamente, com desplante e segurança, surge no seu primeiro single com as canções «Garotas» e «O guardanapo do senhor Silva»-. Irónico, sarcástico, implacável, ele é «outra louça» no panorama da canção portuguesa. É a louça inquebrável. Mas quebradora."




Opinião bem diferente da manifestada páginas antes a propósito das escolhas dos melhores e piores do ano onde "O guardanapo do senhor Silva", que já se encontra neste blogue, estava entre as piores canções do ano.

Goste-se, não se goste, recorde-se "Garotas".





Denis Cintra - Garotas

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

José Jorge Letria - Pare, Escute e Olhe

 mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Foram já várias as vezes que dei conta dos Prémios da Imprensa relativos a 1970 onde foram premiados nomes como José Afonso, Paulo de Carvalho, Teresa Paula Brito, Thilo Krassman, José Manuel Osório, etc..

Neste nº 16 da revista "mundo da canção" mais um artigo sobre o mesmo assinado por Arnaldo Jorge Silva. A entrega dos Prémios foi feita num chamado Festival de Música Nova, um espectáculo onde "Nunca, entre nós, se tinha constituído um elenco tão equilibrado e que se completasse desta forma", mas ao que parece "O público foi o grande calcanhar de Aquiles".

",,, um público estranho que tentou boicotar quase como única missão, o que levou a que: Fausto, Hugo Maia de Loureiro se recusassem a cantar". Um público que "ficou indiferente a Nuno Filipe, Efe-5, Rui Mingas, Tordo, Paulo de Carvalho, Teresa Paula Brito, Sindicato, 1111 e Carlos Paredes." Um público "que conseguiu que José Jorge Letria bisasse" e que recebeu José Afonso "em delírio".

Que grande confusão, ora leiam o artigo.




Para ouvirmos sugiro José Jorge Letria então a dar os primeiros passos na música com "Pare, Escute e Olhe", desta vez vamos ouvir a versão em LP editada em 1972 mais bem conseguida que a primeira edição em Single.



José Jorge Letria - Pare, Escute e Olhe

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Mário Piçarra - Calçada de Carriche

mundo da canção nº 16 de Março de 1971


Mário Piçarra (1947-2019), que só agora recordo pela primeira vez, é mais um nome surgido no final dos anos 60 e que podemos incluir na vaga de renovação da música popular portuguesa que então se operou.

A meio da década de 60 teve passagem pelo grupo Chinchilas e em 1969 edita o primeiro EP, "Pastoral", em nome próprio, no ano seguinte vê publicado o 2º EP.

É deste 2º trabalho que dá conta Tito Lívio em artigo intitulado "Mário Piçarra uma vida válida para a construção de uma canção popular portuguesa e publicado na revista "mundo da canção", em Março de 1971, no seu nº 16.

Apreciação globalmente positiva concluindo ser "uma via válida (dicção certa e segura) para uma canção popular portuguesa".




O EP era composto por 4 temas: "Calçada de Carriche", "Elegia", "Romance das Três Barcas" e "Primavera", todas a merecerem apreciação positiva.

Ficamos pela primeira, "Calçada de Carriche", cuja letra é do poeta António Gedeão. A mesma que letra que teria, em 1972, nova adaptação musical na voz de Carlos Mendes, no projecto "Fala de um Homem Nascido"



Mário Piçarra - Calçada de Carriche