Para os menos novos Van Morrison praticamente não necessita de apresentação,
acredito, que para os amantes da música popular, de alguma forma ele se terá
cruzado nas suas vidas. Para os mais novos é mais do que altura de o
descobrir.
Van Morrison, actualmente com 74 anos e que desde o início dos anos 60 tem
tido uma impressionante carreira, é hoje o mais importante músico que a
Irlanda do Norte nos deu. Mais de 40 álbuns a solo onde afirmou uma sonoridade
própria inconfundível que atravessa praticamente todos os géneros musicais mas
muito centrada no Rock e no Rhythm'n'Blues.
A grande maioria das suas gravações são originais por ele assinados,
verdadeiros clássicos hoje em dia, mas não se esquiva a reconhecer as suas
influências e é vê-lo com regularidade a interpretar nomes como por exemplo
John Lee Hooker, Willie Dixon, Sam Cooke, Sonny Boy Williamson, Ray Charles,
só para citar alguns nomes grandes da música negra.
Em 1974 foi editado um dos melhores álbuns ao vivo que conheço: "It's Too Late
To Stop Now", álbum duplo, que correspondia à digressão do ano anterior
contendo gravações efectuadas na Califórnia e Londres. 2016 conheceu o prolongamento com
"...It's Too Late To Stop Know...Volumes II, III, IV & DVD" onde são
recuperados os concertos no Troubadour, Los Angeles a 23 de Maio de 1973, Santa
Monica Civic, Califórnia a 29 de Junho de 1973 e no Rainbow, em Londres a 23 e
24 de Julho do mesmo ano. Imperdível!
Aqui se encontram algumas das suas melhores canções à época assim como algumas
versões de canções de alguns dos músicos negros acima referidos. Pese a versatilidade e
transversalidade de géneros que ele aborda surge naquela digressão uma canção
que eu diria improvável e julgo não a encontrar em mais nenhum dos seus
registos oficiais, "Buena Sera", sucesso dos anos 50 por Louis Prima e alvo de
múltiplas versões. Aparece no Volume III e IV. Vamos então para a Califórnia para 29 de Junho de 1973 ouvir o inconfundível Van Morrison com "Buena Sera".
Conheciam?
Tomara que todos os novos disco que surgem, dos mais diversos artistas da
esfera musical do Pop-Rock, anunciando raridades tivessem a qualidade que este
tem. "Made To Love Magic" é uma excelente compilação, editada em 2004, do
malogrado cantor inglês Nick Drake (1948-1974) que em vida deixou 3 LP de
sucesso nenhum e que tem sido ao longo dos anos progressivamente descoberto
por fãs do Folk e Folk-Rock do final dos anos 60, início da década de 70.
Esses 3 álbuns são:
- Five Leaves Left (1969)
- Bryter Byter (1971)
- Pink Moon (1972)
Para o tema de hoje, "Raridades", socorro-me da referida compilação "Made To
Love Magic" que era anunciada no selo da caixa com "13 rare tracks including
the newly discovered TOW THE LINE".
Tanto quanto consegui apurar a origem das faixas que compõem o álbum é a
seguinte:
1."Rider on the Wheel" –
(remasterização de uma das "quatro últimas" gravações efectuadas em
Julho de 1974)
2."Magic" – (outtake das sessões de
gravação de "Five Leaves Left", da colectânea "Time of No Reply", versão
acelerada de "I Was Made to Love Magic" com arranjo de cordas adicionado por
Robert Kirby)
3."River Man" – (Demo dos tempos da
Universidade em Cambridge, Primavera de 1968)
4."Joey" – (remasterização de
outtake das sessões de gravação de "Five Leaves Left", Novembro, Dezembro de
1968)
5."Thoughts of Mary Jane" –
(remasterização de take alternativo com Richard Thompson na guitarra,
Dezembro de 1968)
6."Mayfair" – (Demo dos tempos da
Universidade em Cambridge, Primavera de 1968)
7."Hanging on a Star" – (take
diferente de uma das "quatro últimas" gravações efectuadas
em Julho de 1974)
8."Three Hours" – (take diferente
com Rebop Kwaku Baah nas congas, Março de 1969)
9."Clothes of Sand" –
(remasterização de outtake das sessões de gravação de "Five Leaves Left",
Novembro, Dezembro de 1968)
10."Voices" – (remasterização de
"Voice from the Mountain" de uma das "quatro últimas" gravações efectuadas
em Julho de 1974)
11."Time of No Reply" – (outtake das
sessões de gravação de "Five Leaves Left", da colectânea "Time of No Reply",
com arranjo de cordas adicionado por Robert Kirby)
12."Black Eyed Dog" –
(remasterização de uma das "quatro últimas" gravações efectuadas em Julho de 1974)
13."Tow the Line" –
(descoberta da última canção gravada por Nick Drake em Julho de 1974)
"Tow the Line" já a disponibilizei anteriormente, escolho agora "Three Hours"
cujo original pertencia ao primeiro álbum "Five Leaves Left". Dois meses antes
tinha sido gravado o take desta compilação, diz o livreto que a acompanha:
"In March 1969 Nick found himself in North London's Morgan Studio - a rare
departure from Sound Techniques where most of his work was recorded - to
play a version of THREE HOURS with the late 'Rebop' Kwaakhu Baah on congas
and an unknown flautist."
Dorris Henderson (1933-2005) foi uma pouco conhecida cantora norte-americana
que se encontrava em Inglaterra em 1965 para tentar a sua sorte no mundo da
música, rapidamente começou a actuar nos clubes Folk locais.
John Renbourn (1944-2015) foi um músico inglês que integrou o movimento de
renovação do Folk britânico nos anos 60. Em 1965 grava o primeiro álbum a
solo, "John Renbourn", só publicado no ano seguinte. Frequenta o circuito de
bares onde se encontra entre outros com Bert Jansch, Sandy Denny e a
improvável Dorris Henderson recém chegada do outro lado do Atlântico.
Edição em CD de 1999 com a ref: CDWIKD 186
Do encontro resultaram dois álbuns "There You Go" (1965) e "Watch
The Stars" (1966) assinados Dorris Henderson and John Renbourn, hoje considerados raros e disputados a bom preço, e ainda
um Single com as canções "Hangman", um tradicional, e "Leaves That Are
Green" de Paul Simon.
A combinação da voz negra poderosa de Dorris Henderson com a guitarra blues de
John Renbourn na interpretação da canção "Leaves That Are Green" de Paul Simon
fazem a recordação deste Regresso ao Passado.
(Lembre-se que nesse ano Paul Simon encontrava-se em Inglaterra onde gravou o
seu primeiro álbum a solo "The Paul Simon Songbook". Um conjunto de canções
que surgiriam posteriormente em "Sounds of Silence" e "Parsley, Sage, Rosemary and
Thyme" já com Art Garfunkel, entre elas constava esta "Leaves That Are Green"
o que faz de Dorris Henderson uma das primeiras senão a primeira a interpretar
uma canção de Paul Simon.)
Dorris Henderson and John Renbourn – Leaves That Are Green
Entre outros géneros musicais o Folk assistiu, nas ilhas britânicas nos anos
60, a um revivalismo e transformação que mereciam uma abordagem mais elaborada
e alargada que espero um dia poder ainda vir a fazer.
Para já outro nome importante na cena Folk inglesa, os Pentangle. Constituídos
no mesmo ano dos Fairport Convention, ou seja em 1967, rivalizaram com estes
na revitalização da música tradicional mas de uma forma mais vanguardista ao
conciliar o Folk com influências do Blues e do Jazz.
Recomendam-se sem reservas os 6 álbuns editados no período de 1968 a 1972
que corresponderam à primeira fase do grupo então formado por Terry Cox -
bateria, Danny Thompson - baixo, John Renbourn (1944-2015) - guitarra e voz,
Bert Jansch (1943-2011) - guitarra e voz e Jacqui McShee - voz.
Edição do Reino Unido pela Sanctuary com a ref: CMXBX664
O propósito de hoje é o tema "Raridades" pelo que me vou servir da caixa de
4 CD "The Time Has Come" (2007) que cobre o período 1967-1973, com muito
material que não consta nos 6 discos originais, e é assim formado:
CD1 - Studio 1967-69
CD2 - Studio 1970-73
CD3 - Live at the Royal Festival Hall (June 29 1968)
CD4 - Live, TV & Film 1970-73
Esta colectânea, mal desenhada diga-se de passagem, tem um livreto solto
cujos agrafos danificam facilmente a caixa, nele lê-se:
"Jazz, blues, tradicional songs, original material, mediaeval influences,
unusual signatures and potentially three vocalists - all the ingredients
were now assembled to create, in theory, the front line of a truly unique
and outstanding group."
Felizmente não foi só na teoria, a eles, em grupo, a solo ou noutras
colaborações, devemos alguns dos melhores momentos do revivalismo Folk.
Em Maio de 1968 é editado o primeiro LP, "Pentangle", e uma semana depois um
Single com "Travelling Song" que não constava no álbum o que era então
prática corrente. "Travelling Song" é recuperada nesta colectânea
referindo-se-lhe o texto do livreto assim:
"Pentangle's 'Travelling Song' (incidentally, their only commercial
release to feature orchestration) was referred to in the Melody Maker as
"The best single of the week", in a week also saw the release of the
Rolling Stones' 'Jumping Jack Flash'".
Diga-se que a orquestração está a mais. Nas vozes Bert Jansch e Jacqui
McShee.
Comummente considerados os criadores do Folk-Rock britânico os Fairport Convention têem na colectânea "Come All Ye - The First Ten Years" composta por
7 CD e publicada em 2017, uma excelente amostra bem demonstrativa da razão pela
qual são hoje considerados uma verdadeira instituição nacional que se consagra
anualmente no concorrido Festival que se realiza em Cropredy (este ano foi
anulado e os bilhetes mantêm-se válidos para o ano que vem, lá espero estar!).
Como o nome indica trata-se de uma compilação dos 10 primeiros anos da banda,
ou como se dizia na época, do grupo, 121 faixas das quais 55 são não
anteriormente editadas pelas várias formações que tiveram num período tão
criativo como foi o final da década de 60 e parte da seguinte.
Um livro de 48 páginas acompanha este trabalho com textos de Patrick Humphries
e "...rare and previously unseen photographs...".
Caixa 7 CD, com a ref: UMC 574847-9, de 2017
"... this box-set is a fitting testament to the first decade of Fairport's
half-century, boasting over 50 unreleased and hard to find tracks spanning
the most momentous period of the band's history."
No Festival de Cropredy de 2017 consegui, da formação inicial, as assinaturas
de Richard Thompson, Ashley Hutchings e Judy Dyble, esta última falecida
recentemente, e que em tempos já publiquei.
Com tantas opções a dificultar a escolha acabo por uma evidência, a canção
de Sandy Denny mais conhecida e que teve na versão com os Fairport Convention
a sua maior divulgação, trata-se logicamente de "Who Knows Were The Time
Goes".
A fechar o CD 1 um take alternativo de "Who Knows Were The Time Goes" não
disponível até à data.
Assim é descrita por Patrick Humphries:
"This version boasts slight variations in Sandy's singing and on Richard's
guitar. Neither were creatures of habit, every performance varied. But what
does not change is the sheer, inimitable timelessnees of the song about
time".
Fairport Convention – Who Knows Were The Time Goes
Neste tema de Raridades encontram-se alguns dos meus artistas preferidos,
seria mais ou menos inevitável, não iria comprar ou perder tempo a procurar as
ditas raridades de quem pouco me interessasse. Entre eles encontra-se
inevitavelmente Sandy Denny.
Tanto quanto sei a sua obra está tão esmiuçada que dificilmente se
deverá ainda descobrir algo meritório de ser publicado, quem me dera estar
enganado. A mais recente descoberta saiu para o público em 2011 tomou a
designação de "19 Rupert St" local em Glasgow onde morava Alex Campbell e onde
Sandy Denny gravou, a 5 de Agosto de 1967 na sala de jantar num gravador
doméstico, um conjunto de canções que não têm qualidade de som suficiente para
serem comercializadas.
Outra história é a caixa de 4 CD "The Notes and The Words - A Collection of
Demos and Rarities" publicada em 2012 extraída da compilação "Sandy Denny
(boxset)" de 19 CD de 2010.
Da editora Universal, caixa de 4 CD, Ref:371 246-9
75 faixas a fazer as delícias dos fãs de Sandy Denny tão nova falecida
e que ainda hoje nos encanta.
Raridade da Sandy Denny é uma dupla raridade pois ela própria é, não tenho dúvida em o afirmar, uma raridade.
Poucos alcançam o nível que ela atingiu, escrita, voz, interpretação de uma
qualidade única, o que mais que justifica este vasculhar no seu passado.
As gravações mais antigas que se lhe conhecem são um conjunto de canções por
ela gravadas em casa em 1966 ,tinha ela 19 anos e já revelava uma voz fora do
vulgar que rapidamente iria amadurecer e revelar todas as suas potencialidades
quando em 1968 integra os Fairport Convention.
Entre essas gravações caseiras de 1966 consta logo a primeira desta colectânea, "Blues Run The Game", um
original de Jackson C. Frank com quem ela então namorava. Sobre ele diria
Sandy Danny em 1972:
"I think that my first songwriting influences came from somebody called
Jackson Frank. He's an American bloke who made one album over here
just called Jackson C. Frank. Paul Simon produced it. I really loved the way
he wrote, and he has probably had more effect on me than anyone. I can still
hear his influences in my songwriting now."
(em "I've Always Kept a Unicorn" de Mick Houghton).
As primeiras canções que conheci da June Tabor foram do álbum "Silly Sisters"
gravado em duo com Maddy Prior em 1976, é também de 1976 o seu primeiro álbum
solo "Airs and Graces". É o que consta na generalidade das informações que se
deparam da discografia de June Tabor.
Mas, é possível encontrar algumas gravações anteriores àquele ano. Serão as
tais raridades.
Caixa de 4 CD editada pela Topic Records, em 2005, com a
ref:TSFCD4003
"Always" é uma caixa retrospectiva de 4 CD publicada em 2005 que inclui muitas
gravações raras, ao vivo e anteriormente não editadas, na contra-capa lê-se:
"JUNE TABOR is far more than a folk singer, she is quite simply one of the
Britains' greatest interpreters of popular song with an extraordinary range
and ability to mix intensity, passion and drama."
Entre as intérpretes vivas e ainda no activo será, maior parte das vezes, a
minha preferida.
"Always" recupera um conjunto de canções que de outra forma não estariam
disponíveis e que se recomenda sem restrições para os amantes do Folk-Rock. Se
algumas das 67 canções se podem encontrar na sua rica e original discografia,
uma boa parte poderíamos colocar o rótulo de raridade.
Uma das mais antigas, é pelo menos a mais antiga que eu conheço, na voz de
June Tabor é "The Week Before Easter" interpretada a cappela, trata-se de um
arranjo de uma canção tradicional, também conhecida como "The False Bride"
(Sandy Denny cantou-a no LP "Alex Campbell and His Friends" de 1967),
gravada em Edinburgh em Setembro de 1971. Faz parte do CD A desta colectânea
onde se pode ler pela própria June Tabor:
"The wonderful imaginary of this song and those verses of the impossible
'The men of the forest they ask it for me / How many strawberries grow in
the salt sea? / I answer them back with a tears in my eye / Aye, as many
ships sail in yon forest.' make it a classic example of the English love
lyric. I love these striking antitheses that crop up so frequently to
express absolute impossibility."
As palavras valem o significado que num determinado tempo se lhes dá. É cada
vez mais comum assistirmos à adulteração de determinadas palavras, muitas das
vezes com a cumplicidade dos media, vulgarizando o significado que tinham. Dou
como exemplo as palavras "icónico" e "épico" tão mal tratadas hoje em dia,
tudo é icónico, tudo é épico. Evito a utilização de tais palavras.
Noutras o aviltamento não será tão evidente ou não chegará mesmo a acontecer,
depende.
Por exemplo "raridade" que serve para este novo tema que hoje introduzo.
Raridade ou raridades é um termo que tem vindo a ganhar terreno e a ser
utilizado com maior frequência nos meios musicais e que muitas vezes me deixam
na dúvida se estão a ser bem utilizadas ou não. Julgo que muitas vezes, mais
marketing que outra coisa, é anunciada, nomeadamente na republicação de obra
mais antiga de artistas consagrados da música Pop-Rock, a edição de novos
discos com raridades quer nas imagens, quer no áudio. Serão mesmo raridades?
O senso comum dizia-me que raridade é algo que é raro ou seja que existe muito
pouco e que é muito difícil de encontrar. Tinha uma noção muito restritiva da
palavra e 'raramente' a usava.
Vejamos o que diz o Dicionário da Língua Portuguesa de Cândido de Figueiredo,
Livraria Bertrand, Lisboa 1949:
Raro, Que não é denso ou que é pouco denso. Pouco espesso:
arvoredo raro. Que acontece poucas vezes; que não é corrente:
as libras hoje são raras.
Extraordinário.
ou num dicionário mais recente, o Dicionário da Língua Portuguesa
Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa de 2001:
raro. O m. que ralo
ralo.
1. Que tem pouca espessura, pouca densidade. = RARO
2. Que se apresenta com espaços entre si. = ESPAÇADO, INTERVALADO
3. Que existe em pequena quantidade, em pequeno número; que é pouco frequente.
= RARO
Sem contrariar o que eu pensava da palavra, fiquei, no entanto, mais
confortável com a sua utilização, podendo haver alguma subjectividade, o que é
pequena quantidade?, ou pequeno número? ou ainda pouco frequente?
Assim sendo início hoje o tema "Raridades" que ficará em aberto para futuras
passagens.
Começo com Richard Thompson, figura ímpar e pouco conhecida da música
Folk-Rock. para uma melhor contextualização sugiro passagem primeira pelas
outras entradas referentes a Richard Thompson, por mim anteriormente utilizadas.
Caixa editada pela Free Reed, Ref: FRQCD-55
Em 2006 é editada uma caixa de 5 CD denominada "RT The life and music of
Richard Thompson", e não preciso de chegar ao último CD denominado "Something
Here Worth More Than Gold - Real Rarities" para encontrar um tema que
considere que merece constar nestas "Raridades". Muitos dos 85 temas que
compõem esta caixa são
"...previously unreleased and extremely hard to find..." pelo que
encaixariam bem neste meu propósito de escolher uma raridade. Fico no CD 4
"Songs pour down like silver - Covers and Sessions" e escolho "The Who Medley:
My Generation/Can't Explain/Substitute", nem mais, Richard Thompson a
interpretar The Who.
No livro de 167 páginas que acompanha esta caixa pode-se ler,
"Thanks to Richard for allowing the inclusion of this very impromptu
performance. ("I don't think I know the words to all those songs: ah, I
cleraly didn't"), Second encore at this memorable concert, wherein Richard
surprises and delights by improvising a medley of My Generation, I Can´t
Explain and a rather different version of Substitute"
(gravado em Iron House, Massachusetts, 1990)
Para quem não estiver familiarizado com a música de Richard Thompson esta
caixa não será a melhor opção para o fazer, algumas faixas deixam mesmo a
desejar em termos de qualidade de gravação, trata-se portanto de uma caixa
para os fãs deste histórico músico inglês. Uma boa entrada será a colectânea
de 3 CD "Watching The Dark" publicada em 1993.
E aqui fica esta primeira raridade, Richard Thompson a interpretar The Who.
Será, ele próprio uma raridade?
Richard Thompson - The Who Medley: My Generation/Can't Explain/Substitute
Não fosse esta maldita pandemia e estaria hoje em Cropredy, Oxfordshire,
Inglaterra.
Era o Festival anual dos Fairport Convention que hoje iria
terminar e onde se destacavam naturalmente os concertos de Richard Thompson
(elemento fundador dos Fairport Convention em 1967) a solo, dos regressados
Matthews Southern Comfort de Ian Matthews (também ele elemento fundador dos
ditos Fairport Convention) e finalmente o concerto dos Fairport Convention e
amigos onde seria reproduzido na integra o grande disco que foi "Full House"
de 1970. Se tudo correr bem ficará para o próximo ano que os bilhetes já cá
estão!
À meia-noite, no encerramento do Festival, este iria terminar com a inevitável
"Meet on the Ledge", canção composta por Richard Thompson tinha ele 19 anos que estaria longe de imaginar quão simbólica se transformaria na história
do grupo. Teve primeira realização no álbum "What We Did On Our Holidays" em
1968 onde se destacavam os vozes de Ian Matthews e de Sandy Denny.
Em 2017, tinham feito os Fairport Convention 50 anos e claro com ela
terminaram o seu excelente concerto em Cropredy naquele ano, saudades!
O concerto foi gravada e editado no duplo CD, "What We Did On Our Saturday", e
lá estava no fim "Meet on the Ledge".
Hoje, aqui me encontro com todos os meu amigos.
Meet on the ledge, we're going to meet on the ledge When my time is up, I'm going to see all my friends Meet on the ledge, we're going to meet on the ledge
If you really mean it, it all comes around again
Termino com o Regresso ao Passado de hoje a passagem pelo nº 11 da revista
"mundo da canção" que foi publicada em Outubro de 1970. Vai a recordação para uma das pequenas notícias que constava na rubrica "Sabias Que...",
era uma entre as 10 "Sabias Que...".
Escolhi, quase aleatoriamente, Jeff Beck, dizia assim:
"JEFF BECK foi definido por Frank Zappa como o melhor guitarrista da
actualidade, será ele que acompanhará Frank nos concertos que irá dar nos
próximos meses pela Europa."
Não consegui apurar se Jeff Beck acompanhou Frank Zappa na turné europeia de
1971 mas parece que não, o que é manifestamente verdade é a apreciação que
Frank Zappa fazia dele tendo numa entrevista nos anos 80, referindo-se-lhe, dito:
"One of my favorite guitar players on the planet. From a melodic standpoint
and just in terms of the conception of what he plays, he's fabulous. I like
Jeff."
Em 1970, pese a sua então curta carreira, Jeff Beck era já um guitarrista
consagrado, Tinha-se evidenciado nos célebres The Yardbirds substituindo Eric Clapton, e gravado dois LP, "Truth" e "Beck-Ola" que não passaram
despercebidos, hoje é considerado um dos mais influentes guitarristas da
história do Rock.
A canção de abertura de "Beck-Ola" (1969) é "All Hook Up" gravada por Elvis Presley em 1957, aqui a voz é nada mais nada menos que a de Rod Stewart antes
de se aventurar a solo e de formar The Faces.
Ainda tempo para mais duas passagens retiradas da revista "mundo da canção" no
seu nº 11 publicado em Outubro de 1970.
Primeiro aproveitando a rubrica "curiosidades do mundo da música" onde
constavam três pequenas notícias:
- o anúncio do Festival Internacional da Canção Popular em Tóquio que, tanto
quanto consegui apurar, teve nesse ano a participação de Sérgio Borges que
tinha ganho o nosso Festival da Canção com "Onde Vais Rio Que Eu Canto" mas
que não chegou a participar no Festival da Eurovisão pois Portugal tinha
protestado o sistema de votação do ano anterior.
- a realização de um novo disco dos britânicos The Hollies denominado
"Gasoline Alley Bred" onde se dizia que ia haver uma versão de "Go Where You
Gonna Go" dos The Mamas and The Papas. "Gasoline Alley Bred" foi efectivamente
realizada em Single mas desconheço que tenham gravado a tal anunciada versão.
- finalmente estava em promoção o novo disco de Ringo Starr, "Beaucoups of
Blues" que aproveito para recordar.
O fim dos The Beatles permitiu que os seu elementos corressem a fazer as suas
gravações individuais. O anúncio do fim foi em Abril de 1970, logo em Abril
Paul McCartney publicou "McCartney", John Lennon fê-lo em Dezembro com a sua
Plastic Ono Band, um mês antes tinha sido George Harrison com o triplo "All
Things Must Pass" e finalmente Ringo Starr que não esperou pela demora, em
Março já tinha cá fora ""Sentimental Journey", um disco desajustado a incluir
standards de Jazz e em Setembro precisamente "Beaucoups of Blues".
"Beaucoups of Blues" parece ser o registo certo para as limitações vocais
evidentes que Ringo Starr sempre evidenciou, um disco marcadamente Country,
via que devia ter melhor explorado.
Em 1970 não me lembro de ouvir Elvis Presley. Para mim Elvis Presley era coisa
do passado e, julgo, para a nossa rádio também. Pelo menos nos programas que
mais ouvia não me recordo de o ouvir, ou se ouvi foi esporádico.
Na realidade, era tanta a novidade que se impunha, de qualidade ou não, que
não havia espaço para aquele que nos anos 50 tinha revolucionado a música dita
branca com os ritmos ditos negros. Ficou-lhe o epíteto "The King" que só mais
tarde apreciei e percebi porquê. O Rei do Rock'n'Roll não iria terminar a
década que então começava, a droga iria tomar conta dele e um ataque de
coração poria ponto final em 1977.
Claro que não podia tê-lo ouvido na devida altura, ou seja anos 50, início de
60, mas quanto mais tardiamente menos impressão deixou. O seu compromisso com
o cinema levou a que fosse ultrapassado por uma miríade de novos músicos que
surgiram na década de 60 e a sua música menos ouvida. Tenta o retorno no final
da década com novos discos e novos espectáculos, alguns dos discos vão
constituir os primeiros registos ao vivo, sendo em 1970 editado o 3º álbum ao
vivo "On Stage".
Neste álbum constava "The Wonder of You", também editada em Single, que andou
nos Top das tabelas de vendas. A letra de "The Wonder of You", uma canção do
final dos anos 50, vinha publicada no nº 11 da revista "mundo da canção", cuja
recuperação tenho vindo a fazer e que se aproxima do fim.
Se os sons de Alan Price eram já conhecidos dos teclados do grupo britânico
The Animals (ouça-se o órgão em "The House of The Rising Sun" de 1964), é
depois em carreira a solo, ou em parceria com Georgie Fame, que ganha
internacionalmente alguma notoriedade. Em 1965 abandona The Animals, por um
lado por exaustão,
"I simply can’t stand the pressures of the pop world anymore", disse,
por outro a sua fobia de voar, terão estado na origem da decisão.
Ainda em 1965 efectua as primeiras gravações a solo e acompanha Bob Dylan na
turné "Don't Look Back", mesmo ele dizendo mais tarde
"I went into hibernation when I left The Animals. I had a bit of a drink
problem...it was like a semi-breakdown."
As gravações continuaram e até 1970 grava 2 LP, "The Price To Play" e "A Price
on His Head", e vários Singles de sucesso moderado.
Tendo em consideração as suas qualidades instrumentais e vocais parece que a
sua carreira ficou muito aquém das potencialidades reveladas em alguns temas,
por exemplo na sua excelente versão de "I Put A Spell On You".
Em 1970 editou o single "Sunshine and Rain ((The Name Of The Game)" que teve
edição nacional e cuja letra vinha publicada no nº 11 da revista "mundo da canção". Uma canção Pop de fácil consumo mas que não conheceu os Top de
vendas. É uma daqueles que às duas por três me vem à memória, não havia
necessidade...
Em maré de repetições, aqui vai mais uma, desta vez, indiscutivelmente uma boa
repetição. Trata-se de Smokey Robinson & The Miracles e a sua "Tears of a
Clown".
Se Smokey Robinson só começou a gravar a solo em 1973, é ainda nos anos 50,
mas sobretudo nos anos 60, que se evidência no mundo musical como autor e
intérprete integrando o grupo The Miracles, um dos mais bem sucedidos da
Motown Records. A dimensão de Smokey Robinson leva a que a partir de 1965 os
discos venham assinados como Smokey Robinson & The Miracles.
"The Tears os a Clown" é uma grande canção que em 1970 teve enorme sucesso na
sua edição em Single, é, no entanto, de 1967 do LP "Make It Happen". Em
Outubro de 1970 a revista "mundo da canção" publicava a letra, o pretexto para
a ela novamente voltar. Espero que gostem tanto quanto eu.
Smokey Robinson & The Miracles - The Tears of a Clown
Entre um "Tiro pela Direita" na revista "mundo da canção" no seu nº 10 a
"Single representativo" do ano de 1970 na apreciação de Miguel Esteves Cardoso
assim de dividiam as opiniões sobre a versão que The Beach Boys fizeram da
canção dos anos 40 "Cotton Fields".
"Cotton Fields" pertencia ao LP "20/20" de 1969 (o 15º a ser publicado em 8
anos!), um disco tido como desconexo, um repositório de canções abandonadas e
então recuperadas. Muito longe portanto de um "Pet Sounds" (1966) ou mesmo
"Smiley Smile" (1967). Não tenho memórias deste disco, nem mesmo desta versão
de "Cotton Fields", pelo contrário lembrava-me bem da mesma canção na versão
dos Creedence Clearwater Revival que, coincidência, era do mesmo ano de 1969.
No nº 11 a revista "mundo da canção", desta vez, trazia a letra desta canção
de autoria de Huddie Ledbetter (1988-1949), mais conhecido por Lead Belly,
sendo a interpretação dada aos The Beach Boys. Ora, vamos ouvi-la novamente.
Presença dupla dos The Beatles nesta edição da revista "mundo da canção",
primeiro com duas letras de canções de "Abbey Road", respectivamente "I Want
You (She's So Heavy)" e "You Never Give Me Your Money" e agora com mais duas
letras de canções do que seria o último álbum por eles publicado, "Let It Be",
eram elas "Across The Universe" e "I've Got A Feeling".
"Let It Be" seria o 12º álbum de originais e seria editado no Reino Unido em
Maio de 1970. No entanto as gravações vinham de Janeiro de 1969 e tinham, sido
preteridas em favor da gravação e publicação de "Abbey Road". The Beatles
pretendiam com "Let It Be" fazer um disco o mais simples possível e com o
mínimo arranjos de estúdio. Mas algumas faixas acabaram por ser pós-produzidas
nomeadamente "Across The Universe" com acrescento de orquestra e coros.
Objecto de várias versões pelos próprios The Beatles segue o original de "Let
It Be" do ano de 1970.
Se houve um cantor negro nos anos 60 e 70 que aliasse fama a uma
inquestionável qualidade, esse foi Stevie Wonder.
Foram várias as aproximações que fez a géneros musicais como o Pop, o Jazz ou
o Funk, tendo sempre como ponto de partida o Rythm'n'Blues e o Soul que desde
muito cedo cultivou.
Por vezes resvalou para um Pop comercial, mas, diga-se mesmo assim agradável,
tipo "I Just Call To Say I Love You" (1984). Em 1970, já com uma carreira
consagrada e estando o melhor ainda para vir, Stevie Wonder publica o álbum
"Signed, Sealed & Delivered" donde saíram sucessos como "Heaven Hell Us
All", "Never Had a Dream Come True", "We Can Work It Out" e a recordação para
hoje "Signed, Sealed, Delivered, I'm Yours".
A letra encontrava-se no nº 11 da revista "mundo da canção" de Outubro do ido
ano de 1970.
Para a recordação de hoje apetece dizer: "Já não há grupos assim, e não se
fazem canções Pop como esta". O grupo é Chicago de boa memória e a canção "25
or 6 to 4" do ano distante de 1970.
Os Chicago são um grupo de fusão do Rock com tudo, do Pop à música Clássica,
formaram-se em 1967 e segundo o seu site oficial (https://chicagotheband.com/)
continuam em actividade pese as diferenças significativas na sua composição,
da formação original, com 11 elementos, restam, de acordo
com a mesma fonte, Robert Lamn, Lee Loughnane e James Pankow.
São 37 o nº de álbuns que publicaram até à data, mas o período que me
interessa é o de 1967 a 1974 com a formação clássica inicial e deste período o
mais importante está nos anos de 1969, 1970 e 1971 com os 3 primeiros duplos
álbuns de excepção.
É ao 2º álbum, um disco que recomendo sem reservas, que ganham sucesso
comercial, nomeadamente com a canção "25 or 6 to 4" escrita por Robert Lamn.
A letra de "25 or 6 to 4" vinha publicada, em Outubro de 1970, na revista
"mundo da canção" nº 11.
Sempre tive dificuldade em memorizar o nome desta banda, Dozy, Beaky, Mick
& Tich, saía-me sempre alguma coisa trocada. Agora imaginem quando era
Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Tich! Pois é, havia um grupo nos anos 60 que
tomava este nome, ou seja, os nomes dos seus elementos.
O maior sucesso desde grupo Pop, ainda com o nome completo foi "The Legend of
Xanadu" em 1968, mas lembro-me também de por exemplo de "Bend It!"
Já a canção de hoje, "Mr. President", de 1970, já depois da saída de Dave Dee,
estava perdida na memória e não fora a revista "mundo da canção" e não mais
dela me lembraria.
Na secção "Tiro pela direita" lê-se sobre ela: "Mr. - Dozy, Beaky, Mick & Tich - o único intento, vender este disco, para isso os rapazes agora sem o Dave Dee, continuam a cantar as mesmas «coisinhas bonitinhas» para serem muito dançadas, ouvidas... e... compradas!!!..."
A letra vinha publicada neste nº 11 da revista "mundo da canção" de
Outubro de 1970 que tenho vindo a recordar e a ela se deve mais este Regresso
ao Passado.
Fez 50 anos que The Beatles acabaram e no entanto sou hoje
surpreendido, ou talvez não, de acordo com a revista "Rolling Stones"
(Brasil) os "Beatles são a banda de rock de maior sucesso em 2020" e que
"venderam mais de 1 milhão de discos no 1º semestre".
The Beatles, sempre The Beatles! O grupo mais importante que a música Pop
conheceu e que ainda hoje atrai milhões de compradores, espero que não só os
mais velhos mas também os mais novos, das reedições que vão sendo feitas da
sua obra.
Tinha 13 anos quando The Beatles anunciaram o fim do grupo e os sons que
andavam no ar eram de "Abbey Road", o álbum que o meu pai me tinha comprado no
final do ano anterior.
"Abbey Road" o último álbum gravado, penúltimo editado, é um dos melhores da
discografia que The Beatles deixaram para a posteridade. Um LP recheado de
belas canções com uma super produção de George Martin, um verdadeiro clássico
do Rock ao qual devemos retornar regularmente.
Publicava o nº 11 da revista "mundo da canção" mais duas letras de canções do
álbum "Abbey Road": "I Want You (She's So Heavy)" e "You Never Give Me Your
Money", é esta última a escolha de hoje.
Saudosos os tempos em que coexistiam os mais diversos estilos musicais, em que
os grupos musicais Pop, centrados numa sonoridade Rock, procuravam, de forma
criativa, os mais diversificados caminhos, explorando encontros com outras
formas musicais, ou atrevendo-se mesmo a procurar novas rotas.
1970 era um caldeirão de sons, do Pop mais simples ao Jazz mais sofisticado,
um pouco de tudo é possível encontrar naquele ano que tantos bons discos nos
deixou. Entre eles estava o 3º registo dos Blood, Sweat and Tears, grupo
pioneiro nas experiências de fusão do Pop, do Rock, do Jazz.
"Blood, Sweat & Tears 3" pecava por ser quase todo feito de versões, mas
não lhe tirava o brilhantismo das interpretações.
Começava com "Hi-De-Ho" escrita pela dupla Gerry Goffin/Carole King e,
julgo eu, só por ela gravado em 1980. Terão sido, pois, os Blood, Sweat and Tears
os primeiros a gravar "Hi-De-Ho". Cativante esta canção, exemplarmente tocada
e uma vocalização meritória de David Cayton-Thomas, cantor marcante na
carreira do grupo.
O nº 11 da revista "mundo da canção" de Outubro de 1970 reproduzia a letra e
eu deixo agora a música para mais uma bela recordação.
Em 1970 os Jethro Tull eram uma dos meus grupos preferidos. Diferentes do
comum das formações Rock mais divulgadas pela rádio, eram sui generis no som
praticado em grande parte pela originalidade da flauta de Ian Anderson. O
álbum que então passava na rádio, pelo menos no programa "Página Um", era
"Benefit", um dos que sempre mais gostei do grupo e dele ouvia-se "With
You There to Help Me" ou "To Cry You a Song". "Benefit" um disco na
encruzilhada do Rock Progressivo com alguns laivos de Folk era a terceira
proposta dos Jethro Tull, notava-se um afastamento das influências dos Blues e
abria caminho à obra capital do ano seguinte, "Aqualung".
Talvez por ter sido o primeiro disco dos Jethro Tull que adquiri, tenha por
ele um carinho especial e a ele volto, ainda, com alguma regularidade, continuo a pensar que é um disco subestimado.
"Benefit" ia de canções com poderosos riffs, ouça-se a citada "With You There
to Help Me", a esta linda canção de amor, "Inside", que hoje recordo.
"Inside" era mais uma das letras publicadas neste nº 11 da revista "mundo da canção" e que viu a luz do dia em Outubro de 1970.
Os Jethro Tull no seu melhor imediatamente antes da fase conceptual com
"Aqualung", "Thick as a Brick" e "Passion Play" com os quais se esgotaram.
Presença regular nas páginas da revista "mundo da canção", os Creedence Clearwater Revival, ou abreviadamente CCR, eram em 1970 um grupo de enorme
popularidade. Fenómeno interessante este dos CCR que de alguma forma é comum a
boa parte do mundo musical POP, estou-me a referir ao facto de o sucesso e os
êxitos alcançados se circunscreverem ao início das carreiras por um período
mais ou menos curto e depois desaparecerem ou prolongarem-se à custa do
passado, não acrescentado nada de novo ao que se lhes conheceu no início.
Em poucos anos (1968 a 1972), os CCR publicaram 7 álbuns que lhes
proporcionaram níveis de fama invulgares, todo o mundo gostava da música
deles, canções simples, riffs poderosos fáceis de ficar no ouvido que
provavelmente só eram possíveis de ter sido criados naqueles já longínquos
anos.
Depois acabaram e as carreiras a solo não tiveram a projecção que juntos
tiveram. Nem mesmo os membros principais John Fogerty, ainda no activo, e Tom
Fogerty, falecido em 1990, trouxeram algo de novo nos discos que
posteriormente editaram. O sucesso estava mesmo nos CCR e numa colecção
invejável de canções que se perpetuaram no tempo.
Do álbum "Cosmo's Factory" de 1970, a revista "mundo da canção", em Outubro
daquele ano, no seu nº 11 publicava duas letras: "Lookin' Out My Back Door" e
"Long As I Can See The Light".
Já recordei a primeira falta "Long As I Can See The Light" que fechava o dito
álbum.
Creedence Clearwater Revival - Long As I Can See the Light