terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

The Beatles - Yer Blues

  mundo da canção


Manancial enorme a obra musical dos The Beatles que revolucionaram a música popular nos anos 60 do século passado.

Sómente oito ano foram necessários, de 1963 a 1970, para produzirem um conjunto de álbuns que, repito, revolucionaram o panorama musical então existem. Foram um dos grupos mais influentes, mas também sofreram as devidas influências, que conduziram a uma evolução impressionante se compararmos as primeiras gravações, ouça-se por exemplo "Love Me Do" (1962) e as últimas, por exemplo "Something" (1969).

Pelo meio ficaram um conjunto de obras-primas das quais realço os álbuns "Revolver" (1966), "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" (1967) e "The White Album" (1968), trabalhos imperdíveis em qualquer discoteca básica.




E no nº 17 da revista "mundo da canção", de Abril de 1971, lá continuava a publicação de letras de canções dos The Beatles, desta feita "Yer Blues" e "Back In The U.S.S.R.", ad duas pertencentes ao ao álbum branco, "The White Album", disco pelo qual nutro um particular gosto, provavelmente o discos dos The Beatles ao qual volto mais regularmente.

Para ouvir "Yer Blues".





The Beatles - Yer Blues

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

The Jackson 5 - I'll Be There

 mundo da canção


Para hoje a secção "Tiro pela Direita" da revista "mundo da canção", nº17", de Abril de 1971. Uma rubrica com segundas intenções, já que mais adiante uma outra designada "Chamada pela Esquerda" fazia as devidas distinções, assim pela "Direita" tínhamos escolhas fáceis, comerciais, "sub-produtos" da música popular em contraponto com as escolhas pela "Esquerda" que havemos de ver em próximo Regresso ao Passado.

Neste "Tiro pela Direita" realmente quase nada se aproveita, as referências são os Christie com "San Bernardino, Roberto Carlos com "Jesus Cristo", The Jackson 5 com "I'll Be There", The Mixtures com "The Pushbike Song", a Tonicha com "Menina" e ainda a Lenita Gentil com "Anda Ver o Sol".




De todas a que ainda reunia condições mínimas no meu gosto de então era "I'll Be There" dos  The Jackson 5. "I'll Be There" foi uma das primeiras canções que me recordo de ouvir dos The Jackson 5, a primeira terá sido "ABC", e cativava-me a voz tão pura de Michael Jackson que tinha 11 anos quando a gravou.

Para  Tito Lívio, que assinava "Tiro pela Direita", "I'll Be There" era "apenas mais um produto em série sem interesse".



The Jackson 5 - I'll Be There

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Paul McCartney - Another Day

 mundo da canção


Em 1970 é consumado o fim dos The Beatles e os quatro ex-Beatles publicam os seus álbuns a solo. Do primeiro álbum a solo de Paul McCartney, "Paul McCartney", não foi extraído nenhum Single apesar de "Maybe I'm Amazed" ser a mais bem posicionada para o ser. Entre este e "Ram", o segundo álbum creditado a Paul and Linda McCartney, é publicado o primeiro Single de Paul McCartney, "Another Day".

"Another Day" foi gravada durante as sessões de "Ram" mas não consta no álbum. Em Portugal teve a sua edição e na contra-capa lia-se: "Esta é a primeira gravação em Single de Paul McCartney antigo viola baixo e autor dos mais importantes êxitos dos Beatles. Como nota curiosa a canção do lado A tem a particularidade de ter sido composta em conjunto com Linda, mulher de Paul."




Em Abril de 1971, a revista "mundo da canção", nº 17, publicava a letra de "Another Day". A vida triste de uma mulher no dia a dia de casa e emprego, afinal "It's just another day".



Paul McCartney - Another Day

sábado, 25 de fevereiro de 2023

Bob Dylan - New Morning

mundo da canção


De novo Bob Dylan, um dos que mais vezes aqui tenho passado. Muito provavelmente a figura maior da música popular de sempre. Artista controverso que despertava paixões e as mais acesas discussões nas várias facetas musicais que foi abraçando. Do Folk ao Rock, do Country ao Blues e às baladas, um pouco de tudo é possível encontrar na longa discografia que Bob Dylan tem produzido ao longo de mais de 60 anos de carreira.

Particularmente controversos foram os anos 60 e 70, com passagens do acústico para o eléctrico, de arranjos pomposos a simples, "A mesma polémica cada vez que sai um disco de Bob Dylan", conforme texto de Tito Lívio publicado na revista "mundo da canção" de Abril de 1971, no seu nº 17, a propósito do novo álbum de Bob Dylan "New Morning".



Sobre o qual concluía o artigo: "Bob Dylan - «New Morning» não necessita de justificação. Dylan - a qualidade, a liberdade ou a libertação do artista como homem através da música."



 

Para ouvir o tema título "«New-Morning» - ainda a instrumentação e a utilização do coro. Canção com imensa força."



Bob Dylan - New Morning

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Janis Joplin - Me and Bobby McGee

   mundo da canção


Janis Joplin foi um fenómeno no já rico panorama musical dos anos 60 difícil de igualar. Destaque para as suas performances em palco, possuidora de uma capacidade vocal invulgar que ficou tão evidente em temas de forte pendor Blues-Rock. Faleceu prematuramente em 1970 com apenas 27 anos, deixou somente três álbuns publicados, dois com a Big Brother and the Holding Company e outro a solo, já em 1971 é publicado o álbum póstumo "Pearl" e seria um êxito enorme. E lá constavam canções como "Mercedes Benz", "Me and Bobby McGee", "Cry Baby" e "Move Over", para sitar as mais divulgadas.




A letra de "Me and Bobby McGee" vinha publicada no nº 17 da revista "mundo da canção" de Abril de 1971 assim como uma pequena crítica ao álbum por Tito Lívio.

Para ele, Janis Joplin era "a mais extraordinária cantora branca de blues" e era verdade, não tivemos outra...



Janis Joplin - Me and Bobby McGee

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Judy Collins - Amazing Grace

  mundo da canção


"Amazing Grace" é uma das canções que normalmente associo a Judy Collins. Trata-se de um tema de origem cristã do século XVIII e que como é fácil de imaginar teve inúmeras versões ao longo dos tempos, entre as quais destaco, naturalmente a de Judy Collins. Mas muitas outras teve das quais destaco, agora, as de Diana Ross, Aretha Franklin e também Elvis Presley, Rod Stewart e Ray Charles.

Judy Collins incluiu-a no álbum "Whales & Nightingales" de 1970, sendo um dos meus álbuns preferidos desta cantora Folk.





Ouvia-a muitas vezes na nossa rádio, se bem lembro no programa "Página Um", provavelmente pela sua edição em Single no nosso país onde se podia ouvir também "Nightingale I". Na edição nº 17 de Abril de 1971 a revista "mundo da canção" nela incluía a letra desta magnífica interpretação. Judy Collins no seu melhor!



Judy Collins - Amazing Grace

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Merril Moore - Let The Good Times Roll

  mundo da canção


Merril Moore (1923-20009 foi um pianista norte-americano cujo estilo combinava o Boogie-Woogie e o Western Swing (de acordo com várias fontes que consultei) e terá tido forte influência no Rockabilly de Jerry Lee Lewis. No entanto só descobri publicações discográficas de Merril Moore já na segunda metade dos anos 60 e constato que não teve uma muito significativa. De qualquer forma é para ele o Regresso ao Passado de hoje.




E é graças ao nº 17 da revista "mundo da canção" já de Abril de 1971, que a ele se refere, que o faço.

Na primeira secção "mc Notícia", pois surge por duas vezes neste "mundo da canção", são dadas pequenas notícias referindo-se a Jacklin, Anvil Chorus, nenhum deles do meu conhecimento, aos Creedence Clearwater Revival que iam iniciar tourneé pela Europa e por último Merril Moore.

Merril Moore que seria "um dos intérpretes de Rock and Roll mais populares em Inglaterra" e que fazia "a sua apresentação em Portugal com o mais recente êxito «LET THE GOOD TIMES ROLL»".





Merril Moore - Let The Good Times Roll

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

George Harrison - What Is Life

 mundo da canção


Se bem que durante a existência dos The Beatles (1960-1970) George Harrison tenha manifestado por diversas vezes a sua qualidade de compositor, ouça-se por exemplo "Taxman" (Revolver), "While My Guitar Gently Weeps" (The White Album), "‘Something" e "Here Comes The Sun" (Abbey Road), foi só com o fim daqueles que George Harrison exteriorizou todas as suas capacidades de escritor de canções. Em particular naquele que foi de longe o seu melhor trabalho, "All Things Must Pass", logo em 1970.

Foi um triplo álbum que logo adquiri tinha eu então 15 anos e que muito ouvi, pena que George Harrison não mais me cative-se como neste trabalho que há quem considere o melhor de qualquer um dos ex-Beatles




Dele foram extraídos dois Single, o primeiro com o sucesso que foi "My Sweet Lord" e um segundo com "What Is Life".

"What Is Life", sem ter atingido o êxito da anterior, contou com a colaboração de Eric Clapton e Delaney & Bonnie and Friends com quem George Harrison tinha tocado ao vivo. Era esta a letra reproduzida neste nº 17 da revista "mundo da canção" encontrávamo-nos em Abril de1971. Ouvia esta canção e estudava no então 5º ano do Liceu.



George Harrison - What Is Life

domingo, 19 de fevereiro de 2023

The Hollies - Frightened Lady

mundo da canção


E vamos para o prato forte deste nº 17 da revista "mundo da canção" relativa ao mês de Abril de 1971, o Pop-Rock anglo-saxónico dominante quer nacional como internacionalmente.

Para começar os bem populares The Hollies.

The Hollies é um grupo Pop-Rock britânico formado em 1962 e de grande sucesso nos anos 60 e 70. Fizeram parte da chamada British Invasion pelo sucesso que obtiveram nos Estados Unidos à semelhança de outros como The Beatles, The Who, The Rolling Stones, The Kinks, The Tremeloes, The Dave Clark Five e tantos mais. Nele destacaram-se as figuras de Allan Clark e Graham Nash que coexistiram no grupo boa parte dos anos 60.




À data da publicação deste nº da revista "mundo da canção" o álbum mais recente era "Confessions Of The Mind" publicado em 1970 e que nos Estados Unidos teve edição diferenciado, designando-se "Moving Finger" e contendo o sucesso de que bem me lembro "Gasoline Alley Bred". Mas não era esta a letra que vinha na revista "mundo da canção" mas sim "Frightened Lady" com a qual ficamos hoje.




The Hollies - Frightened Lady

sábado, 18 de fevereiro de 2023

Nana Mouskouri - Mamma

 mundo da canção


Nana Mouskouri é uma cantora grega actualmente com 88 anos e, segundo a Wikipédia, ainda no activo. Tornou-se bem conhecida nos passados anos 60 e ao longo da sua carreira teve canções tão bonitas como "Je chante avec toi liberté" (adaptação da ópera Nabucco de Verdi) com direito a uma versão em português designada simplesmente "Liberdade".




"Turn On The Sun" é um álbum de Nana Mouskouri de 1970 e nele constava a canção "Mamma" que é o motivo para este Regresso ao Passado. A letra vinha publicada na revista "mundo da canção" nº 17, estávamos em Abril de 1971. Boa oportunidade para recordar a bonita voz de Nana Mouskouri.



Nana Mouskouri - Mamma

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Séverine - Un Banc, Un Arbre, Une Rue

mundo da canção


Nada de particularmente interessante no Regresso ao Passado de hoje. Neste nº 17 da revista "mundo da canção" de Abril de 1971 mais uma letra de um tema em língua francesa era publicado. "Un Banc, Un Arbre, Une Rue" da Séverine é a letra que aqui se encontra.



Relembre-se, Séverine é uma cantora Pop francesa que no ano de 1971 representou o Mónaco com a canção "Un Banc, Un Arbre, Une Rue" e com a qual logrou vencer o Festival da Canção da Eurovisão. Rapidamente sucesso internacional alcançando os lugares mais altos nas tabelas de vendas em diversos países, como em Portugal que no mês de Abril se encontrava na 3ª posição dos Single mais vendidos conforme já dei conta em Regresso ao Passado anterior.



Séverine - Un Banc, Un Arbre, Une Rue

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Serge Lama - Un Jardin Sur La Terre

  mundo da canção


Segunda passagem para o cantor Pop francês Serge Lama. Depois de "C'Est Toujour Comme Ça La Première Fois" de 1970, é agora a vez do tema "Un Jardin Sur La Terre". A letra vinha publicada no nº 17 da revista "mundo da canção" de Abril de 1971.




Foi com esta canção que Serge Lama defendeu as cores francesas no Festival da Canção da Eurovisão realizado naquele ano na Irlanda. Não teve grande sucesso e ficou num modesto décimo lugar atrás da nossa canção, "Menina do alto da serra", defendida pela Tonicha.



Serge Lama - Un Jardin Sur La Terre

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Michel Delpech - Wight Is Wight

 mundo da canção


Michel Delpech (1946-2016) foi um cantor Pop francês que ficou muito conhecido por canções como "Wight Is Wight" e "Pour Un Flirt".

A primeira, "Wight Is Wight" (1969), foi escrita em memória ao famoso Festival da Ilha de Wight e foi um grande sucesso internacional, ouvia-se muito na nossa rádio.




A letra que já tinha sido publicada no nº 3 da revista "mundo da canção" volta a sê-lo, a pretexto daquele nº da revista se encontrar esgotado, no nº 17 já no ano de 1971. E eu volto a ela, não tanto pela canção, mas pelos bons tempos que ela faz recordar.



Michel Delpech - Wight Is Wight

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Jean Ferrat - Camarade

mundo da canção

Continuação desta passagem pela revista "mundo da canção" no seu nº 17 estávamos em Abril de 1971. Agora com passagem pela música francesa que resistia ao domínio cada vez maior do Pop-Rock anglo-saxónico.

Quatro são as referências à música francesa, sendo a primeira para Jean Ferrat  (1930-2010) nome grande da canção francesa mas um dos menos divulgados internacionalmente. Comprometido socialmente com  os mais desfavorecidos esteve próximo, mas sempre crítico, do Partido Comunista Francês, "Caramade" é testemunho disso ao denunciar a invasão da Checoslováquia pela União Soviética em 1968.




A letra de "Camarade", canção de autoria e interpretação de Jean Ferrat, vinha publicada neste nº do "mundo da canção" e com a proposta da sua audição termino mais este Regresso ao Passado.



Jean Ferrat - Camarade

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Piero - Pedro Nadie

  mundo da canção


Neste nº 17 da revista "mundo da canção" de Abril de 1971 uma passagem única pela música vinda América do Sul, não, não era do Brasil como era usualmente mas sim da Argentina. Da Argentina muito pouco ou nada por cá era divulgado, lembro-me da Mercedes Sosa e de Atahualpa Yupanqui, mas provavelmente alguns anos mais tarde, depois da libertação do país da opressão e da censura.

A referência na revista ia para Piero sendo publicada a letra da canção "Pedro Nadie".




Piero é um cantor argentina, na realidade nascido em Itália mas de muito novo a viver na Argentina, é um cantor onde se evidencia a canção de protesto. Foi com a canção "Pedro Nadie" que logrou vencer o 5º Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro de 1970, lembre-se que o Brasil vivia debaixo de uma ditadura mas valeu o júri que era internacional. Tantos anos depois eis "Pedro Nadie".



Piero - Pedro Nadie

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Cerebrum - Aguila de la Muerte

 mundo da canção


Neste nº 17 da revista "mundo da canção" com data de publicação de Abril de 1971 somente duas passagens pela música de língua espanhola. A primeira de Espanha, a segunda da Argentina.

"Quem os Conhece?" interrogava Arnaldo Jorge Silva numa secção da revista que pretendia "dar a conhecer novos músicos". O artigo abordava o grupo espanhol de nome Celebrum que ficámos a saber fazer parte da onda do Rock Progressivo a que ninguém foi indiferente e a sua música era a "... a mais «revolucionária e experimental» do mercado espanhol".




Na realidade quem os conheceu?, penso que ninguém e também nada se perdeu. Terão publicado dois Single no ano de 1970 e julgo que assim como surgiram assim desapareceram. De qualquer forma aqui fica do primeiro disco referido no texto "Aguila de la Muerte".



Cerebrum - Aguila de la Muerte

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Padre Fanhais - Canto do Ceifeiro

mundo da canção


Para hoje a última passagem que a o nº 17 da revista "mundo da canção" de Abril de 1971 fazia no que concerne à música desenvolvida no nosso país.

Trata-se da publicação da letra da canção "Canto do Ceifeiro" com interpretação de Francisco Fanhais ou como era conhecido o Padre Fanhais.



No período de 1968 a 1970 "despertou para as realidades sociais e políticas do país; travou amizade com J. Afonso, que o marcou pessoal e musicalmente". Na sua actividade anti-regime foi proibido de dar aulas (era professor de Religião e Moral) e de cantar, a igreja suspende-o da prática sacerdotal. "Partiu então para França, em Abr. 1971, onde permaneceu até ao 25 de Abril de 1974" (ou seja foi para França à data de saída deste nº do "mundo da canção"), conforme "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX".

Antes tinha-nos deixado um álbum importante no contexto da época, "Canções da Cidade Nova", onde constava este "Canto do Ceifeiro".



Padre Fanhais - Canto do Ceifeiro

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Carlos do Carmo - Por Morrer Uma Andorinha

 mundo da canção


Em continuação por textos sobre o estado da nossa música popular publicados na revista "mundo da canção" nº 17 de Abril de 1971, eis mais um que constava na rubrica "Brik a Brak". Intitulava-se "oh! fado que já não és" e a pretexto da resposta que Carlos do Carmo terá dado, num programa da RTP, â pergunta "... que mais gostava de fazer", à qual respondeu "Amar", se fala do estado em que se encontrava o Fado.

E a adjectivação não podia ser a pior, o que de certa maneira correspondia à verdade, ou pelo menos à percepção que sectores da sociedade mais esclarecidos tinham sobre o Fado. "saudosista e dolente", assim se considerava o Fado que "caiu em descrédito", "Mórbido, incapaz de corresponder a uma real dimensão musical, monótono, entrou em declarada crise."




Carlos do Carmo, felizmente, não fez parte de "... essa triste e lamentável balada de ruela, pobre de motivações melódicas, prenhe de morbidez, bafienta, antiquada, reduto do marialismo militante" como viria a provar a longa carreira e discografia que Carlos do Carmo nos deixou.

Já devidamente reconhecido e discografia significativa é de 1970 esta "Por Morrer Uma Andorinha", um Fado sempre bonito numa voz igualmente bonita e expressiva.



Carlos do Carmo - Por Morrer Uma Andorinha

terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

Paulo de Carvalho - It's Been a Long Time

mundo da canção


"Definições ... Paulo de Carvalho, José Carlos Calvário e José Sottomayor", um texto que ocupava uma página da revista "mundo da canção" no seu nº 17 de Abril de 1971.

As impressões daqueles sobre o estado da arte no que se refere à música então por cá feita, a "moribunda" e a "... nova, mais música, mais poesia, mais verdade".




Paulo de Carvalho inseria-se na nova música ligeira e impunha-se com a sua voz que muito devia à saudosa experiência que foram Os Sheiks nos anos 60.

1971 foi um grande ano para Paulo de Carvalho, foi o ano de "Flor Sem Tempo", de "Walk On The Grass" e dos álbuns " Eu Paulo de Carvalho" e "Paulo de Carvalho". Daquele álbum recordo a faixa inicial "It's Been a Long Time", tema cantado em inglês pois "É evidente que quem canta em inglês alcança um público mais vasto."



Paulo de Carvalho -  It's Been a Long Time

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Eduardo Nascimento - O Vento Mudou

  mundo da canção


Muito interessante a história da nossa música popular na década de 60 até ao 25 de Abril de 1974. Desde o nacional-cançonetismo dominante passando pelo movimento de renovação com destaque para a música dita de intervenção crescente no final dos anos 60 até culminar no processo revolucionário de 1974, muito há para contar e recordar.

Para hoje um artigo da revista "mundo da canção" nº 17 de Abril de 1971 denominado "Mi(s)tificações ...Mitologias" onde de uma forma muito crítica se denunciava o "cançonetismo decadente" assim como o "novo nacional-cançonetismo" simbolizado em canções como "Desfolhada", "O vento mudou" e "Menina" que denotavam maior "apuro técnico" e "esquemas melódico-rítmico-instrumentais pretensamente modernos"




Tinha eu 10 anos quando Eduardo Nascimento (1943-2019) defendeu e ganhou o concurso do Festival da Canção da RTP e lembro-me bem daquilo me soar diferente do que era habitual ouvir-se na Rádio e Televisão portuguesas. Seria "pré-fabricada segundo receita certa para ganhar festivais" mas não deixava de ser indicativo de que algo estava a mudar, neste caso, na nossa música ligeira.



Eduardo Nascimento - O Vento Mudou

domingo, 5 de fevereiro de 2023

Teresa Paula Brito - Existem Pedras

 mundo da canção


Não era abundante a informação relativamente à música por cá feita neste nº 17 da revista "mundo da canção" referente a Abril de 1971. A música anglo saxónica era dominante e ocupava boa parte da revista.

Um EP importante foi publicado em 1971, tratava-se  de "Minha Senhora de Mim" trabalho tripartido em que Maria Teresa Horta deu as letras, Nuno Filipe (1947-2002) as músicas e Teresa Paula Brito (1944-2003) a voz. Três muito interessantes temas dos quais dois viam as letras publicadas neste nº do "mundo da música".




1971, sem dúvida um ano marcante na nossa música. Porque gosto muito deste disco muito pouco lembrado aqui vai novamente "Existem Pedras" e a bela voz de Teresa Paula Brito que merecia ter ido bem mais longe.



Teresa Paula Brito - Existem Pedras

sábado, 4 de fevereiro de 2023

Family Fair - Soldier

 mundo da canção


A atenção de o "mundo da canção" à música portuguesa está patente em alguns artigos de mais este nº 17 de Abril de 1971.

Começa com uma entrevista a Carlos Cruz, então com grande protagonismo na televisão e rádio face ao sucesso que o programa "Zip-Zip" tinha tido em 1969. Seguiu-se a criação da editora "Zip" e o programa da Rádio Renascença "Tempo Zip" (1970 a 1972).




Continua com "Casos" onde se põe a nu o nacional-conçonetismo aqui nos artistas Mafalda Sofia a interpretar "Cavalo à Solta", a Lenita Gentil e o seu apreço por José Afonso e Luís Cília e, finalmente, Paco Bandeira na altura muito popular com "A Minha Cidade" que se considerava "completamente ridículo" e "perfeitamente desactualizado de qualquer padrão de música ligeira".



Para, por fim, chegarmos ao melhor e o melhor encontrava-se no projecto Family Fair centrado em Nuno Rodrigues e a cantora Daphne. Sob o título "Family Fair Uma experiência positiva e honesta" referia-se a proximidade sonora a grupos do melhor Folk-Rock então praticado como Fairport Convention, Pentangle, Fotheringay e Matthews Southern Comfort.





Era ainda reproduzida a letra de "Soldier", um tema onde era criada "uma atmosfera estranha, exótica..." onde "A voz de Daphne aparece aqui dotada de uma transparência e espiritualidade serenas servindo muitas vezes de contraponto músico-instrumental ..."





Family Fair - Soldier

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Melanie - Nickel Song

mundo da canção


Salto de Dezembro de 1971 para Abril do mesmo ano, ou seja deixo o nº 6 do jornal "a memória do elefante" para trás e vou buscar o nº 17 da revista "mundo da canção". Continuo pois no ano de 1971, ano particularmente bom no desenvolvimento quer da música Pop-Rock internacional quer na verdadeira explosão ocorrida naquele ano no nossa música popular. Tudo isto foi passando pela imprensa escrita nacional de divulgação musical também ela na mó de cima.

Vamos então recordar mais este nº do "mundo da canção" que desta vez trazia na capa uma fotografia da Melanie.




Sem se entender bem a lógica da escolha da capa, quando se esperava que houvesse um texto sobre ela no interior eis que não lhe é feita nenhuma referência. Somente a capa e hoje chega como pretexto para a ela voltar e recordar mais uma canção.

Em 1971 é publicado o 4º álbum de Melanie, "The Good Book", e dele saiu "Nickel Song", canção que também teve sucesso na versão dos The New Seekers. Tempo para a recordar.



Melanie - Nickel Song

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

Comus - Drip-Drip

 a memória do elefante


Termino hoje a passagem pelo nº 6 do jornal "a memória do elefante" de Dezembro de 1971.

As próximas páginas, antes de chegar verdadeiramente ao Regresso ao Passado de hoje, são preenchidas com publicidade e dois artigos a referir "Os porcos vieram de longe" (um trabalho de ficção científica que parecia ter tido início em nº anterior do jornal) e "Carta a M. de Q. R." (carta resposta a um tal Manuel de Queiroz Ribeiro publicada também em nº anterior). Eis essas páginas.








Para finalmente chegarmos ao mais importante o texto iniciado na última página e terminado na penúltima, texto assinado por Octávio da Fonseca e Silva e dava-nos a conhecer o grupo Comus e o seu primeiro álbum "First Uttterance".





Felizmente já os recordei duas vezes e ainda bem este pretexto para a eles voltar pois foi uma daquelas pérolas que o Rock produziu e que ficou praticamente desconhecido. Nem a atenção que, no fim dos anos 60, David Bowie lhes prestou valeu para uma maior divulgação e reconhecimento deste grupo de Folk Progressivo que se ficou pela gravação de dois álbuns.

Depois de "Diana" e "The Herald", que já aqui se encontram, é a vez de "Drip-Drip", espero que gostem.





Comus - Drip-Drip

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

The Doors - The Celebration of the Lizard

a memória do elefante


Dois intérpretes de excepção reuniam as minhas preferências no início dos anos 70, eram Jim Morrison e Tim Buckley. Por ventura os dois maiores cantores que o Rock produziu, os dois com destinos trágicos, Tim Buckley faleceu em 1975 e Jim Morrison em 1971, ambos de overdose de heroína.

É no nº 6 do jornal "a memória do elefante" do final de 1971 que consta o artigo sobre The Doors e Jim Morrison entretanto desaparecido. Provavelmente o primeiro artigo que li sobre o grupo após o falecimento de Jim Morrison e li-o com a devida atenção que os sublinhados no texto assim o confirmam.





Para recordar The Doors e o seu líder Jim Morrison proponho a audição de "The Celebration of the Lizard", tema longo e expressão maior da música deste saudoso grupo, suite composta pelos seguintes temas: "Lions in the Street", "Wake Up", "A Little Game", The Hill Dwellers", "Not to Touch the Earth", "Names of the Kingdom" e "The Palace of Exile".

Sobre ele dizia Octávio A. F. Silva e sublinhado meu: "CELEBRATION OF THE LIZARD é o percorrer de imagens surpreendentes a cada tempo de sugestões mais ricas. E uma aventura empolgante em que cada um dos «Doors» se excede e excede tudo o que havia sido feito."

Na discografia original "The Celebration of the Lizard" foi pensado durante as gravações do álbum "Waiting For The Sun" (1968) mas iria surgir somente no álbum ao vivo "Absolutely Live" de 1970, ainda hoje um dos melhores discos ao vivo que conheço.



The Doors - The Celebration of the Lizard