Férias!
E agora uma interrupção nos meus Regresso ao Passado para as minhas primeiras férias de reformado.
Espero estar de volta em meados do mês de Dezembro.
Até lá boas recordações musicais!!!
Para uns recordações, para outros descobertas. São notas passadas, musicais e não só...
Férias!
E agora uma interrupção nos meus Regresso ao Passado para as minhas primeiras férias de reformado.
Espero estar de volta em meados do mês de Dezembro.
Até lá boas recordações musicais!!!
O Rock Progressivo nos anos 70
Mais um grupo do qual pouco ficou na história da música popular e que faz estreia nestes meus Regresso ao Passado, quem se lembra dos Beggars Opera?
Escoceses de origem os Beggars Opera produziram um Rock Progressivo agradável à época mas nada de verdadeiramente inovador, ouve-se a sua música e logo se dá conta da semelhança com outros grupos bem mais interessantes. À memória vêm os Emerson, Lake and Palmer, ou talvez mais correctamente The Nice pelas semelhanças de Alan Park nos teclados com Keith Emerson.
https://www.discogs.com/ |
"Raymond's Road" era o tema de que me lembrava melhor, pertencia ao primeiro
LP "Act One" e foi publicado em 1970. Para quem for apreciador aqui vão estes
longos onze minutos de "Raymond's Road".
Beggars Opera - Raymond's Road
O Rock Progressivo nos anos 70
Os King Crimson foram uma das bandas mais bem conseguidas do Rock Progressivo, com alguns interregnos ainda existem sob a batuta do seu líder, o guitarrista Robert Fripp, o único que se mantem desde o princípio em 1968. Da formação actual destaca-se ainda Mel Collins regressado depois de ter integrado o grupo de 1970 a 1972 e, para além do já histórico Tony Levin, a presença de três (!!) bateristas.
Muitos outros músicos de relevo passaram pelos King Crimson, lembro-me de Greg Lake, John Wetton, Bill Bruford, Adrian Belew, e os originais Michael Giles e Ian McDonald. E cheguei aos dois nomes que pretendia, ou seja estes dois últimos que pertenceram à formação inicial dos King Crimson tendo ambos saído no ano de 1969.
Michael Giles, baterista e Ian McDonald (1946-2002), teclados e sopros mantiveram-se juntos para a realização de um único álbum, "McDonald and Giles", publicado em 1970.
https://www.discogs.com/ |
Sem dúvida um bom disco que devia ter tido melhor recepção assim como
continuidade. Soa a King Crimson por todos os lados, é verdade, mas não faziam
eles parte dos King Crimson? O duo privilegiou uma faceta mais calma que, para
meu gosto, o torna ainda hoje muito agradável de se ouvir. Começava com o tema
longo "Suite In C" que fica como sugestão de audição.
McDonald and Giles - Suite In C
O Rock Progressivo nos anos 70
Mais um grupo da área do Rock Progressivo que surgiu no ano de 1970 e que gravou de imediato o seu disco de estreia, quem se lembra dos Curved Air?
Sim os grupos de Rock pululavam no final dos anos 60, início da década de 70, em particular aqueles que procuravam explorar novos caminhos para a evolução que o Rock operava desde o surgimentos dos The Beatles. Curved Air era um desses grupos.
Já não era o Rock simples, pró Pop, de êxito fácil, os novos grupos sondavam novos desafios introduzindo instrumentos até então desconhecidos no âmbito das formações tradicionais do Pop-Rock. Era o caso dos Curved Air que, para além dos sintetizadores que então começaram a vulgarizarem-se, electrificaram o violino e passaram-no a usar, via Darryl Way, como instrumento central em muitas das suas composições. E depois tínhamos a voz única e límpida de Sonja Kristina, que eu gostava particularmente, que estabelecia uma ligação periclitante com o virtuosismo musical dos restantes elementos dos Curved Air.
O álbum de estreia, surgiu logo em 1970 designou-se "Airconditioning" e por ele já passei por duas vezes. Não foi o melhor disco do grupo, esse continua a ser "Phantasmagoria" (1972) mas trazia algo de novo ao Rock então tão apelativo.
Desta vez fica para ouvir "Hide And Seek", uma sonoridade original rapidamente
copiada por muitos outros grupos.
Curved Air – Hide And Seek
O Rock Progressivo nos anos 70
Um dos melhores grupos de Rock Progressivo, senão o melhor, foram os Gentle Giant que duraram toda a década de 70 (iniciaram-se em 1970 e terminaram em 1980). Foram também um dos menos conhecidos, talvez por algum experimentalismo que a sua música manifestava mas também pela postura do grupo pouco dado a abordagens comerciais, mesmo depois do fim até hoje recusaram-se a regressar à ribalta.
Com uma discografia composta por onze álbuns de originais, a minha atenção fixou-se nos quatro primeiros trabalhos editados de 1970 a 1972. Pouco a pouco o Rock Progressivo foi perdendo força e também os Gentle Giant não resistiram ao seu declínio.
Edição do Reino Unido com a ref: 6360020. Preço 216$00 (cerca de 1 €) |
Do surpreendente 1º álbum de 1970, que já recordei várias vezes, aqui vai uma
faixa, "Isn't It Quiet And Cold". Espero que apreciem tanto quanto eu naqueles
tempos e ainda agora também.
Gentle Giant - Isn't It Quiet And Cold
O Rock Progressivo nos anos 70
Keith Emerson fez parte dos The Nice, Greg Lake dos King Crimson e Carl Palmer dos Atomic Rooster. Os três em 1970 formam os Emerson, Lake and Palmer. Apreciei imenso os ELP mas foi sol de pouca dura, não resisti aos primeiros quatro álbuns que adquiri quando foram editados (entre 1970 e 1972) para logo depois deles desligar. Para mim tinham esgotado, à semelhança de muitos grupos de Rock Progressivo da mesma altura, e pareciam-me pretensiosos e progressivamente desajustados no tempo.
Edição portuguesa, em vinil, referência 10.287224.35 |
O melhor estava quando foram novidade pelo que fiquemos no ano de 1970, ano do primeiro álbum homónimo e claramente o trabalho mais bem conseguido do grupo. Predominantemente instrumental, mas com belíssimas intervenções de Greg Lake nas faixas com voz, era composto por seis temas das quais quatro originais e duas adaptações de composições de músicos clássicos, Béla Bartók, Leoš Janáček e Johann Sebastian Bach.
Tendo em conta que já recordei "Take a Pebble", "The Barbarian" e "Lucky Man",
continuo com "Knife-Edge", um arranjo de Keith Emerson sobre composições
de Leoš Janáček e Johann Sebastian Bach.
Emerson, Lake & Palmer - Knife-Edge
O Rock Progressivo nos anos 70
Em 1970 os Genesis eram um grupo muito pouco conhecido, eu pelo menos desconhecia-os de todo. Na realidade só os conheci em 1972 com o excelente "Foxtrot", um dos melhores discos de Rock Progressivo de sempre, para logo de seguida conhecer o anterior ""Nursery Crime" do ano anterior que com muitos bons momentos de Rock não atinge o nível de "Foxtrot".
https://www.discogs.com/ |
Mas antes ainda mais dois LP respectivamente "From Genesis to Revelation" (1968) e "Trespass" (1969) que ficaram para mim desconhecidos durante muito tempo, o que, na verdade, não se perdeu muito dada a inferioridade evidente dos mesmos. Tão pouco se poderão catalogar de Rock Progressivo, embora "Trespass" dele se aproxime em temas como "The Knife" que agora se pode ouvir. De notar que nem Phil Collins, nem Steve Hackett faziam ainda parte do grupo.
De qualquer forma Tony Banks nos teclados e Peter Gabriel na voz e flauta eram
já marcas reconhecíveis do que veio a ser a melhor sonoridade do grupo.
Genesis – The Knife
O Rock Progressivo nos anos 70
Se a memória não me falha "Atom Heart Mother" foi o primeiro LP dos Pink Floyd que adquiri no início dos anos 70. Publicado em 1970 era o 5º álbum do grupo inglês já com reconhecimento em alguns países (Reino Unido, França, EUA, por exemplo) mas ainda longe do estrelado que com o correr da década de 70 iria obter.
"Atom Heart Mother" é provavelmente o álbum mais polémico do grupo, um disco com duas faces bem distintas, a primeira uma suite com mais de 23m gravada com orquestra era uma das experiências mais atrevidas e polémica da fusão da música de um quarteto de Rock e os coros, cordas e metais clássicos. No dizer de Jean-Marie Leduc, em "Pink Floyd", "Atom Heart Mother", a composição, terá provocado o deleite de uma população menos jovem, enquanto o segundo lado, bem mais variado, explorava sons que iam do Folk à música Concreta. Para Roger Waters "Atom Heart Mother é apenas uma passagem. uma experiência"
Edição de 1970 do Reino Unido com a referência SHVL 781 |
O álbum terminava com uma peça instrumental de 13 minutos de nome "Alan's
Psychedelic Breakfast" dividida em três partes "Rise and Shine", "Sunny Side
Up" e "Morning Glory". Era mais um tema a gerar discórdia quanto ao seu valor.
Entre o psicadélico e a música Concreta aprecie-se "Alan's Psychedelic
Breakfast", os Pink Floyd na sua fase mais experimental.
Pink Floyd - Alan's Psychedelic Breakfast
O Rock Progressivo nos anos 70
Mais um grupo de Rock Progressivo que me traz as melhores memórias. Com a música dos The Moody Blues fizeram-se ligações de três gerações. Por volta de 1970 dei a ouvir The Moody Blues ao meu pai e foi o suficiente para o cativar para o universo sonoro do Rock mais imaginativo. O mesmo fiz com a minha filha, agora em CD, já nos anos 90 e passadas duas décadas, quando do Rock Progressivo já nada sobrava, a "velha" música dos The Moody Blues ainda lhe prendeu a a atenção.
Há muito que The Moody Blues deixaram de produzir algo de minimamente interessante, actualmente restam as digressões que John Lodge e Justin Hayward, recordando velhos êxitos, ainda realizam a solo, resta pois recuar e recordar os sete álbuns realizados entre 1967 e 1972 e a bela música que eles encerram.
Entre eles está "A Question of Balance" de 1970, que ainda consta em excelente estado de conservação na minha discoteca, e que a ele recorro de tempos a tempos, começando por admirar a capa que naqueles tempos eram complementos verdadeiramente artísticos.
Abandonando o formato conceptual dos álbuns anteriores, "A Question Of
Balance" apresentava ainda um conjunto de canções dignas de registo.
Acrescento às que já divulguei mais esta, "Dawning Is the Day".
The Moody Blues - Dawning Is the Day