segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

The Jackson 5 - ABC

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Tinha eu 13 anos quando The Jackson 5 editaram a canção "ABC" e o álbum do mesmo nome. Michael Jackson tinha então 11 anos e era a razão principal de eu os apreciar pois era incrível que alguém com aquela idade desse voz a um grupo cuja música passava na rádio e que liderasse as tabelas de vendas. Conheci a canção quase de certeza no programa "Página um" que ouvia assiduamente às 19h 30m na Rádio Renascença.
Lembro-me ainda de ter o Single dos The Jackson 5 que continha "ABC" na mão para comprar, mas que acabei por trocar por outro, não tenho a certeza de qual, mas suponho que "Daydream" dos Wallace Collection que ainda possuo.

Pese estar na presença de uma canção fácil, muito fácil, e que rapidamente deixou de se ouvir, nunca mais a esqueci e é daquelas que de vez em quando nos vem ao ouvido. Ficou, como muitas outras daquela época em que o meu interesse pela música popular se começava a manifestar.





Oportunidade de mais uma vez a recordar, agora acompanhada com a letra que vinha publicada no nº 7 da revista "mundo da canção" em Junho de 1970.




The Jackson 5 - ABC

domingo, 30 de dezembro de 2018

Led Zeppelin - Living Loving Maid (She's Just a Woman)

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

O 3º LP dos Led Zeppelin estava ainda em gravação quando saiu o nº 7 da revista "mundo da canção" em Junho de 1970. Eram ainda os sons de "Led Zeppelin II" que se ouviam, nomeadamente "Whole Lotta a Love" que se destacou e era o maior sucesso até então. Mas não só desta canção se fez este álbum, na realidade "Led Zeppelin II" valia pelo seu todo sendo um testemunho do melhor Blues-Rock então praticado e também do Hard-Rock em crescendo.

Já antes da sua edição o álbum era um sucesso de vendas, de acordo com Howard Mylett no livro "Led Zeppelin" (1983) "Led Zeppelin II, mesmo antes de ser editado, já tinha pedidos na ordem dos 350000 e apenas nos E. U. A.". Quanto às críticas após a sua edição dizia ele: "Até mesmo John Mendelsohn da Rolling Stone, que tinha criticado asperamente o primeiro álbum, chamou a este «um peso pesado dos álbuns». Para o MM [Melody Maker] era «a imagem da evolução do rock durante os últimos quinze anos» e elogiava o modo como «construía a excitação». O NME [New Musical Express] classificava-o como «um álbum brilhante» e descrevia-o como a «música ideal para o paranóico homem urbano do século XX»."




A letra que o "mundo da canção" publicou era "Living Loving Maid (She's Just a Woman)" que agora vamos ouvir.




Led Zeppelin - Living Loving Maid (She's Just a Woman)

sábado, 29 de dezembro de 2018

Plastic Ono Band - Give Peace a Chance

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

John Lennon ainda estava nos The Beatles. Estávamos em 1969 quando John Lennon se casa com Yoko Ono, acontecimento que aproveitaram para efectuar várias manifestações pacifistas contra a guerra do Vietname. Entre elas encontravam-se as célebres "Bed-In" que realizaram em quartos de hotel com as portas abertas aos jornalistas.
"Give Peace a Chance" era o que John Lennon pretendia ao chamar a atenção da comunicação social com os seus "Bed-In", daí a tornar-se uma canção foi um instante. É num hotel em Montreal que "Give Peace a Change" é gravada, num simples gravador de quatro pistas, com a presença de dezenas de jornalistas e a presença de nomes famosos como Allen Gisnberg (poeta), Timothy Leary (escritor) e Petula Clark (cantora).




É no Verão de 1969 que a canção se torna um êxito, sendo a primeira gravação que surgiu sob o nome de Plastic Ono Band. Era o primeiro Single que ele gravava ainda como membro dos famosos The Beatles.
Retomo então "Give Peace a Chance", cuja letra vinha publicada na revista "mundo da canção" em Junho de 1970, ou seja praticamente um ano depois da sua edição.




Plastic Ono Band - Give Peace a Chance

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Bee Gees - Words

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


Nunca estiveram entre as minhas preferências (exceptuando o LP "1st" de 1967), mas quando se passa em revista os anos 60 e 70 inevitavelmente tropeçamos neles em todo o lado, são os Bee Gees.
Desta vez foi ao folhear a revista "mundo da canção" no seu nº 7 de Junho de 1970, lá estava uma página com as letras de duas canções, "Holiday" e "Words".





"Holiday" já aqui foi recordada a pretexto das  30 melhores canções de 1967 segundo o programa de rádio "Em Órbita" e fazia parte do tal álbum "1st" que eu apreciava, pelo que a selecção para hoje fica facilitada, restando a canção "Words".

"Words" (1968) foi um mega sucesso não tendo sido editado em nenhum álbum de originais. Foi pois em Single, como era ainda costume, que alcançou o êxito que teve. Os irmãos Gibb no auge da criatividade e na fase mais interessante, nos anos 70 perder-se-iam, para meu gosto, no som Disco tão de agrado do grande público.




Bee Gees - Words

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Crosby, Stills, Nash & Young - Woodstock

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

"Woodstock" é uma grande canção escrita pela extraordinária Joni Mitchell.
Joni não chegou a participar no grande festival de Woodstock de 1969, segundo reza a história devido a compromissos com um programa de televisão. Escreveu a canção segundo os relatos da TV e do seu então namorado Graham Nash.

O ano de 1970 conheceu três versões, a original de Joni Mitchell, a dos amigos Crosby, Stills, Nash & Young e ainda pelos Matthews Southern Comfort de Ian Matthews. Primeiro conheci a dos CSN&Y, depois a dos Matthews Southern Comfort e só anos mais tarde o original da Joni Mitchell. Três versões bem diferentes mas muito bem conseguidas.





O nº 7 da revista "mundo da canção" transcrevia a letra de "Woodstock" dando como intérpretes os Crosby, Stills & Nash, na realidade falta o Neil Young, e era efectivamente a que ficou mais conhecida face ao sucesso que o LP "Déjà Vu" obteve.

Noutras oportunidades espero lembrar as outras versões, hoje é a dos Crosby, Stills, Nash & Young que segue para recordação.




Crosby, Stills, Nash & Young - Woodstock

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

The Jaggerz - The Rapper

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

A Pop na sua forma mais simples, descontraída e comercial também fazia aparição no nº 7 da revista "mundo da canção" publicada em Junho de 1970. A sua melhor expressão estava na letra "The Rapper" de uns desconhecidos The Jaggerz e que não tinha qualquer memória, também não perdi, diga-se de passagem, nada de importante.

The Jaggerz era um grupo de Pop-Rock norte-americano, cuja canção "The Rapper" pertencente ao segundo LP do grupo, foi o seu maior, diria único êxito. "The Rapper" foi bastante divulgada nos Estados Unidos, mas, por cá, não me recordo de a ter ouvido.




The Jaggerz com o seu "The Rapper" encaixam bem na designação "One-hit Wonder", pois foi na realidade a única canção que se destacou nos Top de vendas, para mim nem a tal chegou pois não cheguei a conhecê-la de todo.




The Jaggerz - The Rapper

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Murray Head - Superstar

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Sim, uma onda de originalidade percorria aqueles anos da minha juventude. Estou em 1970, tinha eu 13 anos mas prestava a maior atenção ao que era divulgado na nossa rádio em termos de novidades musicais. A audição dos programas "Página um" e "Em Órbita" assim o permitia. As novidades eram umas atrás das outras e pese a comercialidade de muito que se ouvia, também é verdade que havia uma ousadia na exploração de novos caminhos na música popular que, confesso, julgo não mais ter acontecido.
É nos anos 60 que os grupos Rock começaram a dar um valor acrescido aos LP em detrimento dos tradicionais Singles, ou seja começou-se a desenvolver o conceito que não bastava uma boa ideia para uma canção de sucesso mas era preciso ir mais longe  e alargar para o tempo de um LP (Long Playing - longa duração) que os discos de 33 rpm permitiam (cerca de 45 minutos).

O conceito alargou-se, desenvolveu-se e no final da década surgiam as primeiras Ópera-Rock (tema desenvolvido ao longo de todo o disco contando assim uma história que interliga as diversas canções). Alguns dos primeiros exemplos foram "S.F. Sorrow" (1968) pelos The Pretty Things, "Tommy" (1969) pelos The Who e "Jesus Christ Superstar" escrito pela dupla Andrew Lloyd Webber/Tim Rice.





"Jesus Christ Superstar"  foi editado em formato duplo, tendo tido várias versões sendo a mais conhecida a realizada em 1973 sendo a banda sonora original do filme com o mesmo nome.
Recordo "Superstar" interpretada por Murray Head, versão original editada no final de 1969.
Nem de propósito, em dia de Natal recordar este "Superstar". Um Bom Natal para todo o mundo.




Murray Head - Superstar

segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Blood, Sweat & Tears - You've Made Me So Very Happy

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


"Blood, Sweat & Tears 3" viu a luz do dia em Junho de 1969, ou seja no mês em que foi publicado o nº 7 da revista "mundo da canção" e provavelmente, por cá, ainda não tinha sido editado, é pois natural que fosse do álbum anterior, denominado somente "Blood, Sweat & Tears" (1968) que a revista se socorresse para a publicação da letra de uma canção deste tão importante grupo de Jazz-Rock daquela época. Eram os Blood, Sweat and Tears de boa memória e que em 1970 partilhavam com os Chicago a hegemonia e popularidade do Jazz-Rock.

Quanto à letra publicada, ela era "You've Made Me So Very Happy" e tratava-se de um tema não original do grupo, mas sim uma canção Soul da cantora Brenda Holloway de 1967.
"You've Made Me So Very Happy" foi mesmo a primeira canção a ser editada em Single, embora canções como "Spinning Wheel" e "And When I Die" tivessem tido maior sucesso.





Na voz, o poderoso David Clayton-Thomas recém entrado no grupo em substituição de Al Kooper.
"You've Made Me So Very Happy", os Blood, Sweat & Tears no seu melhor.




Blood, Sweat & Tears - You've Made Me So Very Happy

domingo, 23 de dezembro de 2018

Dionne Warwick - I'll Never Fall In Love Again

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Os 10 anos que medeiam 1965 a 1975 estão repleto de grandes canções. Dificilmente se encontra na história da música popular um período tão rico e diversificado, onde a quantidade andou de mãos dadas com a qualidade, como aquele. Ainda por cima correspondeu à minha adolescência, foi dos meus nove aos dezanove anos, aberto e receptivo às novidades musicais que então pululavam.
Claro que, durante aqueles anos, fui ficando mais selectivo e adquirindo o meu gosto pessoal, algum do qual ainda mantenho hoje.
À época era fã de outras sonoridades que não a recordação de hoje,"I'll Never Fall In Love Again" na voz de Dionne Warwick, pois pensava tratar-se de um género ultrapassado face ao som mais pesado do Rock então cheio de vitalidade e de mais fácil cativação para a minha idade. Hoje tenho que reconhecer a intrínseca qualidade de canções neste género de Pop orquestral de que Burt Bacharach era um exímio compositor.
É dele este "I'll Never Fall In Love Again" à qual Dionne Warwick emprestou a voz e é uma das melhores interpretações desta canção que tem um sem número de versões, só em 1969 contei 10.






Em Junho de 1970, a revista "mundo da canção", no seu nº 7, publicava a letra de "I'll Never Fall In Love Again" dando como intérprete Dionne Warwick cuja interpretação agora se recupera.




Dionne Warwick - I'll Never Fall In Love Again

sábado, 22 de dezembro de 2018

Neil Diamond - Holly Holy

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


O rol de canções de Neil Diamand que fizeram sucesso, em especial no final dos anos 60, início de 70, é enorme. Somente recordei ainda "Cracklin' Rosie" (1970), muitas mais houve como por exemplo "Sweet Caroline", "Solitary Man", "He Ain't Heavy, He's My Brother", "I Am...I Said", "I'm a Believer", "Song Sung Blue", todas datadas entre 1969 e 1972. É também deste período a canção de hoje, "Holly Holy", e cuja letra vinha transcrita, em Junho de 1970, no nº 7 da revista, editada no Porto, "mundo da canção".




De inspiração Soul, tanto na letra como na música, "Holly Holy" é um  verdadeiro hino que para muitos constitui a sua melhor interpretação. Porque me lembro bem dela aqui vai "Holly Holy", tinha então 13 anos e claro gostava dela, em particular pela capacidade interpretativa de Neil Diamond.




Neil Diamond - Holly Holy

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

The Guess Who - American Woman

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


Pois é assim, há canções que inevitavelmente volto a elas com alguma regularidade. Aqui também, "American Woman" é uma delas. Numa altura em que o Blues ainda era uma forte influência na música Rock, levando muitos grupos a praticar uma sonoridade que ficou, logicamente, conhecida de Blues-Rock, os canadianos The Guess Who eram um deles. Um interessante grupo que sofrendo muitas alterações na sua composição se mantêm ainda hoje, foi mesmo editado, este ano um novo disco de originais.

Mas o que agora nos interessa é mesmo o ano de 1970, ano em que chegaram a actuar na Casa Branca, diz a wikipédia que a mulher do então presidente, Pat Nixon, pediu para que esta "American Woman" não fosse tocada (canção anti-guerra do Vietname, preferência pelas mulheres canadianas, foram várias as interpretações).






A letra, essa vinha publicada em Junho de 1970 na nossa revista "mundo da canção" e justifica esta nova passagem por esta canção.
Como me lembro tão bem de ouvir "American Woman"!




The Guess Who - American Woman

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Donovan - Mellow Yellow

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Não uma, não duas, mas três, era o nº de letras de canções de Donovan que vinham publicadas em Junho de 1970, no nº 7, da revista "mundo da canção". Publicadas em páginas diferentes da revista, elas eram respectivamente: "To Susan On the West Coast Waiting",  "Sunshine Superman" e "Mellow Yellow".
Destas canções já recordei "Sunshine Superman" pelo que, das outras duas, escolho para hoje a mais antiga, ou seja "Mellow Yellow" de 1966.
Tinha eu 10 anos pelo que as minhas recordações são necessariamente vagas e provavelmente posteriores a 1966, mas lembro-me por exemplo de a ouvir no Colégio de Ovar, onde eu estudava na época, julgo eu nas vésperas das festas final do ano, baile de finalistas incluído, lembro-me também bem da capa estilizada do LP que tomou o mesmo nome e que um amigo da minha irmã possuía. De qualquer forma foi uma canção que, julgo, terá passado com alguma frequência na nossa rádio e que ajudou a popularizá-la. "Mellow Yellow" é mesmo das canções de Donovan uma das mais conhecidas e é uma das muito belas canções que nos deixou.





Segue "Mellow Yellow" bem representativa também da melhor música Pop então praticada. Bela recordação, digo eu.




Donovan - Mellow Yellow

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Melanie - Lay Down

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Gostava bastante da Melanie no início da década de 70. Depois deixou-se de a ouvir e o que ficou na memória foram as grandes canções que ela interpretava com aquela voz estranha e sui generis que possuía. Uma busca rápida pela internet dá-nos conta que Melanie, actualmente com 71 anos e mais de 30 álbuns editados, se mantém activa e com projectos de gravação

Quando Melanie actuou em 1969, já com um álbum publicado, no Festival de Woodstock, era, até então, uma ilustre desconhecida tendo a recepção à canção "Beautiful People" sido de tal modo que a assistência começou a acender os isqueiros, no que terá sido a primeira manifestação de agrado manifestada daquela forma e que viria a tornar-se, ainda hoje, um hábito (substituindo os isqueiros por telemóveis) nos grandes concertos.
Esse acontecimento terá sido a fonte de inspiração para a canção "Lay Down (Candles in the Rain)" que no ano seguinte a catapultou para um sucesso maior.





Por cá  a revista "mundo da canção" publica a letra da referida canção no seu nº 7 em Junho de 1970, terá sido por esta altura que tomei contacto com a sua música em particular o LP "Candles in the Rain" publicado nesse ano e claramente um dos seus melhores.


Recordo então "Lay Down (Candles in the Rain)"  por aquela que ficou conhecida como "The Female Bob Dylan". De notar os coros dos então também bem divulgados The Edwin Hawkins Singers (lembram-se de "Oh Happy Day"?)




Melanie - Lay Down

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

The Beatles - Revolution 1

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Neste nº da revista "mundo da música" mais duas as letras de músicas dos The Beatles  foram então publicadas, eram "Revolution 1" e Yesterday".

"Revolution 1" do duplo LP que ficou conhecido como "álbum branco" (The White Album) do ano de 1968, "Yesterday", mais antiga, pertencia ao LP "Help!" de 1965. Como já recordei as duas, moeda ao ar e volto a "Revolution 1".

Num tempo em que a revolução estava na ordem do dia John Lennon escreveu a sua, o mundo tinha que mudar, não sabia era como. "We all want to change the world, But when you talk about destruction, Don´t you know that you can count me out" ("count me out/in" na versão editada no álbum).



"Revolution 1"  marca o início de uma outra revolução, a presença de Yoko Ono nas gravações, que para muitos esteve na origem dos desentendimentos entre os quatros Beatles e consequentemente a sua separação.




The Beatles - Revolution 1

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Canned Heat - Let's Work Together

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Mais uma passagem pelo importante grupo de Blues-Rock norte-americano Canned Heat. As anteriores passagens centraram-se nos anos de 1967/68, hoje vamos para o ano de 1970.

Os Canned Heat foram um dos mais bem sucedidos grupos de Blues do final dos anos 60. Foi uma formação histórica a que gravou o 5º e excelente "Future Blues", Henry Vestine tinha abandonado o grupo e para o seu lugar, guitarra principal, entrado Harvey Mandel (que mais tarde iria tocar com John Mayall), o resto do grupo mantinha-se ou seja Bob Hite na voz, Alan Wilson guitarra harmónica e voz (suicidou-se a 3 de Setembro de 1970 com apenas 27 anos - mais um no "clube dos 27"), Larry Taylor baixo e Adolfo de la Parra na bateria.

Neste álbum destacou-se o sucesso de "Let´s Work Together", anteriormente editado em Single. A canção original de Wilbert Harrison foi gravada em 1962 como "Let´s Stick Together", o mesmo nome tomou na versão de Bryan Ferry em 1976.




Esta versão dos Canned Heat é a mais interessante que conheço, tendo tido particular aceitação no Reino Unidos no início de 1970.




Canned Heat - Let's Work Together

domingo, 16 de dezembro de 2018

Leonard Cohen - So Long, Marianne

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Agora, que alguns dos meus favoritos de sempre começam a nos deixar, Leonard Cohen, David Bowie, Aretha Franklin (e outros também, alguns menos conhecidos, a merecerem ser devidamente recordados como Marty Balin, Charles Aznavour, Chuck Berry, Tom Petty, Holger Czukay), é sempre bom voltar às suas músicas que preencheram momentos tão bons da minha juventude.

Leonard Cohen, foi um deles e ocupa um lugar muito especial no meu baú de memórias, em particular os seus primeiros álbuns, verdadeiras pérolas da melhor música popular que alguma vez me foi dado ouvir.
Algures no final dos anos 60 conheci a sua música, teria sido o seu primeiro álbum editado "Songs of Leonard Cohen" (1967), ou talvez já o segundo "Songs from a Room" (1969), quando primeiro ouvi algumas canções soltas, provavelmente no programa de rádio "Em Órbita", e depois o álbum inicial por completo, empréstimo de um amigo mais velho que o possuía.
E lá estava entre outras "So Long, Marianne" que noutra ocasião já aqui a recordei.




A ela volto hoje, sendo o pretexto a publicação da letra no nº 7 da revista "mundo da canção" de viu a luz dia em Junho de 1970. Sempre bom a ela voltar.




Leonard Cohen - So Long, Marianne

sábado, 15 de dezembro de 2018

Aretha Franklin - Call Me

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

"Alma que sublima o amor" era o título para a apresentação de Aretha Franklin que o livro "Os Grandes Criadores de Jazz" fazia, sublinhando "...a voz mais bela dos nossos tempos faz de todas as canções um hino" e afirmando no final: "... sabe sempre arriscar sem negligenciar o essencial, jogar a sua vida eterna sem perder a sua alma...".

Palavras justas para aquela que foi uma das maiores cantoras do século XX e a maior cantora Soul de sempre. Aretha Franklin (1042-2018) estava, em 1970, no auge da sua carreira, era já a Rainha do Soul e tinha gravado canções inesquecíveis como: "Respect", "Chain of Fools", "Think", "(You Make Me Feel Like) A Natural Woman", "I Never Loved a Man (The Way I Love You)", e "I Say a Little Prayer".
Naquele ano é publicado o 16º álbum de estúdio de nome "This Girl's in Love with You" que sem alcançar o esplendor de um "Aretha, Now", possuía motivos de sobra para a continuar a apreciar.




Desde as versões de "Let It Be" e "Leonor Rigby" (The Beatles), "Son of a Preacher Man" (Dusty Springfield), "The Weight" (The Band) ao original dela própria "Call Me", eis algumas das razões para se voltar a este disco.

"Call Me" era a letra publicada no nº 7 da revista "mundo da canção" e que hoje reproduzo com saudade daqueles tempos. Não só pela minha idade de adolescente que despontava para o mundo como pela música bela e ímpar que então se praticava.




Aretha Franklin - Call Me

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Bob Dylan - Country Pie

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


Frequente também, nas páginas da revista "mundo da canção", era Bob Dylan. E o nº 7 que tenho vindo a recordar a ele voltava. "Self Portrait" estava prestes a ser publicado, o que por cá se ouvia ainda era o LP de 1969 "Nashville Skyline" e respectivos Singles. Em Portugal saíram em Single "Lay Lady Lay"/"Peggy Day" e também "Tonight I'll Be Staying Here With You"/"Country Pie". Esta última  é a recordação de hoje.




A letra de "Country Pie" vinha publicada no nº 7 da revista "mundo da canção", estávamos em Junho de 1970. "Country Pye" uma pequena canção de pouco mais de minuto e meio bem representativa do estilo Country-Rock que Bob Dylan praticou neste álbum. Bons sons se ouviam naquele ano!




Bob Dylan - Country Pie

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Creedence Clearwater Revival - Run Through the Jungle

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Presença mais que regular na revista "mundo da canção", os Creedence Clearwater Revival viam neste nº 7 da revista de Junho de 1970 mais duas letras de músicas suas publicadas.

As canções pertenciam ao LP "Cosmo's Factory" e eram respectivamente "Run Through the Jungle" e "Up Around the Bend". Como o álbum ainda não tinha saído, o que era então conhecido era o Single onde constavam precisamente aquelas duas canções. Num álbum onde praticamente todas as canções davam um bom Single (e foram vários os editados), este "Run Through the Jungle" ocupava o lado A e "Up Around the Bend" o lado B, embora fosse esta que eu mais ouvia.




Passados estes anos todos como é agradável voltar a este grupo tão popular na época. Em particular a este álbum tão bem aceite e tão representativo de um Rock de largo consumo. Era o culminar do sucesso dos Creedence Clearwater Revival que em pouco mais de dois anos tinham editado cinco discos de longa duração ou melhor seis já que o ano de 1970 não terminaria sem mais um registo, "Pendulum" de seu nome.

Ficamos com "Run Through the Jungle".




Creedence Clearwater Revival - Run Through the Jungle

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Simon and Garfunkel - The Sounds of Silence

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Presença regular de Simon and Garfunkel nas páginas da revista "mundo da canção", neste nº 7 de Junho de 1970 marcam comparência com a letra de duas canções, "Bye, Bye Love" do então recente "Bridge Over Troubled Water" (1970) e "The Sounds of Silence" do inicial "Wednesday Morning, 3 A. M." (1964) e retomado no LP seguinte que toma o nome de "Sounds of Silence" (1966). O início e o fim, portanto, desde duo marcante do Folk-Rock norte-americano da década de 60.





Vou optar por "The Sounds of Silence" (afinal "Bye, Bye Love" não é um original do duo, mas sim dos The Everly Brothers de 1957) e assim fazer mais uma passagem pela singularidade que a música de Simon and Garfunkel então representava.

A conhecida "The Sounds of Silence" é a que consta no álbum "Sounds of Silence" (1966) sendo, no entanto, uma regravação com novos arranjos da mesma canção do primeiro LP "Wednesday Morning, 3 A. M." publicado em 1964. É esta que segue para audição.

Sobre ela escrevia Art Garfunkel na contra-capa do disco:
"The Sounds of Silence" is a major work. We were looking for a song on a larger scale, but this was more than either of us expected. Paul had the theme and the melody set in November, but three months of frustating attempts were necessary before the song "burst forth". On February 19, 1964, the song practically wrote itself.
It's theme is man's inability to communicate with man. The author sees the extent of communication as it is on only its most superficial and "commercial" level (of which the "neon sign" is representative). There is no serious understanding because there is no serious communication-"people talking without speaking-hearing without listening." No one dares take the risk of reaching out ("take my arms that I might reach you") to disturb the sound of silence. The poet's attempts are equally futile ("... but my words like silent raindrops fell within the wells of silence"). The ending is an enigma. I find my own meaning in it, but like most good works, it is best interpreted by each person individually. The words tell us that when meaningful communication fails, the only sound is silence."

Mais despojada que a versão que ficou famosa, eis "The Sounds of Silence".




Simon and Garfunkel - The Sounds of Silence

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Wallace Collection - Serenade

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


Antes de passar para as canções de origem anglo-americana, cujas letras vinham publicadas no nº 7 da revista "mundo da canção" de Junho de 1970, ainda espaço para lembra uma música do grupo belga de Pop-Rock que era a escolha de capa, os Wallace Collection.
O sucesso dos Wallace Collection foi grande mas efémero, remeteu-se praticamente ao final dos anos 60 com a canção "Daydream" e em 1971 já estavam separados.
Em 1970 passaram por Portugal, estiveram na televisão de que me lembro bem, e actuaram nos Coliseus do Porto e Lisboa.





No interior a revista traz uma entrevista aos Wallace Collection, aliás a Van Holmen, líder do grupo, e que tinha acabado de comprar uma viola portuguesa, a mesma vê-se nas fotos.

Depois de "Daydream" só me lembrava de "Serenade" que já não teve o mesmo sucesso. Recorda-se a versão longa que fazia parte do álbum com o mesmo nome ditado em 1970.




Wallace Collection - Serenade

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Georges Moustaki - La Liberté

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


Para hoje a última letra em francês publicada pela revista "mundo da canção" no seu nº 7, em Junho de 1970. Trata-se de "Ma Liberté", poema, música e interpretação de Georges Moustaki.

Georges Moustaki (1934-2013) foi um dos últimos grandes interpretes da Canção Francesa. Fez parte de uma geração de ouro com quem ele conviveu, lembre-se Georges Brassens, Édith Piaf, Barbara, Serge Reggiani.
Depois do grande sucesso que foi "Le Métèque" (1969) Georges Moustaki apresenta-se ao vivo no Bobino (famosa sala de espectáculos de Paris) sendo o concerto registado e publicado no LP "Bobino 70". Nele interpreta composições que tinha escrito para Serge Reggiani nomeadamente "Votre Fille a 20 Ans", "Requiem Pour n’Importe Qui" e a proposta de hoje "Ma Liberté".





Gravada primeiramente por Serge Reggiani em 1967, "Ma Liberté" nunca foi gravada em estúdio por Georges Moustaki (fez-me lembrar "Amsterdam" que Jacquel Brel também nunca a gravou em estúdio) pelo que o que ficou foi mesmo esta brilhante interpretação que agora recupero.




Georges Moustaki - La Liberté

domingo, 9 de dezembro de 2018

Barbara - Göttingen

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Só tive oportunidade de recordar Barbara uma única vez com a canção "Dis, Quand Reviendras-tu?". Valha a revista "mundo da canção" que me "obriga" a voltar a ela.
Estou com o nº 7 desta revista, que foi publicado em Junho de 1970, e nela vinha a letra da canção "Göttingen" por ela interpretada.






Intérprete de Jacques Brel, Georges Brassens e Georges Moustaki mas também autora de mais de 100 canções que deixou gravadas em 15 álbuns de estúdio, Barbara editou no ano de 1964 nada mais que 3 LP, sendo no terceiro (sexto no total) que consta a canção "Göttingen".

É na sequência de um concerto, em 1964, na cidade alemão Göttingen que Barbara escreve a canção com o mesmo nome, transformando-se num hino à amizade franco-alemã.




Barbara - Göttingen

sábado, 8 de dezembro de 2018

Jacques Brel - Amsterdam

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Depois das letras de canções portuguesas publicadas no nº 7 da revista "mundo da música" em Junho de 1970, passo para as estrangeiras. Em primeiro para as de língua francesa nesta edição em nº de três. Começo com Jacques Brel.

Mais uma vez Jacques Brel marca presença no "mundo da música", depois dos nº 2 e 3 neste número aí está ele, desta vez com a eterna "Amsterdam".





Com letra e música de Jacques Brel "Amsterdam" nunca teve, ao que consegui apurar, edição em algum álbum de estúdio. Ela surge no LP "Olympia '64" gravado ao vivo no famoso Teatro Olympia de Paris como faixa de abertura.
Ao que constatei Jacques Brel não estava totalmente convencido com esta canção, sendo conjuntamente com "Les Timides" e Les Jardins du Casino" as únicas que não mereceram gravação em estúdio.

Era (é), no entanto, uma das suas composições mais conhecidas e que tinha a adesão total do público quando a interpretava. Ao que parece a escrita de "Amsterdam" teve como fonte de inspiração a conhecida canção tradicional inglesa "Greensleeves". De "Amsterdam" realço a versão de David Bowie ("Bowie Rare" - 1982) e de "Greensleeves" a de Leonard Cohen ("New Skin for the Old Ceremony" - 1974).
Silêncio total, é Jacques Brel, é "Amsterdam".




Jacques Brel - Amsterdam

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Padre Fanhais - Areia da Praia

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Neste nº da revista "mundo da canção" de Junho de 1970 havia ainda espaço para duas letras de canções portuguesas, "Cantiga por Luciana" na interpretação de Ruy Mingas e "Areia da Praia" na voz do Padre Fanhais.

Infelizmente as duas não são fáceis de encontrar em formato digital, da primeira não consegui de todo, a segunda lá consegui, já não me lembro onde, um ficheiro comprimido de qualidade inferior.

Para Ruy Mingas aqui fica a página que lhe era indicada com a indicação: "Canção incluída no "single" lançado este mês no mercado pela etiqueta «Zip Zip", era a sequência da sua passagem pelo programa televisivo, com o mesmo nome, no ano anterior.




Quanto ao Padre Fanhais relembre-se o que João Carlos Callixto sobre ele escreveu em "Canta, Amigo, Canta":
"Sacerdote católico, Francisco Fanhais gravou os seus dois únicos discos de originais como Padre Fanhais, entre 1969 e 1970. Na esteira do Concílio Vaticano II, vários foram os sinais de abertura da Igreja Católica em relação ao mundo contemporâneo, e várias foram também os sacerdotes, que entenderam que a força das suas palavras podia não se esgotar na homilia. A hierarquia católica portuguesa não via, no entanto, com bons olhos a carreira deste padre que denunciava, ainda que de forma velada, as situações de injustas a que assistia e que não conseguia calar, o que originou a sua expulsão do sei da Igreja e o consequente abandono das funções sacerdotais."





"Areia da Praia"  fazia parte do seu primeiro EP, edição Orfeu de 1969.




Padre Fanhais - Areia da Praia

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

José Afonso - Chamaram-me Cigano

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Dose dupla neste nº da revista "mundo da canção" para José Afonso. Divulgando a obra recente e menos recente de José Afonso, este era presença regular no "mundo da canção". Depois da letra "Traz Outro Amigo Também", à data a edição mais próxima de José Afonso, ainda lugar para "Chamaram-me Cigano".





"Chamaram-me Cigano" era já de 1968 e pertencia a "Cantares de Andarilho", o seu segundo trabalho de longa duração.
Regressado de Moçambique em 1967, é perseguido pelo regime de Salazar sendo expulso do ensino oficial "por conveniência de serviço", dá explicações e encontra dificuldade na gravação dos seus trabalhos. É no Porto que consegue contrato para a gravação dos seus discos, na etiqueta Orfeu de Arnaldo Trindade, relativamente  a este contrato refere o sítio http://www.aja.pt: "O contrato é sui generis: contra o pagamento de uma mensalidade (15 contos), José Afonso é obrigado a gravar um álbum por ano" (15 contos corresponde a cerca de 75 Euros).

Em relação ano de 1968 pode-se ler na "Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX":
"Datam de 1968 o seu primeiro contrato com uma editora em regime de exclusividade, (Edições Arnaldo Trindade Lda.), o início da sua participação nas actividades do Centro Cultural de Setúbal (do qual foi co-fundador) e a proibição da difusão radiofónica das suas canções."

O primeiro disco para a Orfeu é o LP "Cantares do Andarilho" editado ainda antes do final do ano de 1968 e é a ele que vou buscar "Chamaram-me Cigano".




José Afonso - Chamaram-me Cigano

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Adriano Correia de Oliveira - Menina dos Olhos Tristes

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


"Menina dos Olhos Tristes" é uma bela canção portuguesa com letra de Reinaldo Ferreira e música de José Afonso e data da primeira metade da década de 60.
A primeira gravação foi, no entanto, de Adriano Correia de Oliveira editada em EP em 1964.
(Se bem que quase todas as fontes de informação ,que eu consultei, refiram o ano de 1964, João Carlos Callixto, no livro "Canta, Amigo, Canta" indica o ano de 1968 o que é consistente com a referência ATEP 6275 que será posterior ao EP "Lira/..." ATEP 6274 também de 1968. Alguém consegue clarificar esta discrepância?)
José Afonso só a vai gravar em 1969 com arranjos e acompanhamento à viola de Rui Pato, o mesmo que acompanhou Adriano Correia de Oliveira.
Há ainda uma terceira gravação desta canção que é a do Manuel Freire que em 1970 a incluiu no lado B do Single onde o tema principal era a "Pedra Filosofal".




A revista "mundo da canção" reproduz a letra desta canção no seu nº 7 de Junho de 1970, fazendo precisamente referência aos três intérpretes.
Recordo a interpretação de Adriano Correia de Oliveira.




Adriano Correia de Oliveira - Menina dos Olhos Tristes

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

António Macedo - Erguer a Voz e Cantar

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970


Alicerçado no desenvolvimento ocorrido na década de 60 na nossa música popular, os anos que antecederam o 25 de Abril assistiram ao surgimento de alguns cantores e autores que merecem o devido destaque. António Macedo foi um deles.

Foi em 1970 que surgiu o se primeiro disco, um EP que já por aqui lembrei através da canção "Sei de Uma Menina". Não era, no entanto, o tema forte deste seu registo inicial, esse ia direito para "Erguer a Voz e Cantar", popularizado após o 25 de 1974 como "Canta, Amigo, Canta".
António Macedo (1946, 1999), natural do Porto, é um nome praticamente esquecido e mesmo muitos daqueles que se lembram de  "Erguer a Voz e Cantar" não associam a canção ao seu autor e intérprete. Há pois que recuperá-lo e procurar manter viva a sua música que à época se inseria na linha do que a Filarmónica Fraude tinha feito no ano anterior.





A revista "mundo da canção", atenta, publica no seu nº 7 de Junho de 1970 a letra de  "Erguer a Voz e Cantar", ou, como queiram, "Canta, Amigo, Canta".




António Macedo - Erguer a Voz e Cantar

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Filarmónica Fraude - Só Marinheiros e Escravos Se Afundam Com a Nau

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

"Na recta final dos anos 60, quando o mundo ardia na fogueira ideológica de uma juventude global que recusava as normas de antanho e elegia os Beatles como os donos dos novos hinos, cinco futuros homens cruzaram-se em Tomar e criaram a Filarmónica Fraude no país orgulhosamente só. O futuro haveria de lhes trazer vidas muito diversas: um tornar-se-ia engenheiro, outro musicólogo, outro ainda professor de educação física, outro escritor de livros, produtor musical e autor de letras de tantas canções que todos aprendemos, enquanto o quinto elemento seguiria pelo mundo fazendo o que o mundo lhe pedia.
Mas por breves instantes, em 1969, ano de pegadas na Lua, outra Epopeia foi desenhada num estúdio de Lisboa e feita disco que o futuro haveria de reclamar. E cá estamos.", texto da 1ª badana do livro "E Tudo Acabou em 69" que conta a história e as histórias da Filarmónica Fraude.

Efectivamente, o acontecimento musical, em Portugal, no ano de 1969, foi sem dúvida a Filarmónica Fraude. Um álbum, "Epopeia", e 2 EP constituíram a curta discografia que nos deixaram e que à qual, de tempos a tempos, eu recorro, seja qual for o pretexto.




Desta vez é o nº 7 da revista "mundo da canção" onde vinha publicada mais uma letra do histórico álbum "Epopeia", a dos nossos descobrimentos, o primeiro disco conceptual gravado por estas bandas.
"Só Marinheiros e Escravos Se Afundam Com a Nau", era a letra de uma das canções deste trabalho que se destacava pela ousadia musical, Pop, Rock, música popular com as melhores influências estrangeiras de então, de Bob Dylan aos Jethro Tull, e literária apostando a Filarmónica Fraude "... numa paródia de inteligente frontalidade na qual uma série de comentários, sátiras e críticas ao Portugal marcelista corriam na forma de evocação da epopeia dos descobrimentos e do Portugal de mil e seiscentos." (em "E Tudo Acabou em 69").
Ainda na mesma fonte lê-se sobre a canção de hoje: "A palavra «revolução» marca presença em «Só Marinheiros e Escravos Se Afundam Com a Nau», tema em que se canta que «para esquecerem a fome, vão lembrando as glórias passadas em Portugal», uma alusão a um estado da nação que, extraordinária e estranhamente, não fez disparar os apertados alarmes da censura."




Filarmónica Fraude - Só Marinheiros e Escravos Se Afundam Com a Nau

domingo, 2 de dezembro de 2018

José Afonso - Traz Outro Amigo Também

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

José Afonso tinha presença dupla neste nº da revista "mundo da canção". Primeiro com a letra de "Traz Outro Amigo Também" e mais à frente com "Chamaram-me Cigano".

Começo então com "Traz Outro Amigo Também", nome de canção e nome do álbum editado por José Afonso no ano de 1970.

O álbum, "no qual Rui Pato, viola, não participou por ter sido retido pela PIDE no aeroporto de Lisboa" conforme "Enciclopédia da Música Em Portugal no Século XX", foi gravado nos estúdios da Pye em Londres, e é um dos primeiros discos a revelar uma maturidade na música popular portuguesa  a que não se estava habituado. A qualidade de "Traz Outro Amigo Também" vai ser distinguida pela Casa da Imprensa que o considerou o disco do ano, distinguindo-o com o Prémio de Honra "pela alta qualidade da sua obra artística como autor e intérprete e pela decisiva influência que exerce em todo o movimento de renovação da música popular portuguesa", de acordo com o sítio www.aja.pt.






Deixo, finalmente, o texto do escritor Bernardo Santareno inserido na capa do disco:
"A arte de José Afonso é um jorro de água clara, puríssima, portuguesa sem mácula. Realmente é a “pureza” a nota maior desta arte: Pureza de voz, pureza no poema, pureza na música. Neste disco, um dos mais ricos quanto a valores poéticos, é ela que domina: Trova antiga purificada, folclore limpo de excrescências, balada de combate em que a justiça vai de bandeira. E o ouvinte fica tonificado, «limpo», cheio de graça, com mais vigor para a luta. No chiqueiro velho e saudosista, insignificativo e feio da música ligeira do nosso país, José Afonso surgiu como um renovador: De riso claro e leal, com punho duro de diamante, terno e gentil sem amaneiramentos. Limpou crostas, desatou amarras, descobriu ramos verdes e ocultos, abriu janelas na parede bolorenta do fatalismo lusíada. E como esta arte pura e viril habitava já, nebulosamente, nos anseios da Juventude que tanto pechisbeque musical mórbido e paupérrimo a traz nauseada, José Afonso conseguiu rapidamente uma enorme audiência. Ele é hoje o mais autêntico trovador do povo português, nesta hora que todos vivemos. Ninguém melhor que ele transmite os seus desesperos e raivas, as suas aspirações de amor, de paz, de justiça, de verdade. Por isto, todos o amam. E o amor do povo, dos jovens, de todos aqueles que ainda não estão definitivamente contaminados, esclerosados, é, tenho a certeza a recompensa e a glória de José Afonso. Nem tudo está podre no reino da Dinamarca"




José Afonso - Traz Outro Amigo Também

sábado, 1 de dezembro de 2018

Fausto.- Chora, Amigo, Chora

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Quando foi editado o nº 7 da revista "mundo da canção" em 1970, Fausto, de nome completo Fausto Bordalo Dias, estava longe de ser ser o músico conhecido e reconhecido que é hoje. Penso que àquela data o 1º LP "Fausto" ainda não teria sido editado, pelo que sobrava o EP saído no ano anterior.

Um EP de quatro canções onde aquela que foi mais divulgada era a que abria o lado B, "Chora, Amigo, Chora". Foi o programa "Página Um" que mais a difundiu e que lhe vai valer o "Prémio Revelação" que foi atribuído pela Rádio Renascença.






A ela volto hoje, pois era a letra desta canção que foi publicada no nº 7 da já referida revista "mundo da canção". Com letra e música de Fausto, aqui fica novamente "Chora, Amigo, Chora".




Fausto.- Chora, Amigo, Chora

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

António Bernardino - Trova do Vento Que Passa

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Já tive oportunidade de recordar de António Bernardino as canções "Cantiga Para os Que Partem" e "Canção com Lágrimas" as duas do LP "Flores para Coimbra" editado em 1970.
Hoje o retorno a este grande nome da Canção de Coimbra. O razão é a entrevista publicada no nº 7 da revista "mundo da canção" saída em Junho de 1970.





Numa entrevista em que ficamos a saber que António Bernardino dá mais importância ao poema do que à música chegando mesmo a criticar Hugo Maia de Loureiro, "Não se entende o que ele diz." , e onde considera que "Não há música que nos identifique...", dá-nos a conhecer a publicação próxima do seu primeiro LP "Flores de Coimbra".

"Trova do Vento Que Passa" é mais uma das canções desse LP e que hoje é motivo de recordação.
Já a lembrei na versão do Quarteto 1111, bem como no original interpretado por Adriano Correia de Oliveira em 1963. "Trova do Vento Que Passa" uma canção que bem identifica o Portugal dos anos 60, um verdadeiro hino à liberdade, o poema é do Manuel Alegre, a música de António Portugal que também participa neste álbum.




António Bernardino - Trova do Vento Que Passa

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Hugo Maia de Loureiro - Faina

mundo da canção nº 7 de Junho de 1970

Foi com "Canção de Madrugar" que Hugo Maia de Loureiro se tornou mais conhecido após a excelente interpretação no Festival RTP da Canção a 22 de Maio de 1970.

A revista "mundo da canção" no seu nº 7 de Junho de 1970 trazia entrevista com ele que se reproduz na fotografia seguinte.





"Hugo Maia de Loureiro tem um desejo constante: qualidade. Tem uma vontade e uma exigência que não o levam no fácil caminho de um êxito vulgar de vedeta.", assim terminava esta entrevista "Encontro com Hugo Maia de Loureiro".

Nesta altura Hugo Mais de Loureiro tinha dois discos editados de formato pequeno, o inicial EP (4 canções) que continha “Fonte de Água Vermelha” e um Single com a dita "Canção de Madrugar".
Ao primeiro vou buscar "Faina", um original dele próprio com arranjos de Thilo Krasmann.




Hugo Maia de Loureiro - Faina