segunda-feira, 31 de outubro de 2016

José Almada - Mendigo


De retorno à música popular portuguesa para recuperar mais alguns temas do final dos anos 60, início dos anos 70. Da balada ao Rock, assistiu-se então a um incremento na qualidade/quantidade das gravações efectuadas por músicos portugueses. Recordamos alguns.

E aqui estamos novamente com José Almada. É pela quarta vez e ainda com o primeiro álbum “Homenagem”. Nesse primeiro registo parece um tema, de uma beleza rara, denominado “Mendigo” (tinha José Almada 18/19 anos). Saído primeiro em EP (como é que passou na censura?) e depois no LP “Homenagem” de 1970 (um dos melhores discos do ano e de sempre; é, sem dúvida, um disco sem tempo, esquecido no tempo).

Na contra-capa do EP podia-se ler:
"José Almada tem 17 anos e é um caso concreto de busca com o coração. O quê. A fraternidade. Principalmente para os que dela mais necessitam: os mendigos. Eles são um tema obcecante nos seus versos, nas suas conversas, nas suas preocupações. José Almada conhece mendigos. Muitos. Viveu os seus dramas e habituou-se a amá-los, como Homens, como Homem. É fascinante ouvir José Almada falar com o coração. É importante ouvir cantar José Almada com o coração. É um talento que se adivinha, uma sensibilidade que importa compreender e respeitar."




O disco foi gravado pela etiqueta Zip-Zip e a presença prevista de José Almada no programa de televisão Zip-Zip só não se verificou porque entretanto este acabou. A propósito de “Mendigo”, disse-me o próprio:
“Sempre achei todos os pobres na sua maioria, simples tacanhos e bons pelo menos é com quem sempre me dei melhor.” 

O convívio com gente simples terá sido a fonte de inspiração deste “Mendigo”, que agora vos proponho para audição:
“Sem casa, Nem campa rasa 
Como mendigo, sem abrigo 
Vou seguindo o meu caminho
e concluído até que um dia senhor 
O teu amor condoído feche 
Os meus olhos de mansinho” 

Porque é impossível ficar indiferente a este “Mendigo”, aqui vai mais uma bela e simples canção de José Almada, e aquela pronúncia... Uma maravilha, segue para audição regular.



José Almada - Mendigo

domingo, 30 de outubro de 2016

Andrew Bird - The Happy Birthday Song

O violino no Rock


Terminamos esta passagem pelo violino no Rock com algo mais recente. É já neste milénio, embora se estreasse em gravações em 1996, que Andrew Bird vai ganhar lugar algures no Folk menos comercial, no Indie-Folk como lhe chamam.

É com a edição do 3º álbum a solo "Andrew Bird & the Mysterious Production of Eggs", em 2005, que Andrew Bird, compositor e multi-instrumentista, ganha por cá alguma notoriedade.
Dotado de uma versatilidade instrumental assinalável, do violino, ao xilofone, à guitarra, ao canto, por vezes a fazer lembrar Jeff Buckley, e ainda com dotes de assobio pouco comuns, é assim que Andrew Bird se apresenta como um dos renovadores, na linha de Sufjan Stevens, Iron & Wine, Elliott Smith, Devendra Banhart, do Folk americano, ou melhor do Folk-Rock.





Deste recomendado trabalho de Andrew Bird o tema final do álbum, "The Happy Birthday Song".



Andrew Bird - The Happy Birthday Song

sábado, 29 de outubro de 2016

Tindersticks - Casa da Música 29/10/2016

Mais uma vinda dos Tindersticks ao nosso país, mais uma passagem pela cidade do Porto. Desta vez na Casa da Música, é hoje à noite às 21h30m.

Tindersticks é um dos grupos estrangeiros que maior empatia estabeleceu com o público português, são muitas, e bem vindas, as actuações desta banda de Rock alternativo inglesa. Desde a primeira aparição, em 1997, no extraordinário concerto no Coliseu do Porto que seguimos as suas passagens, esta é a 7ª oportunidade para os ver. Depois do concerto recente no Festival de Curtas em Vila do Conde, esperamos agora um espectáculo mais longo, onde para além de tocarem o último e muito bom "The Waiting Room", nos deliciem com passagens menos recentes da sua já longa discografia.




Tindersticks - Drunk Tank

O violino no Rock

Qualquer pretexto é bom para retornar aos Tindersticks, desta vez é o violino, o violino no Rock.

Os Tindersticks, praticantes de um Rock independente, são profundamente melancólicos nas suas composições as quais se dispersam por baladas, instrumentais, textos lidos, canções Pop com ingredientes de Jazz, Soul e música de filme negro. Nesta mescla criaram um som bem identitário dos Tindersticks. Os arranjos orquestrais, a panóplia de instrumentos utilizados e a belíssima voz de Stuart A. Staples completam a sonoridade única por eles estabelecida.

Os frequentes arranjos orquestrais conferem uma sumptuosidade pouco comum no universo da música Pop-Rock. A Dickon Hinchliffe, violinista e elemento fundador dos Tindersticks, se devem, em parte, os arranjos que viriam a caracterizar as composições do grupo. Dickon Hinchliffe deixou o grupo em 2006 temendo-se o pior, no entanto, os Tindersticks têm sabido evoluir para novas sonoridades sem abandonar as referências musicais que lhes são conhecidas.






Do homólogo e excelente álbum de estreia de 1993 recuperamos "Drunk Tank".



Tindersticks - Drunk Tank

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Dave Mathews Band - Ants Marching

O violino no Rock

O ano de 1991 viu nascer duas bandas de Rock que ainda hoje se mantêm como das mais sedutoras na cena musical internacional. Nos Estados Unidos formava-se a Dave Mathews Band, em Inglaterra os Tindersticks, A primeira mais próximo da fusão com o Jazz, os segundos mais afins ao Pop de Câmara e ao Indie-Rock. Os dois claramente praticantes de um Rock Alternativo, os dois tinham o violino como parte marcante na sua sonoridade. Hoje a Dave Mathews Band, amanhã os Tindersticks.

Formados a partir do guitarrista, cantor e compositor Dave Mathews, rapidamente ganharam notoriedade pela criatividade manifestada em palco, sendo frequente as longas  e diferenciadas interpretações das suas composições. São nitidamente mais um grupo de palco do que de estúdio, a atestá-lo a sua discografia, 8 álbuns de estúdio e largas dezenas de gravações ao vivo. O primeiro registo "Remember Two Things", de 1993, é quase todo ao vivo.






O primeiro registo de estúdio é o surpreendente, fundamental e refrescante "Under The Table and Dreaming", editado em 1994. É um disco profundamente agradável, com uma sonoridade forte e melodias cativantes, onde a originalidade e a vitalidade do violino de Boyd Tinsley nos seduzem sempre que surge.

A ilustrar este álbum e a presença do violino na música da Dave Mathews Band segue o tema "Ants Marching", uma bela demonstração da qualidade deste grupo.



Dave Mathews Band - Ants Marching

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Dexys Midnight Runners e "Too-Rye-Ay"

A possibilidade de ter alguma informação sistematizada levou há muitos, muitos anos que elabora-se algumas fichas com os dados que de alguma forma conseguia obter relativamente a alguns grupos que preenchiam então as nossas preferências. Era o caso dos Dexys Mignight Runners, aqui a ficha relativa ao grupo e ao 2º LP "Too-Rye-Ay".


















Dexys Midnight Runners - Come On Eileen

O violino no Rock


O violino no Rock, um tema que nos levaria, a sermos mais completos, a muitos, muitos mais Regresso ao Passado, e ao qual, provavelmente um dia voltaremos. No entanto, tempo ainda para mais algumas passagens. Não poderíamos deixar de incluir, nesta breve passagem, grupos como os Dexys Midnight Runners, a Dave Mathews Band e os Tindersticks.

Começamos pela mais antiga, Dexys Midnight Runners.
Sob a direcção de Kevin Rowland, os Dexys Midnight Runners, constituídos no final da década de 70, seriam, em 1980, uma lufada de ar fresco com a edição de um dos melhores discos do ano, o aclamado "Searching for the Young Soul Rebels", com temas inesquecíveis como "Burn It Down" ou o incontornável "Geno". E por aqui ficaríamos, não fosse este álbum, dominado pelos metais, não incluir o violino.
São uns Dexys Midnight Runners reformulados, com a introdução de um duo de violinos, que vai gravar o segundo registo do grupo, o álbum "Too-Rye-Ay" de 1982, a alcançar um sucesso ainda superior ao anterior.




(Entre um álbum e outro, em Julho de 1981, os Dexys Midnight Runners deram um fabuloso concerto no Pavilhão do Infante de Sagres, no Porto, ao qual assisti. Inesquecível apesar das condições acústicas menos boas que o Pavilhão tinha.)

De "Too-Rye-Ay" o tema "Come On Eileen" foi, um pouco por todo o lado, o sucesso maior. Nos violinos Helen O'Hara e Steve Brennan.



Dexys Midnight Runners - Come On Eileen

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Bob Dylan - One More Cup of Coffee

O violino no Rock

Nesta procura de discos onde o violino fez presença significativa, mesmo em músicos nos quais o instrumento não foi escolha regular, lembrámo-nos de Bob Dylan.

A primeira vez que Bob Dylan utilizou o violino numa gravação foi, julgamos nós, no duplo e mal recebido álbum "Self Portrait" de 1970, a seguinte foi directa para o excelente e agora bem recebido "Desire" de 1976. Já neste milénio é possível voltar a ouvir o violino em discos tão bons como, por exemplo, "Modern Times" de 2006 e "Tempest" de 2012.

Em "Desire" a mestria do violino deve-se à jovem Scarlet Rivera que participaria no ano de 1975 na tournée "Rolling Thunder Revue" de Bob Dylan.




Difícil a escolha, acabamos em "One More Cup of Coffee", uma grande canção de um grande disco de Bob Dylan com a voz de Emmylou Harris e o violino de Scarlet Rivera a sobressaírem.



Bob Dylan - One More Cup of Coffee

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Neil Young

Mais uma ficha elaborada há muitos, muitos anos e actualizada até 1985. Neil Young era e mantém-se uma das minhas maiores referências.






Neil Young - Comes a Time

O violino no Rock

É longa a discografia de Neil Young e o nosso gosto por ele é tão grande quanto aquela.
Do Rock mais pesado ao Folk, ao Blues, ao Country são diversas as abordagens musicais, do eléctrico ao acústico assim se concretizam. Se o violino não é uma constante, também não é um instrumento desconhecido na carreira de Neil Young, aqui e acolá ele aparece. Logo em 1969 em "Running Dry",  em 1974 em "Ambulance Blues", em 1977 em diversas canções de "American Stars 'n Bars", "The Old Country Waltz," "Saddle Up the Palomino," "Hey Babe," "Hold Back the Tears," e "Bite the Bullet", de novo em 1978, onde vamos parar, no álbum "Comes a Time".





"Comes a Time" um disco na fronteira do Rock, do Folk e do Country foi à época muito bem recebido e é ainda hoje considerado uma das suas obras-primas.

Com presença em diversas faixas, o violino de Rufus Thibodeaux, destaca-se logo na canção título "Comes a Time", uma das muitas jóias de Neil Young.
Eis então "Comes a Time" que tanto se ouvia quando foi editada, de notar ainda a excelente prestação vocal de Nicolette Larson.



Neil Young - Comes a Time

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Nick Drake - Fly

O violino no Rock

E poderíamos ter ficado pelo Regresso ao Passado de ontem, com os Seatrain, para concluir esta passagem pelo violino no Rock. Foram 18 recordações bem representativas da utilização do violino em contexto Rock e Folk-Rock. As escolhas foram todas centradas no final da década de 60, início da de 70, época em que foi, de facto, revolucionário a introdução do violino numa conjuntura que se lhe poderia considerar estranha.
De então para a cá a situação banalizou-se e hoje em dia já ninguém considera invulgar ou audaz ouvir-se um violino numa formação Rock. Daí que ser´quase impossível ser-se exaustivo nas recordações do violino no Rock nos últimos 50 anos. Não passaremos, no entanto, a outras músicas antes de referirmos mais algumas situações em que achamos merecer destaque o emprego do violino.
Nalgumas delas o violino faz parte integrante da sonoridade do grupo, noutras é ocasional mas relevante.
Continuamos ainda com recuperações mais antigas e desta vez voltamos novamente a John Cale, ou melhor à colaboração de John Cale no álbum "Bryter Layter" de Nick Drake.




Nick Drake (1948-1974) deixou-nos 3 álbuns de originais no curto período de 1969 a 1972, o suficiente para se tornar uma figura de culto da música popular. Pouco conhecido tem vindo progressivamente a ser descoberto quer pela reedição dos seus discos originais, quer por várias compilações a manterem viva a memória de um grande escritor e intérprete de canções.

Os arranjos de cordas eram normais nas suas composições, mas o destaque que temos vindo a fazer é para o violino enquanto instrumento isolado no universo da música Rock ou, neste caso, da música Folk. Vamos pois para a deliciosa canção "Fly" do álbum "Bryter Layter", um disco maravilho e cheio de melancolia,  onde John Cale toca, para além de cravo, a viola de arco, num contexto tão diferente do que conhecíamos dos The Velvet Underground. No baixo, ainda a colaboração de Dave Pegg (Fairport Convention).



Nick Drake - Fly

domingo, 23 de outubro de 2016

Seatrain e "Marblehead Messenger"

Mais umas fichas antigas e incompletas de um grupo norte-americano de curta duração e êxito relativamente diminuto, mas de interesse maior, os Seatrain.










Seatrain - 13 Questions

O violino no Rock


Seatrain é o nome de uma banda de fusão Country-Rock, da Costa Oeste dos Estados Unidos, cuja existência se limitou ao período de 1968 e 1973.
Os Seatrain tinham em Andy Kulberg (ex-Blues Project, baixo e flauta) e no talentoso Richard Greene (violino) os seus elementos mais destacados tendo o violino relevância na definição da sonoridade do grupo.
No nº 3 de "DISCO MÚSICA & MODA" de Março de 1971 num artigo sobre "o violino e o Rock" John Weider, violinista que substituiu Rick Grech e esteve nos Family de 1969 a 1971, afirma:
"Para mim só há um violinista de «rock»: Richard Greene, dos Seatrain. É verdadeiramente espantoso."

Dos 4 LP que gravaram, particularmente o 2º e o 3º,  respectivamente "Seatrain" e "The Marblehead Messenger", editados em 1971, tiveram por cá alguma divulgação. Fazem parte, em muito bom estado, da minha colecção de vinil. Mais concretamente "Seatrain" era possível ouvir na nossa rádio nos temas "Song of Job" e "13 Questions".




O tema mais comercial e que teve edição em Single foi "13 Questions", agora para audição o "espantoso" Richard Greene.



Seatrain - 13 Questions

sábado, 22 de outubro de 2016

Comus - Diana

O violino no Rock


Os Comus foram pouco conhecidos, mas a formação inicial do grupo editou, em 1971, um álbum designado "First Utterance" de inegável valor e que, para quem não o conhece, urge descobrir.
O sítio www.tinymixtapes.com atribui-lhe a classificação máxima de 5 em 5 e na dificuldade de o catalogar atribui-lhe os seguintes géneros: experimental-psychedelic-progressive-pagan-acid-folk-rock.




Numa época em que todas as inovações eram possíveis, os Comus apresentaram-se praticantes de uma música predominantemente acústica onde os textos, místicos e violentos, contrastavam com melodias que tanto se estranhavam como se achavam belas e apaziguantes.
"Diana" a faixa inicial é bem representativa da complexidade vocal e instrumental que os Comus manifestavam. O violino é de Colin Pearson.

Parafraseando a nota na contra capa do CD de 2005 "Song To Comus - The Complete Collection", agarrem-se bem, estão num passeio memorável.



Comus - Diana

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

The Incredible String Band - Log Cabin Home in the Sky

O violino no Rock


Já tiveram passagem neste Regresso ao Passado, primeiro como integrantes do movimento psicadélico na Grã-Bretanha, depois pela influência da música indiana na música Pop nos anos 60, agora mais uma passagem, desta vez a propósito do violino no Rock, são The Incredible String Band.

Constituídos em torno da dupla Robin Williamson/Mike Heron foram uma das mais curiosas e cativantes propostas do Folk britânico. Iniciadores de um Folk psicadélico, diríamos mesmo experimental, onde eram utilizados um sem número de instrumentos, o violino também fez aparição em diversos álbuns dos The Incredible String Band.

Com uma assinalável produção entre os anos de 1966 e 1974, vamos para o ano de 1968 onde editaram dois proeminentes trabalhos, primeiro "The Hangman's Beautiful Daughter" e no final do ano o duplo "Wee Tam and "The Big Huge" ( nos EUA editados em separado "Wee Tam" e The Big Huge").





É a "Wee Tam" que vamos buscar o tema "Log Cabin Home in the Sky" onde se pode ouvir o violino de Robin Williamson e também de Rose Simpson que fez parte do grupo entre 1968 e 1971.



The Incredible String Band - Log Cabin Home in the Sky

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Shirley Collins & The Albion Country Band - Murder of Maria Marten

O violino no Rock

Estas deambulações pelo violino no Rock levaram-nos a progressivamente nos afastarmos de grupos onde a sonoridade Rock é mais vincada para grupos Folk ou Folk-Rock onde o violino se faz sentir de uma forma mais evidente. Chegamos assim a mais uma formação histórica do Folk-Rock, ou Folk ou melhor ainda do Folk eléctrico inglês, The Albion Band.

Ashley Hutchings, que esteve na formação dos Fairport Convention e depois dos Steeleye Span, vai estar em 1971 na génese de mais um grupo fundamental no, chamemos-lhe então, Folk-Rock britânico: The Albion Band. Mais conhecidos pelo sucesso do álbum "Rise Up Like The Sun" de 1978, tomaram ao longo do tempo diversas designações, começaram por ser The Albion Country Band e também The Albion Dance Band.

Em 1971, foram formados por  Ashley Hutchings como grupo de suporte para a então sua esposa Shirley Collins, nome maior já consagrado do Folk britânico. O primeiro registo dá pelo nome de "No Roses" e é gravado sob a designação Shirley Collins & The Albion Country Band.





Mais do que um grupo com uma formação fixa, The Albion Band foi uma associação de músicos por onde passaram dezenas de conhecidos e bons músicos da música Folk. Em "No Roses" foram 27 os músicos que participaram, alguns vindos dos Fairport Convention, como Simon Nicol, Richard Thompson e Dave Mattacks.
Fairport Convention com Shirley Collins no lugar de Sandy Denny é a sonoridade dominante neste "No Roses", um bom exemplo vem com "Murder of Maria Marten", onde o violino marca presença através de dois músicos pouco conhecidos, Nic Jones e Barry Dransfield.




Shirley Collins & The Albion Country Band - Murder of Maria Marten

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Steeleye Span - Female Drummer

O violino no Rock

Ashley Hutchings é um conhecido músico Folk inglês que esteve na origem de três dos mais importantes grupos na história do Folk-Rock: Fairport Convention, Steeleye Span e The Albion Band.

Em 1969 abandona os Fairport Convention para formar, com dois duos já existentes "Tim Hart and Maddy Prior" e "Gay & Terry Woods", os bem sucedidos Steeleye Span. Ainda hoje se mantêm em actividade tendo em Maddy Prior a única sobrevivente da formação inicial.

Logo após a edição do primeiro LP "Hark! The Village Wait", em 1970, o casal Woods é substituído por Martin Carthy (hoje um dos nomes mais importantes da música tradicional inglesa) e Peter Knight, a introduzir o violino e a ser um dos elementos mais duradouros dos Steeleye Span. É esta nova formação que grava o segundo e bem interessante álbum "Please To See the King".




As 10 faixas que compõem o LP são canções tradicionais com fortes arranjos eléctricos conferindo-lhes uma modernidade bem aceite na época. Numa formação em que a bateria ainda não tinha feito o seu aparecimento destacavam-se a voz de Maddy Prior, suportada nas guitarras eléctricas de Tim Hart e Martin Carthy e o violino de Peter Knight. Para primeira passagem pelos Steeleye Span ficamos com o tradicional "Female Drummer".




Steeleye Span - Female Drummer

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Fairport Convention - Lord Marlborough

O violino no Rock


Se o violino teve no Rock progressivo uma das suas expressões mais relevantes, outros géneros, em particular o Folk-Rock, tiraram igualmente partido daquele instrumento. É na década de 60 que o fenómeno Folk-Rock conhece o seu melhor desenvolvimento tendo então surgido bandas de qualidade inquestionável e hoje referências obrigatórias. Dentro do Folk-Rock destaque particular para a Grã-Bretanha e toda a série de sub-géneros que aí então despontaram: Electric Folk, Folk progressivo, Celtic Rock, Folk Rock medieval, etc..
Fairport Convention, Steeleye Span, Albion Band, Comus, Incredible String Band, Pentangle, Nick Drake, John Martyn, Sandy Denny, Lindisfarme são algumas das melhores propostas que nos ocorrem para o melhor conhecimento do Folk-Rock, a generalidade utilizou o violino na sua música.

Nada como começar pelos incontornáveis Fairport Convention.
Os Fairport Convention introduziram o violino em 1969 com a chegada de Dave Swarbrick (1941-2016) que vai até 1979, altura em que os Fairport Convention se separam, marcar a sonoridade do grupo.




A merecerem, a seu tempo, uma passagem mais pormenorizada, ficamos por agora no álbum "Angel Delight" de 1971, era já o sexto álbum do grupo. Sandy Denny já tinha partido e Richard Thompson também, restava da formação original Simon Nicol, mesmo assim ainda uma formação de luxo, com Dave Swarbrick, Dave Mattacks e Dave Pegg.

"Angel Delight," não estando, na longa discografia dos Fairport Convention, no topo das minhas preferências, foi, no entanto, o disco que chegou mais alto nas tabelas inglesas (8º lugar) a mostrar a crescente popularidade do grupo.
A faixa de abertura é "Lord Marlborough" um tradicional com arranjos do grupo com Dave Swarbrick no violino e na voz principal.




Fairport Convention - Lord Marlborough

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Roxy Music e "Stranded"

No tempo em que se elaborava fichas para manter actualizada a informação referente à carreira dos grupos aqui vão as fichas do grupo Roxy Music e do álbum "Stranded" de 1973.

                              







                           


                         




Roxy Music - Amazona

O violino no Rock


Passou por alguns dos mais importantes grupos de Rock progressivo como os Curved Air, Roxy Music, King Crimson, Frank Zappa, Jethro Tull e os Yes, em quase todos deixou gravado o som do violino. Eddie Jobson é o violinista.

Em 1972 Eddie Jobson substitui Darryl Way nos Curved Air que gravam, no ano seguinte, "Air Cut", o sub-estimado 4º e último disco da 1ª fase dos Curved Air.
Ainda em 1973 colabora no 1º álbum ,"These Foolish Things", de Brian Ferry, ingressando de seguida nos Roxy Music em substituição de Brian Eno.

Os glamorosos Roxy Music, que nos tinham surpreendido com 2 excelentes discos "Roxy Music (1972) e "For Your Pleasure" (1973), continuam ao terceiro registo, já com Eddie Jobson, na mesma senda e, ainda em 1973 editam "Stranded".





Quando se pensava que no Rock já tudo se tinha ouvido eis que os Roxy Music elevam  a música Rock a níveis qualitativos superiores. Não é mais música de entretenimento para "teenagers", mas todo um desenvolvimento da música popular para novos níveis experimentais, até então, pouco convencionais .
"Stranded" está ainda entre o melhor que o Rock nos ofereceu no início da década de 70, antes de se perder e cair no pântano a meio da década.




Roxy Music - Amazona

domingo, 16 de outubro de 2016

Frank Zappa - Willie the Pimp

O violino no Rock

Nesta passagem pelo violino no Rock novo retorno a Don "Sugar Cane" Harris. Pelo relevo que teve ao tocar violino quer em nome próprio, quer nas diversas colaborações que prestou, das quais se destacam as efectuadas com Frank Zappa e John Mayall, aqui voltamos a este virtuoso do violino.

Estamos em 1969 e Frank Zappa grava e edita o seu segundo álbum a solo "Hot Rats", particularmente bem recebido na Europa. Foi o meu primeiro contacto com Frank Zappa e um disco que não mais esqueci. Era um disco instrumental, de fusão de géneros, onde o violino se ia destacar em faixas como "Willie the Pimp" e "The Gumbo Variations" com Don "Sugar Cane" Harris ou ainda em "It Must Be a Camel" aqui com a prestação de Jean-Luc Ponty.




Porque os sons de "Willie the Pimp" não mais nos abandonaram aqui fica a sua recordação. Os destaques vão para a participação vocal de Captain Beefheart, o excelente solo de guitarra de Frank Zappa e o violino de Don "Sugar Cane" Harris. Blues, Jazz, Hard Rock? É o violino no Rock.




Frank Zappa - Willie the Pimp

sábado, 15 de outubro de 2016

The Velvet Underground , John Cale e "The Velvet Underground & Nico"

Agora que descobri as fichas que há muitos anos comecei a elaborar com os grupos e discos de então, aqui vão as referentes aos The Velvet Underground, a John Cale e ao primeiro álbum "The Velvet Underground & Nico".














The Velvet Underground - Heroin

O violino no Rock


The Velvet Underground tem um lugar à parte na história do Rock, digamos que tivemos The Velvet Underground e os outros.

Um grupo experimental a executar música de vanguarda será uma das possíveis definições para este grupo de Nova Iorque formado contra a corrente (flower-power, west coast sound) em 1965.
Em "Superstars - Andy Warhol e os Velvet Underground" pode-se ler:
"Os Velvet Underground foram a primeira e a melhor banda de rock de vanguarda. Foram vanguardistas no verdadeiro sentido de exploradores de territórios desconhecidos. As suas canções não só tinham um som diferente como exprimiam atitudes, sensações e experiências nunca antes ouvidas no rock'n'roll. Conduziram a música tão longe quanto era possível sem perda de consciência (o que os separa dos seus contemporâneos da década de 60 que a perderam) e estabeleceram um quadro de referências para o género (combinando poesia e lixo, primitivismo e sofisticação, delicadeza e violência). Fundaram virtualmente as bases para uma nova geração de rock'n'roll. Influenciaram as gerações seguintes mas não a sua."

A formação principal ocorreu de 1966 a 1968 e tinha Lou Reed (1942-2013), na voz e guitarra, John Cale na voz, teclados, baixo e violino (na realidade tratava-se de uma viola de arco, ligeiramente maior que o violino e com um som mais grave), Sterling Morrison (1942-1995), na voz e guitarra e Maureen Tucker na bateria.




Para a ilustração do violino no Rock mantemo-nos no primeiro LP de 1967, o famoso "The Velvet Underground & Nico" com a cantora germânica Nico (1938-1988) e produção de Andy Warhol.

São várias as faixas onde John Cale, principal responsável pela sonoridade neste álbum, exibe o seu heterodoxismo ao tocar a electrificada viola de arco, a escolha vai para o tema de Lou Reed, "Heroin".


The Velvet Underground - Heroin

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

King Crimson - "Larks' Tongues In Aspic"

Num tempo em que a informação não estava à distância de um clic e que portanto se pretendíamos de alguma forma manter alguma informação que fosse no futuro de relativa fácil consulta recorria à elaboração de fichas com informação dos grupos e discos que ia adquirindo ou de alguma forma tido acesso a essa informação (jornais, revistas).
Para o disco "Larks' Tongues In Aspic" dos King Crimson tinha a ficha seguinte:







King Crimson - Larks' Tongues in Aspic, Part Two

O violino no Rock

Na área do Rock progressivo mais um grupo que ficou na história daquele género e que também, a certa altura, utilizou o violino, foi no período de 1972 a 1974, tempo em que integrou o grupo o multi-instrumentista David Cross que tocava para além do referido violino, viola, teclados e flauta. O grupo dava pelo nome de King Crimson.
King Crimson é um grupo histórico do Rock, formado em 1968 pelos seu líder Robert Fripp e que de forma intermitente e com diversas formações ainda hoje se mantém.

Depois do primeiro, histórico e elogiado álbum "In The Court Of Crimson King" seguiram-se mais três LP, "In The Wake Of Poseidon", "Lizard" e "Islands" a abordaram diferentes rumos sempre numa linha experimental com predomínio de influências jazzísticas e clássicas.





Em 1973 os King Crimson iam já na sua 5ª formação e editam o 5º álbum de excelente memória,
"Larks' Tongues in Aspic" é o disco que marca os novos King Crimson. "Larks' Tongues in Aspic" é dos álbuns mais experimentais que os King Crimson produziram e uma referência do que melhor o Rock progressivo produziu, factos a que não será alheio a introdução do violino de David Cross.

Composto por apenas 6 faixas, o LP abre com o longo, mais de 13 minutos, "Larks' Tongues in Aspic, Part One" e termina com mais 7 minutos de "Larks' Tongues in Aspic, Part Two". Este tema será retomado e desenvolvido por Robert Fripp,  em 1984, em "Three of a Perfect Pair" e em 2000 no álbum "The construKction of light".

Para audição "Larks' Tongues in Aspic, Part Two".



King Crimson - Larks' Tongues in Aspic, Part Two

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Gentle Giant - Funny Ways

O violino no Rock

A originalidade parecia ser uma preocupação constante nos grupos Rock que surgiram no final da década de 60, início da de 70. Gentle Giant é mais um grupo a inserir-se no que ficou conhecido por Rock progressivo e é sem dúvida um dos mais criativos e originais que conhecemos.

Formados a partir dos três irmãos Derek, Phil e Ray Shulman, os Gentle Giant foram absolutamente únicos no género de fusão que então praticaram

De catalogação quase impossível praticavam uma música complexa, por vezes experimental, com frequentes vocalizações polifónicas, mudanças bruscas de tempo, melodias elaboradas e contrastantes. Nada se lhes comparava na época.
Sob o ponto de vista instrumental, eram todos multi-instrumentistas, dispunham de um panóplia impressionante de instrumentos que complexavam, mas simultaneamente enriqueciam a música praticada.





O grupo durou de 1970 a 1980 e, apesar das tentativas para  o seu regresso, tal nunca chegou a acontecer, deixaram-nos 11 álbuns de originais de refinada qualidade. Logo no homónimo LP de estreia de 1970, os Gentle Giant surpreendem-nos nomeadamente pela imprevisibilidade que todo o disco encerra, passando pelo Rock, Jazz, música erudita, num todo coerente e belo a que vale a pena sempre regressar .
De "Funny Ways" a "Nothing at All" a descoberta de um novo mundo sonoro que urge, passados tantos anos, redescobrir.
Entre os muitos instrumentos que os Gentle Giant utilizaram lá estava o violino de Ray Shulman a ter em "Funny Ways" um lugar decisivo.



Gentle Giant - Funny Ways

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Curved Air - It Happened Today

O violino no Rock

Um grupo pelo qual nutria uma particular simpatia no início dos anos 70, era os Curved Air.

Era mais um grupo britânico a abraçar o Rock progressivo, possuidor de um som característico e distintivo onde sobressaiam a excelente voz de Sonja Kristina e o classicismo do violinista Darryl Way.
Darryl Way, que pertenceu a diversas formações dos Curved Air, esteve na formação inicial de 1970 e neles esteve até 1972 quando partiu para formar e liderar os Darryl Way's Wolf.
Foi naquele período (1970-1972) que os Curved Air se deram a conhecer com 3 representativos LP: "Air Conditioning", "Second Album" e "Phantasmagoria".




Do primeiro LP escolhemos a faixa inicial "It Happened Today", a identificar várias facetas dos Curved Air aqui entre o Rock e o Folk, Sonja Kristina com uma intrigante e envolvente voz e Darryl Way a sobressair, na parte final, com um suavizante e delicioso violino.
Nesta primeira passagem pelos Curved Air quedo-me em "It Happened Today" um bom exemplo da singularidade da música praticada por este, então, peculiar grupo.



Curved Air - It Happened Today

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Family - The Weaver's Answer

O violino no Rock


Um dos primeiros grupos a usar e a dar destaque ao violino foram os ingleses Family, uma das primeiras formações a receber o rótulo de "progressivo".

Com presença muito activa no final da década de 60 , início da de 70, deixaram-nos 7 álbuns no período de 1968 a 1973. Tendo por figura principal Roger Chapman, cantor Rock com uma voz de grande projecção e um intenso vibrato constituíram imagem de marca dos Family.
A par das impressionantes performances vocais de Roger Chapman, o violino foi no período de 1966 a 1971 uma presença marcante na sonoridade desenvolvida, primeiro pelo violinista Rick Grech (até 1969, tendo partido para os Blind Faith em 1969 e de seguida para os Traffic de 1970 a 1972) e depois por John Weider.




Depois de "Music in a Doll's House" - hoje reconhecidamente um clássico do Rock progressivo britânico - de 1968, do qual já recordámos o tema "Chase", os Family editam, no ano seguinte, o 2º álbum de originais "Family Entertainment" donde sairá uma das composições que mais foi por eles interpretada ao vivo, era a faixa inicial "The Weaver's Answer".



Family - The Weaver's Answer

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

East of Eden - In the Stable of the Sphinx

O violino no Rock

É nos grupos de Rock progressivo britânicos que vamos encontrar no final da década de 60, início da de 70, algum do melhor aproveitamento da introdução do violino na sonoridade Rock.
Alguns ficaram bem conhecidos como os Family, os Curved Air ou os King Crimson, outros nem por isso, como é a escolha para hoje, são os East of Eden do violinista Dave Arbus (é dele o famoso solo de violino no tema "Baba O'Riley", do álbum "Who's Next" dos The Who, de 1971).

Oriundos de Bristol, os East of Eden foram praticantes de um Rock progressista e experimental a que se juntava influências orientais. O site http://www.eastofedentheband.com/ caracteriza a formação inicial da seguinte maneira:
"The original incarnation of the band were never categorised in the general mainstream of 'progressive' rock which invariably relied on guitar and keyboard pyrotechnics. Instead their front line of electric violin. played in an almost Hendrix-like mode, saxophone bordering on free form jazz mixed with bluesy guitar, gave them a unique identity."

A variedade e complexidade da sua música era assim referida:
"Their utilisation of jazz in a much purer form than their contemporaries was the prime element which defined their music. Also use of eastern scales, reggae rhythms and influences of classical composers such as Bartok crossed musical boundaries years before the term 'World Music' was coined."





O primeiro LP, "Mercator Projected", surge em 1969, e é assim visto pela allmusic.com:
"East of Eden's debut LP is one of the hardest rocking albums to come out of the progressive rock movement, and maybe the best non-Rolling Stones album s issued by English Decca during all of the late 1960s. It's also one of the most daring debut albums of its period, less tightly focused than, say, King Crimson's Court of the Crimson King, but otherwise equally bold and maybe more challenging….. 
The album finishes with the high energy 'In the Stable of the Sphinx, a blazing showcase for electric guitar, violin, tenor, and alto sax that's worth the price of admission by itself, and must have been amazing to hear on stage".

Para audição, precisamente o tema "In the Stable of the Sphinx".



East of Eden - In the Stable of the Sphinx

domingo, 9 de outubro de 2016

Don "Sugar Cane" Harris . Eleanor Rigby

O violino no Rock


Algumas referências já fizemos a Don Harris ou como ficou conhecido Don "Sugar Cane" Harris", foi a propósito do tema "Don and Dewey" dos It's a Beautiful Day, foi no álbum "Hot Rats" de Frank Zappa e ainda na formação de John Mayall que gravou o excelente "USA Union".

Hoje, em nome próprio, a música de Don "Sugar Cane" Harris.
Don Harris (1939-1999) foi um músico americano de Rock, primeiro tocando guitarra, depois como violinista. É após a separação do duo Don and Dewey, ainda nos anos 60, que Don Harris se entrega ao violino e é nas suas colaborações com Frank Zappa e John Mayall que vai-se tornar mais conhecido. Em nome próprio grava uma dezena de álbuns entre 1970 e 1976.

Em 1971 grava o 3º álbum "Fiddler On The Rock" onde vamos buscar o tema para este Regresso ao Passado.




Em 1971, o grupo de John Mayall, 6 meses após a gravação de "USA Union" tocava na Europa, e o jornal Melody Maker referia-se, em nota transcrita no álbum, assim:
"Sugar Cane (was) undoubtebly the star - as near to genius as we'll hear in a long while. Quite a few violinists have emerged in recent years. Sugar Cane has been playing quite a few years longer than most - and he's the best".

Para conhecermos melhor o frenético e irresistível violino de "Don "Sugar Cane" Harris segue a faixa de abertura, uma versão de "Eleanor Rigby" dos The Beatles.




Don "Sugar Cane" Harris . Eleanor Rigby

sábado, 8 de outubro de 2016

It´s A Beatiful Day - Don And Dewey

O violino no Rock



Já aqui os referimos a propósito do som de S.Francisco e do manancial de grupos de qualidade que aquela cidade forneceu na segunda metade da década de 60, eram os It's A Beautiful Day.

Mais nome de canção do que de grupo, It's A Beautiful Day foi um conjunto Rock formado em 1967 em torno do casal David e Linda LaFlamme, respectivamente violinista e teclista. Musicalmente uma amálgama de sons oriundos do Rock, do Folk e do Jazz que durante a sua duração (até 1974) não conseguiu ter o reconhecimento desejado.

A primeira fase do grupo ficou marcada pela edição de 2 álbuns, "It's A Beautiful Day", que já recuperámos no tema "White Bird",  e "Marrying Maiden" editado em 1970.




Deste álbum escolhemos o tema inicial "Don and Dewey", um instrumental onde se destaca o violino de David LaFlamme. "Don and Dewey" uma referência provável ao duo com o mesmo nome, dos anos 50 e 60, formado por Don "Sugarcane" Harris e Dewey Terry.  
"Don and Dewey" o tema de que nos lembrávamos melhor destes muito interessantes It's A Beautiful Day.



It´s A Beatiful Day - Don And Dewey

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Mahavishnu Orchestra - Be Happy

O violino no Rock

Após o 2º álbum "Dinosaur Swamps", de 1970, Jerry Goodman dos The Flock, participa no álbum "My Goal's Beyond" do guitarrista John McLaughlin e integra a formação inicial da Mahavishnu Orchestra, liderada por John McLaughlin. Está presente na gravação dos 3 primeiros LP, onde se destacava o aclamado "Birds of Fire". O violino não era mais um instrumento estranho do mundo do Rock e suas variações.

Na 2ª formação dos Mahavishnu Orchestra (1974/5) só John McLaughlin se mantém, sendo o lugar de violinista ocupado pelo então já conhecido músico de Jazz francês Jean-Luc Ponty. Esta nova formação edita 2 LP, "Apocalypse" com a Orquestra Sinfónica de Londres e "Visions of The Emeral Beyond", de complexidade acrescida.




Uma música eclética situada na fronteira do Rock e do Jazz ("Visions of The Emeral Beyond" expande-se ao Funk) que na época era bastante apreciada, mas que em nosso entender não resistiu ao passar dos anos. Resta o virtuosismo de McLaughlin e de Jean-Luc Ponty sempre presentes.
Ficamos com "Be Happy".



Mahavishnu Orchestra - Be Happy

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

The Flock - Introduction

O violino no Rock

Hoje em dia não é novidade, e não se estranha, a presença de outros instrumentos que não a bateria, e as guitarras eléctricas numa formação de Rock ou afim. Nem sempre foi assim e teremos que recuar aos anos 60 para encontrar as primeiras experiências que introduziam no Rock instrumentos que não eram de todo comuns e que permitiam tornar a sonoridade do grupo distintiva e inovadora no contexto da época.

Saxofone, flauta, clarinete, órgão, mellotron, cravo, vibrafone, cítara, violino são alguns dos instrumentos que invadiram e expandiram as fronteiras do Rock. O violino, em particular, instrumento mais ligado à música clássica e à música folk, teve a sua aproximação ao Rock através das suas variantes do Rock Progressivo e do Folk-Rock.

Darryl Way, Rick Grech, Don Sugarcane Harris, Dave Swarbrick, Richard Green, Jerry Goodman são alguns dos nomes que primeiramente utilizaram o violino num contexto Rock  e por eles vamos passar nestes Regresso ao Passado sob o lema "O violino no Rock".





Começamos por Jerry Goodman, a quem já nos referimos a propósito do grupo americano The Flock. Trompete, saxofone , bateria, baixo, guitarra e violino eram os instrumentos utilizados por este grupo Rock com aproximação ao Jazz. Com semelhanças, mas sem o sucesso dos Chicago ou Blood, Sweat and Tears, na música dos The Flock destacava-se o virtuosismo de Jerry Goodman no violino como o mostra logo a faixa inicial "Introduction" do primeiro LP "The Flock" de 1969.



The Flock - Introduction