sábado, 31 de janeiro de 2015

Joan Baez - All My Trials

A primeira grande figura a emergir da cena Folk norte-americana na década de 60 foi Joan Baez.
As primeiras aparições de Joan Baez ocorrem ainda em 1958 com apenas 17 anos, e, em 1959, actua no 1º Festival Folk de Newport.
Em 1960 grava o primeiro álbum "Joan Baez" composto por 13 canções tradicionais. Foi o início de uma longa carreira onde se destaca toda a década de 60 e parte da de 70.
Para o seu sucesso contribuíram a sua potente e distintiva voz e o seu envolvimento nas lutas sociais e protestos anti-guerra do Vietname. A par com Bob Dylan, com quem viveu durante algum tempo e que ajudou no seu início, foi das figuras mais destacadas da cena Folk gozando ainda hoje enorme prestígio.




Nos próximos dias 31 de Março e 1 de Abril oportunidade de a ver ao vivo nos Coliseus do Porto e Lisboa.
Entretanto ficamos com a voz inconfundível e a canção "All My Trial" do álbum "Joan Baez" de 1960.



Joan Baez - All My Trials

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Bob Dylan - Song to Woody

O nome que não se consegue evitar ao falar da música Folk norte-americana dos primeiros anos da década de 60 é a de Bob Dylan.
Bob Dylan (1941-) cuja carreira começou no início dos anos 60 como cantor e compositor de canções de protesto abordando temas sociais como a guerra e os direitos civis.
Em 1961 encontra-se em Nova Iorque onde vai visitar Woody Guthrie já internado no hospital ("a «história» do encontro tomou o aspecto duma transmissão de poderes políticos e mágicos" em POPMUSIC-ROCK).

 "Recorreu às coffee-house's, onde tocavam os mais importantes guitarristas e músicos de folclore e blues, os quais, no entanto, não se tornaram famosos. Procurou trabalho no «Greenwich Village», bairro novaiorquino onde se encontrava a maior parte dos locais em que Bob podia escolher amigos. Deambulou pelas ruas da gelada cidade de Nova Iorque, procurando sobreviver e dar-se a conhecer, como guitarrista."
"Em Abril de 1961, começa a tocar na «Gaslight Coffee-house» e, no mesmo mês, actua ao lado de John Lee Hooker."
"Calcorreia as ruas com umas botas rotas, uns blue-jeans muito usados e meia dúzia de cigarros nos bolsos." citações do livro "bob dylan" de Jesús Ordovas

Ainda em 1961 grava em 2 sessões as 12 canções que compõem o LP "Bob Dylan". Dez canções são arranjos de temas tradicionais e dois originais, "Talking about New York" e "Song to Woody".





"Song to Woodie é uma balada simples, dedicada ao seu ídolo juvenil. Nela, mostra a contradição do mundo que lhe foi dado viver:

... escrevi uma canção sobre um paradoxo mundo que dá voltas, / que parece esfomeado e enfermo, cansado e roto, / que parece morrer e, todavia, não começou a nascer.

Canta desde a sua perspectiva pessoal a um velho moribundo que parece mais jovem do que os médicos que procuram curá-lo. Mostra-lhe sinceramente a admiração que sente pelo que fez na vida 

... Estou a cantar-te uma canção que não diz o bastante / porque há poucos homens que tenham feito o mesmo que tu." em "bob dylan".

Para ouvir "Song to Woody" uma das primeiras canções compostas por Bob Dylan do primeiro álbum homónimo editado em 1962.



Bob Dylan - Song to Woody

"bob dylan" por Jesús Ordovas



"bob dylan" é um livro de Jesús Ordovas editado pela Livraria Paisagem Editora e é o segundo livro da colecção Vozes Livres. Editado em 1973, o livro traça o percurso de Bob Dylan de 1960 a 1971 altura em que foi editada a canção "George Jackson" onde é denunciada a morte de George Jackson, escritor radical, negro abatido a tiro pelos guardas de prisão de San Quentin a 21 de Agosto de 1971.
Contêm ainda uma discografia de Bob Dylan e uma antologia de textos.
Curiosidade, o livro custou 45$00 ou seja cerca de 0,23€.


quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Pete Seeger - Where Have All the Flowers Gone?

Pete Seeger (1919-2014) foi um cantor Folk norte-americano.
Contemporâneo de Woody Guthrie, foi, a par deste, um dos mais destacados cantores  e compositores Folk da sua época, foi também activista político, lutando pelos ideais de paz, justiça e igualdade de direitos, ao longo de toda a sua vida. Com gravações que remontam à década de 40 é, no entanto, na década de 60 que vai conhecer maior projecção através da presença regular no Festival Folk de Newport e pelo conjunto de canções que nos deixou. Algumas tornaram-se verdadeiros hinos do cancioneiro norte-americano, "If I Had a Hammer" (1949), "Where Have All the Flowers Gone?" (1961) (2 êxitos nas interpretações dos Peter, Paul and Mary), "Turn, Turn, Turn"(1962) (êxito na versão dos The Byrds) e "We Shall Overcome" (popularizada por Pete Seeger, de origem incerta), um repertório verdadeiramente impressionante!





Com uma discografia de mais de 50 álbuns de estúdio e muitas gravações ao vivo, entre as quais o LP "Ao Vivo em Lisboa " em 1983, escolho a bela canção "Where Have All the Flowers Gone?" do álbum "The Bitter and the Sweet" decorria o ano de 1962.



Pete Seeger - Where Have All the Flowers Gone?

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Woody Guthrie - So Long (It's Been Good to Know Yuh)

A crescente contestação do movimento estudantil, em solidariedade com o combate pelos direitos cívicos da população negra e a oposição crescente à guerra do Vietname, levaram a que determinadas formas musicais, nomeadamente o Blues e o Folk se tornassem, nos Estados Unidos, os veículos preferenciais dessa contestação. O início da década de 60 viu aparecer nomes que iriam ser marcantes na cena musical Folk, lembramo-nos de Pete Seeger, Peter, Paul and Mary, Joan Baez, Judy Collins, Tom Paxton, Buffy Ste. Marie, Bob Dylan, etc.. Em 1959 surgiu o Festival Folk de Newport, a ter um papel decisivo no incremento do movimento Folk e na divulgação de alguns nomes como  o de Joan Baez e Bob Dylan.
Woody Guthrie (1912-1967), não passou pelo Festival de Newport mas é um nome incontornável do folk norte-americano, referência obrigatória e influência de toda uma geração Folk, de Pete Seeger a Bob Dylan, Ramblin' Jack Elliot e seu filho Arlo Guthrie.

This machine kills fascists













Woody Guthrie compôs mais de 1000 canções entre as quais "So Long (It's Been Good to Know Yuh)" e "This Land Is Your Land" a mais famosa de todas. A autobiografia "Bound For Glory" deu origem ao filme de 1976 com o mesmo nome, a rever numa primeira oportunidade.



Woody Guthrie, pese o seu retorno constante a Nova Iorque, passou maior parte tempo a andar de boleia e em comboios de carga. Cantava em campos de trabalho para migrantes e vagabundos e as suas canções reflectiam essa vivência, defendendo as causas de quem trabalha. Famosa ficou a frase na sua guitarra, "This machine kills fascists".
Recuamos a 1935 para ouvir "So Long (It's Been Good to Know Yuh)".



Woody Guthrie - So Long (It's Been Good to Know Yuh)

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

The Fugs - Ah, Sunflower, Weary of Time


As transformações políticas e sociais ocorridas nos Estados Unidos no período de 1960 a 1967 foram tão profundas que provocaram alterações significativas em boa parte da música popular de então. Crise económica, luta pelos direitos cívicos, desemprego crescente da população negra, nascimento do movimento estudantil e a luta contra o racismo, novos movimentos literários como a Beat Generation (que já vinha dos anos 50) de Allen Ginsberg, Jack Kerouac, Lawrence Ferlinghetti, contestatários da American Way of Live, divulgação e consumo de drogas, como o LSD, com o professor Timothy Leary e o escritor Aldous Huxley à cabeça, criaram as condições necessárias ao aparecimento de relevantes movimentos culturais anti-sistema.
O movimento Underground (...qualquer produção que não circulasse pelas vias normais de comercialização, situada à margem da cultura oficial do sistema e vivendo de recursos próprios em POPMUSIC-ROCK), primeiro ligado a revistas e ao cinema independente, depois à música, conheceu rápida expansão até ser absorvido pelo sistema passando a designação Underground a ser um referencial e motivo de incremento de vendas.

The Fugs foram um grupo musical formados em meados de 1963 pelos poetas Ed Sanders e Tuli Kupferberg (1923-2010). Formados na Greenwich Village de Nova Iorque são apontados como o primeiro grupo Rock da cena Underground.


~

"Adeptos do LSD (muitas vezes drogados em palco) e não-violentos, produziam canções e música que, pelo recurso à provocação, tinham para eles o significado duma forma de comprometimento e de combate contra o mundo do dólar." em "POPMUSIC-ROCK".

Do álbum "The Fugs First Album", inicialmente chamado "The Village Fugs Sing Ballads of Contemporary Protest, Point of Views, and General Dissatisfaction", de 1965, segue a canção "Ah, Sunflower, Weary of Time" com poema de William Blake, pintor e poeta inglês (1757-1827).



The Fugs - Ah, Sunflower, Weary of Time

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Canto de Intervenção 1960-1974

"É um facto que as «canções de protesto» não concorriam para os top de vendas com os sucessos do nacional e internacional-cançonetismo nem os seus intérpretes disputavam o título de «Rei da Rádio». Limitadas aos círculos mais restritos e esclarecidos de uma sociedade em geral sem opinião - intelectuais, estudantes, activistas políticos e sindicais - as «cancões de protesto» existiam e cumpriam um papel numa sociedade reprimida: beliscavam o poder. E isso acontecia não apenas por razões explícitas de conteúdo mas também, e acima de tudo, porque cimentavam uma cumplicidade anti-regime e representavam um apelo a valores que o salazarismo pretendera extirpar da sociedade portuguesa: a inteligência, a razão, a solidariedade." no prefácio de João Paulo Guerra ao livro "Canto de Intervenção 1960-1974".






 "Canto de Intervenção 1960-1974", 2ª edição revista e aumentada, é um trabalho de Eduardo M. Raposo, editado pelo jornal "Público" em 2005, a merecer leitura atenta.


Luís Cília - Cântico de um mundo novo

Exilado em Paris começa por editar em 1964 "Portugal-Angola: Chants de Lutte", grava regularmente até ao seu regresso a Portugal em 1974, destaque neste período para a trilogia "La poesie portugaise de nos jours e de toujours ". A última gravação de originais é "Bailados" de 1994.
Luís Cília é dos nomes mais importantes da música popular portuguesa com uma discografia de cerca 20 discos editados. Ficou popularmente conhecido pela sua versão de "o povo unido jamais será vencido" e pela canção "Avante camaradas" adoptada pelo PCP como hino mas é altamente redutor ficarmos por estes temas.
Acerca de Luís Cília escreve Eduardo Raposo no livro "Canto de Intervenção 1960-1974":

"Luís Cília foi o primeiro cantor de intervenção que no exílio denunciou a guerra colonial e a falta de liberdade em Portugal. Gravando ininterruptamente a partir de 1964, realizou uma actividade musical, tanto discográfica como no que concerne à realização de recitais, tendo-se profissionalizado em 1967. Mas para além disso, Luís Cília, durante vários anos dedica-se ao estudo de harmonia e composição, o que é algo invulgar no universo dos cantores de intervenção. Esta formação musical fez de Luís Cília um dos mais respeitados compositores da actualidade, procurado pelas mais importantes instituições, nomeadamente desde que, nos anos 80, optou pela composição pura, o que aconteceu também, devido às muitas solicitações." 

Luís Cília quão injustamente esquecido. Como diz Sérgio Godinho na canção, " Só neste país"! Com uma discografia de qualidade única, destaco "Marginal", "Cancioneiro" e "Sinais de Sena - A Poesia de Jorge de Sena" todos da década de 80, para quando a sua recuperação? Do 1º álbum "Portugal-Angola - Chants de Lutte" de 1964,  a canção "Canção final, canção de sempre" com letra de Manuel Alegre. Luís Cília num café em Paris em 1966





Para audição segue do álbum " La poésie portugaise de nos jours et de toujours-Vol 3" de 1971 a canção "Cântico de um mundo novo", a música que por cá não passava antes do 25 de Abril de 1974.





Luís Cília - Cântico de um mundo novo

 "...
Caminhos de areia solta
E terras do fim do mundo
Aqui estou eu

É que as flores bem sabiam
As canções que assim nasciam
Canções alegres e belas
Luz a jorros pelas janelas
Pão, amor e liberdade
Para toda a humanidade.

E agora que pare a dança
Da mulher que já se cansa
És tu a mulher primeira
A beleza verdadeira
Anda comigo pela terra
Dizer que acabou a guerra.

Caminhos de areia solta
E terras do fim do mundo
Aqui estou eu
Eu e a mulher primeira
Nua, pura e verdadeira
Que tudo o resto morreu."

domingo, 25 de janeiro de 2015

Fausto - Chora, amigo chora

Em 1970 saiu o primeiro álbum de Fausto Bordalo Dias ou simplesmente Fausto. Este interessante registo teve passagem significativa no então programa da Rádio Renascença de nome “Página Um” (quem se lembra?), é, agora, tempo de recuperar alguns temas, começamos com "Madrugada", o tema de abertura.




Dado o esquecimento a que este disco está votado (parece que pelo próprio também), não tendo sido alguma vez reeditado, recuperamos a canção “Chora, amigo, chora” com letra e música do Fausto e que bem ficou na memória:

“Se algum dia sentires triste
Por nada teres que alcançar
Se algum dia sentires cansado
Por nada teres que fazer
Chora, amigo, chora
Que o mundo acabou para ti …”

O tema “Chora, amigo, chora” (1969) teve um sucesso significativo e valeu-lhe o Prémio Revelação atribuído precisamente pelo programa “Página Um”. Num ritmo quase “country” a primeira aventura a solo de Fausto, após a passagem pela música Ié-Ié dos Rebeldes ainda em Angola. Já agora descubram o Fausto na foto, no tempo dos Rebeldes em 1965.






Fausto - Chora, amigo chora

sábado, 24 de janeiro de 2015

José Mário Branco - Queixa das almas jovens censuradas

José Mário Branco, a par com Sérgio Godinho, está na génese da renovação da música popular portuguesa no início da década de 70.
Depois de nos anos 60 ter gravado 1 EP (Seis Cantigas de Amigo) e 1 Single (A Ronda do Soldadinho) é em 1971 que o primeiro álbum “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” vê a luz do dia. Este é um ano decisivo para José Mário Branco, para além do seu muito aclamado primeiro álbum, efectua os arranjos inovadores e a direcção musical desse disco histórico: “Cantigas de Maio” de José Afonso.
A música imensa de José Mário Branco teria vários pontos altos, entre os quais a edição do duplo álbum “Ser Solidário”. O disco, recusada a sua edição no circuito comercial, seria editado em 1982 com a ajuda do público através da sua aquisição antecipada, escreveu José Mário Branco em carta-cupão:

"Quer você ajudar a produzir o meu próximo LP? Bastará que o compre já, ao preço barato de 500$00, que sinta alguma razão para nos confiar essa quantia, e que possa esperar dois ou três meses para ter nas suas mãos o duplo álbum ‘Ser Solidário’."



"Ser Solidário" encerra, como o próprio reconhece um ciclo, é um disco de catarse e de desilusões em relação à década anterior. Como ponte aparece uma nova versão de “Queixa das almas jovens censuradas” escrita no exílio em Paris, com poema de Natália Correia, e gravado no 1º álbum. É esta segunda versão de “Queixa das almas jovens censuradas” que, para terminar, sugiro.


José Mário Branco - Queixa das almas jovens censuradas

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Sérgio Godinho - 1º disco

Em 1971 surgiu o primeiro EP do Sérgio Godinho e um dia o meu pai apareceu com ele em casa. Tinha-o obtido via Manuel Freire (o cantor) então colegas de trabalho na empresa F. Ramada, em Ovar.
Já o conhecia da passagem na rádio no programa "Página um" e era composto por 4 faixas: "Romance de um dia na estrada", "A linda Joana", "Charlatão" e "Aeio". É uma edição Guilda da Música  gravado e editado em França.




Acompanha-me deste então a recordar-me os dias de esperança que então se viviam.


Sérgio Godinho - Romance de um dia na estrada

Numa distribuição semi-clandestina aparece em 1971 o primeiro EP de Sérgio Godinho, gravado em França, e posteriormente,  no início de 1972, incluído no 1º álbum “Sobreviventes”. Esta gravação a par de “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” de José Mário Branco, “Cantigas de Maio” de José Afonso e “Gente de Aqui e de Agora” de Adriano Correia de Oliveira (todos de 1971) constituem um verdadeiro marco na renovação da música popular portuguesa.
Ainda em 1971, o EP de Sérgio Godinho e “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” de José Mário Branco, são apresentados à imprensa no cinema Roma e teria transmissão radiofónica que eu recordo ouvir.




É assim, não estão os cantores presentes estão os discos, algo entre a repressão e o liberalismo envergonhado. “Romance de um dia na estrada” é o tema principal do EP e estranhamente é o menos conhecido (comparando com a "Linda Joana", "Charlatão" e "Aeio"), na realidade não teve muita divulgação e o próprio Sérgio Godinho nunca o tornou num tema regular dos seus concertos. Sérgio Godinho teve (tem) uma carreira absolutamente ímpar, é um músico de excepção.

Disse, o próprio: «Sou músico. Na música englobo as palavras – sou poeta: englobo o estar no palco – sou cantor: faço melodias e ritmos – sou compositor: um músico usa tudo, as palavras, o palco, não consigo separar.»

Sérgio Godinho é o nosso Caetano Veloso. Sérgio Godinho é o nosso Neil Young. (E eles são o Sérgio Godinho lá da terra deles). Sérgio Godinho é o nosso melhor cantautor vivo. Seria interessante um dia ouvir “Romance de um dia na estrada” com novas roupagens que ele tão bem recria noutros temas igualmente antigos. Aguardemos. Para já ficamos com “Romance de um dia na estrada” tal como a conhecemos há 44 anos.



Sérgio Godinho - Romance de um dia na estrada

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Loudon Wainwright III - Motel Blues

Depois de Kate & Anna McGarrigle (mãe e tia), depois de Martha Wainwright e Rufus Wainwright (os filhos) é a vez de Loudon Wainwright III (o pai).
Loudon Wainwright III é um cantor Folk norte-americano, é igualmente humorista (ver as letras das canções e as suas actuações) e actor. Com uma discografia iniciada em 1970, conta com 26 álbuns de estúdio gravados até  à data. Começamos com a canção "Inrequited" do álbum homónimo de 1975.





Continuamos no LP "Album II" de 1971 que foi o meu primeiro contacto com a música de London Wainwright III e a canção "Motel Blues".



Loudon Wainwright III - Motel Blues

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Rufus Wainwright no Coliseu


Um belo concerto , o de Rufus Wainwright a solo, ele e o piano, a 6 de Maio de 2010. Tinha acabado de sair o álbum  "All Days Are Nights: Songs For Lulu!!!" que ele tão bem interpretou na 1ª parte do concerto. 




Único senão, o público que, continua a chegar atrasado aos concertos. Neste caso a aplaudir ao fim de cada canção de "All Days Are Nights: Songs For Lulu!!!" quando Rufus tinha pedido, no início, para o fazerem só no fim. Na segunda parte faria uma retrospectiva da restante discografia.

Rufus Wainwright - Martha


A década 2000 deste século foi bastante interessante em termos musicais. Uma quantidade/qualidade de novas propostas musicais cimentadas em 6 décadas de desenvolvimento do Rock e todas as suas variantes conferem a esta década um interesse particular.
De entre essas propostas, uma das mais salutares que a década viu surgir foi a de Rufus Wainwright (na realidade vindo do final da década de 90), tendo percorrido toda a década a um nível bastante alto.
A sua popularidade viu a luz do dia no 2º registo "Poses", de 2001, num tema muito simples mas, sem dúvida, contagiante, refiro-me a "Cigarettes And Chocolate Milk" que teve alguma divulgação na nossa rádio.



(“Cigarettes and chocolate milk
These are just a couple of my cravings

Everything it seems I likes a little bit Springer
A little bit thicker, a little bit harmful for me”)


Filho de Kate McGarrigle e Loudon Wainwright III é possuidor de uma emocionante e invulgar voz, é um compositor de eleição e em crescendo ao longo dos diversos álbuns que publicou nessa década (destaque particular para esse magnífico concerto registado em DVD de nome "Rufus! Rufus! Rufus! Does Judy! Judy! Judy!", onde recria um concerto de Judy Garland de 1961).
Gravado num estado de grande tristeza face ao estado da mãe Kate McGarrigle, as opiniões dividiram-se em relação ao álbum "All Days Are Nights: Songs For Lulu!!!" de 2010. Cá por mim um excelente disco.
Desse álbum ficamos com "Martha" dedicada à irmã Martha Wainwright.



Rufus Wainwright - Martha

"Martha it's your brother calling
Time to go up north and see mother
Things are harder for her now
And neither of us is really that much older than each other anymore ..."

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Martha Wainwright - Dis, Quand Reviendras-tu?

Continuamos com a família Wainwright.
Depois de Kate McGarrigle, ficamos com a filha Martha Wainwright. Martha é uma das revelações da década 2000 deste século. Filha de Kate McGarrigle e de Loudon Wainwright III (os dois reconhecidos intérpretes da cena folk canadiana/americana), irmã do reconhecidíssimo Rufus Wainwright, surpreende com a maturidade de composição/interpretação demonstrada logo no primeiro álbum em 2005 (é de família). Desse primeiro álbum a escolha vai para uma antiga canção francesa, "Dis, Quand Reviendras-tu?". "Dis, Quand Reviendras-tu?" é um original na interpretação de Monique Andrée Serf, mais conhecida por Barbara decorria o ano de 1964. Oportunidade de recordarmos Barbara (1930-1997), pianista compositora e interprete de belas canções como: "Ma Plus Belle Histoire d'Amour", "Marienbad" ou esta "Dis, Quand Reviendras-tu?".





A versão de Martha Wainwright é a todos os títulos excelente e vem colocar "Dis, Quand Reviendras-tu?" no lugar das grandes canções. Imperdível!


Martha Wainwright - Dis, Quand Reviendras-tu?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Kate & Anna McGarrigle - Heart Like A Wheel

Fez ontem, dia 18, cinco anos que faleceu Kate McGarrigle.
Kate McGarrigle (1946-2010), cantora folk canadiana casada com o também cantor folk americano Loudon Wainwright III,  foi uma importante figura da música popular do final do século XX. Do casamento vieram dois filhos, também eles cantores de música popular, reconhecidos na primeira década deste século: Rufus e Martha Wainwright.
A carreira musical de Kate foi feita fundamentalmente em duo com a sua irmã Anna, Kate & Anna  McGarrigle gravaram 10 álbuns de originais sendo o primeiro, "Kate & Anna McGarrigle", de 1975, considerado pela crítica especializada como o melhor do ano. Desse primeiro registo começamos por recordar "Talk To Me Of Mendocino".





A minha selecção vai para uma deliciosa canção desse primeiro e pouco conhecido álbum "Kate & Anna McGarrigle, "Heart Like A Wheel" é o nome, tem sido objecto de várias versões (Linda Ronstadt, Billy Bragg, The Corrs, por exemplo) e é um clássico da música popular.



Kate & Anna McGarrigle - Heart Like A Wheel

domingo, 18 de janeiro de 2015

Aretha Franklin - Today I Sing the Blues

Na música Soul os seus expoentes máximos foram Ray Charles, James Brown e Aretha Franklin. Dos três, os dois primeiros já por aqui passaram, falta Aretha Franklin. Aretha Franklin, atualmente com 72 anos, começou muito nova a cantar gospel na igreja do pai onde este era pregador.

"Ela tem apenas dezoito anos e os seus primeiros discos profanos são autênticas obras-primas: ninguém, salvo Ray Charles, cruzou de forma tão íntima e instintiva as tradições do blues, do gospel e do jazz, adaptando-as sem as dulcificar ao novo contexto da soul e da pop musica. Pianista completa, Aretha transforma-se em 1965  no «Ray Charles feminino» da prestigiada etiqueta Atlântico e, dois anos mais tarde, na mais célebre das cantoras americanas."  em "Os Grandes Criadores de Jazz".

As primeiras gravações datam de 1956, mas teria que esperar por 1967 para alcançar o primeiro lugar nas tabelas de Rhythm'n'Blues com a canção e álbum homónimo "I Never Loved a Man (The Way I Love You)".



Será pois na segunda metade da década de 60 que vai conhecer o sucesso após ter assinado para a Atlantic Records, ficará para sempre como a Rainha do Soul.
Ainda longe do reconhecimento, na verdade em início de carreira, a escolha para audição vai para  "Today I Sing the Blues" de 1960.


Aretha Franklin - Today I Sing the Blues

sábado, 17 de janeiro de 2015

Percy Sledge - When A Man Loves A Woman

À medida que, ao longo da década de 60, foram crescendo os tumultos nos ghettos negros nos Estados Unidos, a Soul Music foi-se igualmente impondo no mundo branco. Em 1966 a Soul Music (de acordo com "POPMUSIC-ROCK") alcança o primeiro nº 1 nas tabelas Pop com a balada "When A Man Loves A Woman". Era o início do melhor período da Soul Music, cujo declínio se começou a sentir logo a partir de 1968. James Brown, Percy Sledge, Otis Redding (grande êxito no Festival de Monterey em 1967), Joe Tex, Wilson Pickett, Clarence Carter, Sam & Dave e finalmente Aretha Franklin interpretavam então os maiores sucessos da Soul Music.

Na sua forma apaixonada de cantar, cheia de soul, começamos com "Out Of Left Field" de Percy Sledge, decorria o ano de 1967.



Finalmente a canção a que Percy Sledge ficará para sempre associado e cujo sucesso não mais foi igual, "When A Man Loves A Woman".


Percy Sledge - When A Man Loves A Woman

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

The Temptations - My Girl

Na longa lista de grupos vocais negros da Tamla-Motown a fazerem sucesso no mercado branco ao longo da década de 60 e também nos anos 70, não podemos passar sem fazer uma paragem nos  The Temptations. Do típico som Motown (a mistura do Rhythm'n'Blues com a música Pop branca) dos anos 60, ao Psychedelic Soul do início dos anos 70, foram muitos os temas popularizados pelos The Temptations e a alcançarem os lugares de Top nos discos mais vendidos.
De 1972 é incontornável o tema "Papa Was a Rolling Stone" (inicialmente gravada pelos The Undisputed Truth) nº 1 na lista da Billboard e seria o último grande clássico do grupo. No vídeo a versão de 12 minutos a recuperar boas memórias.




The Temptations são um caso de longevidade pois continuam em actividade, pese da formação inicial só subsistir Otis Williams (1941-).
Terminamos com um dos primeiros grandes êxitos dos The Temptations, recuamos ao ano de 1964 e recuperamos "My Girl".



The Temptations - My Girl

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Neil Young - Who's Gonna Stand Up

Um Regresso ao Passado mais recente, o ano de 2014 nos sobreviventes da década de 60.
As expectativas, sempre elevadas, relativamente a um conjunto de músicos que seguimos desde os remotos anos 60 ficaram globalmente aquém do desejado, mas houve excepções.

Richard Thompson gravou uma compilação acústica com o nome "Acoustic Classics" e ainda um álbum com a restante família e assim chegou "Family" pelos Thompson. O sempre aguardado álbum de inéditos a solo não chegou, aguardamos.

Bob Dylan, depois do excelente "Tempest" de 2012 parece estar em reserva, para o próximo mês espera-se "Shadows In the Night", álbum de versões de canções de Frank Sinatra (!). Não é suficiente, venha daí novo disco de originais.

Robert Wyatt, desde 2010 que aguardamos disco novo. Em 2014 sai a biografia "Different Every Time" e uma colectânea com o mesmo nome. Tudo bem, mas falta o tão esperado original.

David Bowie, um Single com duas novas canções (Sue (Or In A Season Of Crime)/'Tis A Pity She Was A Whore), não anunciaram um novo álbum mas sim uma nova colectânea "Nothing Has Changed". Soube a pouco...

Leonard Cohen. Do músico canadiano nunca veio um mau disco, "Popular Problems" não é excepção e rapidamente agradou a todos, crítica incluída com as 5 estrelas da praxe. No entanto, a não fazer esquecer os registos dos ano 60 e 70.

Neil Young continua super produtivo e em 2014 apresenta-nos 2 álbuns. Primeiro o discutível "A Letter Home" (de muito bom a muito mau há apreciações para todos os gostos), um álbum de versões gravado em antigo equipamento electromecânico de 1947, depois "Storytone" com a gravação orquestral e a solo do mesmo conjunto de canções originais. Neil Young a não desiludir!





















De Neil Young começamos com a versão orquestral de  "Who's Gonna Stand Up",




para acabar com a versão solo. Neil Young ainda entre o melhor que o ano de 2014 produziu.



Neil Young - Who's Gonna Stand Up

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

The Beatles - All You Need Is Love

Em tempos tão conturbados a primeira passagem pelos The Beatles, já não era sem tempo!
Mais um salto no tempo e no espaço. Estamos em ...1967. Vai para 48 anos!
The Beatles, Animals, Jefferson Airplane, Jimi Hendrix, Love e tantos outros editavam alguns dos seus melhores álbuns. Foi The Summer of Love e o Flower Power! S. Francisco era o centro de todas as atenções.
A 25 de Junho The Beatles gravam, ao vivo, "All You Need Is Love", no programa "Our World". O programa é transmitido em directo para todo o mundo, sendo a primeira transmissão planetária via satélite e foi visto por cerca de 400 milhões de pessoas (nas quais me incluo).





"All You Need Is Love" foi escrita de propósito para este programa e seria um grande êxito nesse verão. Em álbum só iria surgir, em 1969, no "Yellow Submarine". Agora, cada vez mais actual, é hora para "All You Need Is Love".



The Beatles - All You Need Is Love

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Aphrodite's Child - Rain and Tears

Continuamos na Grécia, mas em França também. Temporalmente temos que fazer uma viajem no tempo e parar em Maio de 1968, em Paris.
Continuamos com os Aphrodite's Child, agora com o seu primeiro sucesso. Em 1968, os Aphrodite's Child tentam chegar a Londres, onde pensam poder melhor desenvolver a sua música (a Grécia vivia uma ditadura militar), mas é a Paris que vão parar (ao que parece por falta de vistos de trabalho em Inglaterra). Em Paris gravam o que será o primeiro grande sucesso, a canção "Rain and Tears" . "Rain and Tears" é baseado num tema barroco de nome "Canon" de Johann Pachelbel (1953-1706) aqui recuperado numa interpretação da London Symphony Orchestra.





Passados 46 anos retomamos "Rain and Tears", a chuva e as lágrimas do Maio de 68, em França, pelos gregos Aphrodite's Child.




Aphrodite's Child - Rain and Tears

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Aphrodite's Child - Spring, Summer, Winter & Fall

Agora, que a Grécia volta a estar nas bocas do mundo, aproveitemos para recordar o Rock que por lá era praticado nos anos 60. Sim, um pouco por todo o lado, o Rock tornou-se nos anos 60 uma linguagem universal.

O grupo mais popular foi, sem dúvida, Aphrodite's Child. Deste grupo saíram dois nomes que se tornaram mundialmente conhecidos. O menos interessante: Demis Roussos e o projecto mais bem conseguido: Evangelos Odysseas Papathanassiou, mais conhecido por Vangelis.
"Spring, Summer, Winter & Fall"  é, talvez, a canção mais popular dos Aphrodite´s  Child, mas não é de esquecer "It´s Five O'Clock" ou "Rain and Tears". Em "Spring, Summer, Winter & Fall" temos Vangelis ainda longe das capacidades mais tarde reveladas e Demis Roussos com qualidades interpretativas que no futuro não foram devidamente aproveitadas.





Para ouvir em qualquer estação do ano, "Spring, Summer, Winter & Fall", eram os Aphrodite's Child e decorria a o ano de 1970.


Aphrodite's Child - Spring, Summer, Winter & Fall

domingo, 11 de janeiro de 2015

Lonnie Mack - Memphis

No Natal, o meu filho que está na Alemanha, trouxe-me um LP de um guitarrista de Blues que ele aprecia. O LP dá pelo nome de "Live! - Attack Of The Killer V" e o nome do guitarrista é Lonnie Mack, que, confesso, desconhecia.




Mas o LP tinha um problema, estava bastante ondulado o que inviabilizava a sua audição. Nada que ele não resolvesse. Colocou o disco entre duas placas de vidro, levou ao forno devidamente aquecido durante o tempo necessário e deixou-o arrefecer. No fim aí estava pronto a servir, quer dizer, pronto a ouvir, a ondulação praticamente tinha desaparecido.
Quanto ao referido Lonnie Mack, nada como uma rápida pesquisa não ajudasse a conhecer. Tem actualmente 73 anos e no início dos anos 60 a sua técnica inovadora esteve na origem do género Blues-Rock. Fica-se a saber que gravou com muitos músicos consagrados do Blues e Rhythm'n'Blues, de James Brown a Freddie King e descoberta! colaborou no álbum "Morrison Hotel" dos, meus sempre queridos, The Doors.
Na audição de "Live! - Attack Of The Killer V" de 1990 destaca-se a faixa "Stop" que podemos recuperar no vídeo seguinte.





Continuando a pesquisar e a recuar no tempo, paramos num conhecido tema instrumental de nome "Memphis" que foi gravado por Lonnie Mack em 1963 e que ficou como uma referência no início dos guitarristas de Rock.



Lonnie Mack - Memphis

sábado, 10 de janeiro de 2015

Four Tops - Baby I Need Your Loving

Na lista infindável da música negra da década de 50 e 60 passamos agora pelos Four Tops. Mais um conjunto vocal a ficar ligado ao som Motown (da editora Tamla-Motown), num estilo Soul Music com influências Pop.

Num caso único de longevidade mantiveram a mesma formação por mais de 4 décadas, só a alterando após a morte de um dos seus membros, Lawrence Payton, em 1997. Juntos desde meados dos anos 50, só a partir de 1963 , quando engrossaram as  fileiras da Tamla-Motown, é que vieram a conhecer o sucesso. O primeiro Single, para a etiqueta Motown, foi uma das canções que ficou mais conhecida dos Four Tops e foi objecto de muitas versões, era "Baby I Need Your Loving" e estávamos no ano de 1964. O resto da década seria cheia de êxitos, que todo o mundo se lembra, como "It's the Same Old Song", "Standing in the Shadows of Love", "What Is a Man", "River Deep, Mountain High" (com The Supremes) e finalmente "Reach Out I'll Be There" talvez a mais conhecida e maior êxito dos Four Tops.





"Reach Out I'll Be There" foi um grande sucesso em 1966, por cá inclusive. Lembro as versões efectuadas pelo Thilo's Combo ainda em 1966 e pelo Quinteto Académico em 1967, a eles havemos de chegar. Por agora voltamos a "Baby I Need Your Loving", o início dos Four Tops na Tamla-Motown.


Four Tops - Baby I Need Your Loving

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Smokey Robinson & The Miracles - The Tracks of My Tears

Smokey Robinson é um nome fundamental da Soul Music.
De "Got a Job" de 1958 até "I Can't Stand to See You Cry" de 1972 vai uma parte importante da carreira de Smokey Robinson, primeiro somente como The Miracles e a partir de 1965 Smokey Robinson & The Miracles. De acordo com informação de http://www.biography.com/ estão-lhe creditadas 4000 canções tendo 37 alcançado o Top 40. Foi vice-presidente da Motown Records. Escreveu e produziu sucessos como "My Girl" para The Temptations ou "My Guy" de Mary Wells.
Mantêm desde 1972 carreia a solo.
Do álbum "Make It Happen" de 1967 saiu um dos maiores êxitos de Smokey Robinson & The Miracles, a canção "The Tears of a Clown", que somente foi editada em Single em 1970, tendo então atingido o primeiro lugar das tabelas quer dos Estados Unidos, quer do Reino Unido.





A minha escolha final vai para a canção que abria o álbum de 1965 (o primeiro a sair sob a designação Smokey Robinson & The Miracles) "Going to a Go-Go", chama-se "The Tracks of My Tears" e teve maior reconhecimento, mais tarde, nas versões de Johnny Rivers e Aretha Franklin. Uma bela recordação.


Smokey Robinson & The Miracles - The Tracks of My Tears

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Wilson Pickett - If You Need Me

Mais alguns nomes merecem a devida referência no período de ouro da Soul Music: Wilson Pickett, o grupo feminino The Supremes, o quarteto masculino The Four Tops, Smokey Robinson, The Temptations, quase todos da editora Tamla-Motown.

Wilson Pickett (1941-2006) foi um dos mais se evidenciou. Conhecido por uma vocalização rude e uma entrega apaixonada nas canções que interpretava conheceu o seu primeiro grande êxito em 1965 com "In The Midnight Hour", a canção que mais o popularizou.





A melhor fase de Wilson Pickett vai até 1974 com gravações regulares e hits sucessivos.
Entre elas surgem versões de "Hey Jude" dos The Beatles, "Sugar, Sugar" dos Archies e ainda "Mama Told Me Not to Come" dos Three Dog Night.
Mas voltemos ao início, ao ano de 1962, para ouvir o que penso ser o 1º Single de Wilson Pickett, é a canção "If You Need Me".


Wilson Pickett - If You Need Me

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Ben E. King - Into The Mystic

A breve passagem de Ben E. King pelos The Drifters (1959-1960) foi suficiente para deixar sucessos como "There Goes My Baby" (já aqui recordada), "Dance With Me", "This Magic Momemts", "Save the Last Dance For Me" ou ainda "Sometimes I Wonder". Em 1960 inicia carreira a solo que iria manter-se até à sua morte em 2015. Ainda em 1960 edita vários Singles, mas seria o ano seguinte que iria ficar marcado para o futuro com canções como "Spanish Harlem" e o famoso "Stand By Me".

Se é ao longo da década de 60 que vai firmar maior parte do seu reportório destacando-se temas como "I (Who Have Nothing)" (grande êxito na versão de Shirley Bassey). "It's All Over", "I Could Have Dance All Night", é ao ano de 1972 que vamos quando ele recupera temas como "Take Me To The Pilot" de Elton John ou a canção, agora escolhida "Into The Mystic", um original do irlandês Van Morrison.




Não tem a intensidade do original mas é uma agradável surpresa esta versão de Ben E. King. Aí vai "Into The Mystic".


Ben E. King - Into The Mystic

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Booker T. and the M.G.'s - Green Onions

Booker T. and the M.G.'s constituíram-se em 1962.

Foram uma banda de Soul instrumental o que lhes confere logo à partida uma característica invulgar. Formados em pleno período de afirmação da Soul Music, fizeram parte de uma geração, onde se destacavam, entre outros,  James Brown, Ike and Tina Turner, Sam Cooke, Otis Redding, a dar corpo à nova expressão musical então designada por Soul. Numa altura em que o Soul era visto como uma expressão e preservação da cultura negra, os Booker T. and the M.G.'s formados por dois brancos e dois negros deu azo a leituras como a do livro "POPMUSIC - ROCK" onde afirmavam:
"Dos quatro músicos responsáveis por esta transformação, dois eram negros, o baterista Al Jackson e o organista Booker T. Jones; e dois brancos, o contrabaixista Dick Dunn e o guitarrista Steve Cropper. O resultado, fruto da «colaboração» entre músicos negros e brancos, foi baptizado Soul Music e oferecido aos Negros como sendo a sua própria música." em "POPMUSIC-ROCK".


Polémica à parte, Booker T. and the M.G.'s alcançaram até 1971 o devido sucesso, altura em que gravaram o último álbum para a sua editora a Stax Records. Deste álbum destacava-se o instrumental "Melting Pot".





Depois de 1971 muitas foram as reuniões do grupo com diferentes formações, bem como a colaboração com muitos músicos, destacando-se a colaboração com Neil Young em 1993.
Mas o tema que ficará para sempre como marca dos Booker T. and the M.G.'s é o êxito de 1962 "Green Onions" que agora recordamos.


Booker T. and the M.G.'s - Green Onions

domingo, 4 de janeiro de 2015

Otis Redding - Pain In My Heart


Continuando com a música negra de final da década de 50, início da de 60, período em que se consolidou a  designação Soul Music para determinado tipo de expressão musical negra. A Soul Music é a forma profana do Gospel e vai ter em Ray Charles, Aretha Franklin e James Brown  os seus mais destacados intérpretes.
Outros nomes estiveram na génese deste estilo musical que tanto iria influenciar a música Pop e Rock nos anos 60 e seguintes, de referir: Sam Cooke, Jackie Wilson, Etta James, Ike and Tina Turner, Booker T. and the MG's, Otis Redding, Smokey Robinson e ainda Wilson Pickett e Marvin Gaye.

Começamos com Otis Redding.
Otis Redding (1941-1967), 7 anos, de 1960 a 1967, foram suficientes para a sua música perdurar até aos nossos dias. Iniciado muito novo na arte musical, acompanhando Little Richard, de forma a ajudar no sustento da família, é em 1960 que efectua as primeiras gravações. O maior êxito em vida viria com a canção "I've Been Loving You Too Long" em 1964 e o seu reconhecimento maior no Festival de Monterey em 1967.




A sua canção mais conhecida acabaria por ser "(Sittin' On) The Dock of the Bay" gravada dias antes do fatal acidente de avião em Dezembro de 1967.
Para recordação "Pain In My Heart", a música Soul de Otis Redding em 1963.


Otis Redding - Pain In My Heart

The Jackson 5 - ABC

A Tamla-Motown foi fundada em 1959 e teria na década de 60 o seu período de ouro. Pese a invasão britânica do meio da década, muitos foram os grupos e cantores lançados pela Tamla-Motown a alcançar o sucesso e a serem eles próprios influência no British Blues. Mas o maior êxito teria que esperar pelo final da década com o surgimento dos irmãos Jackson, eram The Jackson 5.
Ainda em 1969 gravam o álbum "Diana Ross Presents The Jackson 5" (Diana Ross a contribuir na promoção dos The Jackson 5) e logo alcançaram o 1º lugar nas tabelas Pop e Rhythm'n'Blues com a canção "I Want You Back".





A evidência ia logo para o irmão mais novo, voz principal do grupo, então com somente 11 anos e dava pelo nome de Michael Jackson.
Manifestando desde muito novo inegáveis qualidades vocais, Michael Jackson viria a ficar para a história como o Rei da Pop, por muitas outras razões. Pelo início da carreira muito novo, pela sua presença em palco, pelos dotes de dançarino, pela inovação na indústria dos videoclips (“Thriller” é efectivamente um marco de qualidade e de novidade), pela fantástica promoção de “Thriller” (disco mais vendido da história da música), pela sua imagem “alienígena”, pelas operações que efectuou, pela mudança de cor, pelo “Rancho Neverland”, pela sua sexualidade. Em resumo um performer fora do comum.

A primeira recordação que tenho dos The Jackson 5 é a canção "ABC", de 1970, do álbum homónimo e é a proposta de audição.



The Jackson 5 - ABC

sábado, 3 de janeiro de 2015

Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX

Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX. (A-C), é o primeiro de quatro volumes da importante e necessária Enciclopédia publicada pelo Círculo de Leitores em 2010. Com direcção de Salwa Castelo-Branco, "A Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX abrange os principais «domínios musicais» como a música erudita, a canção popular, a música tradicional, o folclore, o pop-rock, o jazz, o fado, a canção de Lisboa e a música das comunidades migrantes. Analisa os géneros e estilos musicais e coreográficos, bem com as práticas expressivas mais significativas..." na introdução deste volume.



Não percebo porque é que não encontrei entradas, por exemplo, para Os Álamos, Filarmónica Fraude, Conjunto Sousa Pinto, Thilo's Combo, Tártaros, Os Vodkas. De qualquer forma obra imprescindível.



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Os Conchas - Serás tu para mim

Depois de "Oh! Carol", uma nova passagem pelo duo Os Conchas.

Diz a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX acerca de Os Conchas:

"...o duo foi um dos primeiros protagonistas em Portugal do rock'n'roll americano e dos estilos a ele associados que, desde finais da década de 50, enformaram a música pop internacional."

Das várias influências americanas, a maior foi dos, também duo, Everly Brothers. Ascendências a que permaneceram para sempre ligados, ficando mesmo conhecidos como os Everly Brothers portugueses. Como prova aqui fica "Serás tu para mim" gravado, já lá vão 55 anos, em cópia a "Let it be me" dos Everly Brothers.




A canção tem outras origens, é de Gilbert Bécaud e dá pelo nome de "Je t' appartiens" e é a claramente a melhor. Ficamos com esta sugestão dupla.




Terminamos com Os Conchas e "Serás tu para mim", a menos interessante, mas é a nossa. Já lá vai mais de meio século, estávamos em 1960.



Os Conchas - Serás tu para mim


Conjunto Académico João Paulo - Tu e Eu

No role "Canções de férias de Verão" encontram-se muitas músicas que fizeram as delícias das nossas longínquas férias de Verão.
Ouviam-se incessantemente na rádio, nos "pick-ups" em bailes de garagem ou em "Jukeboxes" junto à praia. Chegado Setembro desapareciam e nunca mais se ouviam. Agora é altura de ir ao "caixote" e recuperar essas velharias.
Estamos em 1967 e uma das canções que mais furor fez foi "So Happy Together". Ouvida, vezes sem conta, até à exaustão e provavelmente muito sussurrada.
Hoje, que já não há "pick-ups" nas garagens, nem "jukeboxes" à beira-mar, é ouvi-la no "Ipod" ou no leitor de "mp3" do automóvel ou de lá de casa com a família toda à volta.
Qualquer forma serve para recordar este enorme êxito dos pouco conhecidos e esquecidos The Turtles.




O êxito foi tal que o nosso Conjunto Académico João Paulo (que já tivemos oportunidade de recordar em "Non Son Degno Di Te" e "La Mamma") também fez a sua versão, em português, e "So Happy Together" virou "Tu e Eu", ui!
Aqui vai.



Conjunto Académico João Paulo - Tu e Eu

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Daniel Bacelar - Um Mundo Sem Amor

Ano Novo, mais música feita em Portugal nos anos 60.
E recordamos pela segunda vez Daniel Bacelar ("Fui louco por ti" na primeira passagem).
Em 1965, Daniel Bacelar gravou um EP onde aparece a canção "Um Mundo Sem Amor" que é uma versão de um tema da autoria de Paul McCartney e oferecida ao duo Peter & Gordon (Peter Asher era irmão da então namorada de Paul). "A World Without Love" chegou a nº 1 nas tabelas inglesas em Abril de 1964 e começamos por recordar a versão original.




A versão do Daniel Bacelar acompanhado pelo conjuntos Os Gentlemen é, reconheçamos, muito "doce" e cheia de ternura. No regresso a um dos avôs do Rock português fiquemos então com Daniel Bacelar e Os Gentlemen.



Daniel Bacelar - Um Mundo Sem Amor